Conheça a incrível história de vida de Aly Muritiba, diretor de PARA MINHA AMADA MORTA

Dia 31 de março estreia PARA MINHA AMADA MORTA, primeiro longa dirigido por Aly Muritiba. Antes de virar diretor de cinema, Aly teve diversos trabalhos. Ele foi agente carcerário e até bilheteiro da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Aliás, foi nesse emprego que ele teve seu primeiro contato com um set de filmagens.

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Confira o relato de Aly Muritiba sobre seu primeiro contato com o cinema: “Era o ano de 2001, minha esposa estava grávida, eu dividia a rotina entre os exames pré-natal, a faculdade de História na USP, a Mecatrom e o trampo na bilheteria da estação de trem Berrine, da CPTM. Ali, naquela estação, eu presenciei pela primeira vez em minha uma cena de cinema a ser gravada: Era meu plantão, quando a equipe do filme De Passagem chegou para fazer umas tomadas de compra de bilhete e caminhada pela estação. Lembro-me de ter ido perguntar para uma das pessoas da equipe por que demoravam tanto para filmar algo tão simples. Lembro ainda que esta mesma pessoa me pediu para não ficar olhando aquela tevezinha (vídeo assist) em frente a qual o diretor estava sentado. Creio que para me manter longe da tal tevezinha, a moça me perguntou se eu não aceitaria fazer uma ponta no filme. O papel? O meu mesmo, bilheteiro de trem. Havia cachê (50 FHCs, a moeda da época) e almoço (foi feijoada, economizei a marmita). Topei. Fiz a cena, o bilhete de trem mais bem pago de minha carreira e fui pra casa com um dinheirinho a mais para o leite do filho por nascer. Um tempão depois, Daniel já nascido, me ligam em casa convidando para estreia do filme no qual “atuei”. Fui, e levei a esposa e filho pra ver minha participação num filme, vejam só! Era na Mostra de SP e Daniel choramingou durante a sessão, provocando certo desconforto na equipe do filme com aquele figurante desavisado (eu), que não conhecia o protocolo dos festivais de cinema. Ao fim e ao cabo a cena que fiz foi cortada (não por minha causa, claro – sou um ótimo bilheteiro de trem até hoje – mas porque esta cena não servia para nada mesmo, assim como 99% das cenas de transição) e eu fiquei meio abobalhado com a minha ausência no filme (eu jurava àquela época que só se filmava o que ia para a tela). Voltei pra casa, toquei a vida, fiz um bando de coisa, dentre elas desistir de cantar, e eis que este mês, 13 anos depois, voltei à Mostra com meu primeiro longa PARA MINHA AMADA MORTA. Da experiência como De Passagem aprendi duas coisas: pensar mil vezes antes de filmar uma cena de transição, e deixar que todos e qualquer um dê uma olhadinha no vídeo assist quando a cena estiver sendo rodada.”

PARA MINHA AMADA MORTA foi premiado no 48º Festival de Brasília nas categorias de melhor direção; melhor ator coadjuvante, para Lourinelson Vladmir; melhor atriz coadjuvante, para Giuly Biancato; melhor direção de arte, para Monica Palazzo, e melhor montagem, para João Menna Barreto. Além de ser eleito como melhor filme pelo júri da crítica.

Fernando é um bom homem que cuida do seu filho único, Daniel, um menino tímido e sensível. Depois da morte de Ana, sua esposa, todas as noites Fernando recorda o seu amor, arrumando as coisas de sua amada morta. Um dia ele encontra uma fita VHS que mudará tudo.

Sobre o diretor e os atores:

Aly Muritiba

Roteirista, produtor e diretor cinematográfico, Muritiba já dirigiu 8 curtas metragens, um telefilme e um longa-metragem coletivo, com os quais já conquistou mais de 100 prêmios em festivais de cinema. Suas principais realizações são os curtas A Fábrica (vencedor de mais 60 prêmios em festivais nacionais e internacionais, nominado ao OSCAR 2013), Pátio (vencedor do É Tudo Verdade, e selecionado para a Semana da Crítica do Festival de Cannes), A Gente (vencedor do DOK Leipzig 2013) e Tarântula (selecionado para mostra competitiva do festival de Veneza em 2015).

Seu roteiro de longa metragem Para minha amada morta ganhou o Global Filmaking Award do Sundance Institut em 2013.

Além de realizador, Aly Muritiba é um dos idealizadores e diretores artísticos do OLHAR DE CINEMA, Festival Internacional de Curitiba.

Lourinelson Vladmir

Ator nascido em Curitiba, entre as produções que esteve presente, destacamos: nos curtas O Céu Sobre os Teus Ombros (2015), Feijoada Completa (2013), os longas O Último Romance de Balzac (2010), Curitiba Zero Grau (2010); no teatro em Os Que Ficam (2015) da Companhia do Latão, Em Filha, Mãe, Avó e Puta (2011), Osmo (2000-2007); na televisão participou recentemente nas novelas Verdades Secretas (2015), Império (2015), Boogie Oogie (2014).

Giuly Biancato

Atriz tem 16 anos, compõe músicas, escreve e atua em textos exibidos no youtube, já ganhou o prêmio Ícaro de melhor atriz pelo espetáculo “Romeu e Julieta” (adaptação do livro de Ruth Rocha).

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