Para encerrar a Trilogia do Terror, o Cine Humberto Mauro exibe a mostra Espasmos do medo – Terror anos 90. Em cartaz, produções que marcaram o cinema de horror da década de 1990, como Drácula de Bram Stoker, A Bruxa de Blair, Cabo do Medo entre outros. Destaque também para a Maratona do Terror, com mais de 20 horas de exibição, e uma homenagem ao Zé do Caixão, com a mostra Terror no Parque, dentro da programação do II Inverno das Artes. A mostra ocorre de 1º a 28 de julho e a entrada é gratuita.
Após revisitar os filmes de terror dos anos 70 e 80, o Cine Humberto Mauro mergulha na produção de cinema dos anos 90 e coloca em evidência um conjunto de filmes de terror, suspense e horror que marcaram a década. Espasmos do medo – Terror anos 90 encerra a trilogia do cinema de terror exibida pelo Cine Humberto Mauro desde 2015. Além da programação regular, a mostra conta com uma maratona de filmes que resgatam produções dos anos 2000 em diante. A maratona é seguida da exibição da quadrilogia Pânico, de Wes Craven, que faleceu ano passado. Paralelamente à mostra, o cinema brasileiro é relembrado em uma sessão histórica de três filmes do cineasta José Mojica Marins, que dá vida ao personagem Zé do Caixão. O evento integra a programação do 2º Inverno das Artes e contará com a presença do cineasta.
A mostra Espasmos do medo – Terror anos 90 resgata obras que, muitas vezes, foram esquecidas pelo grande público quando se fala em terror. “A mostra ganhou esse nome porque remete aos pequenos momentos de êxtase, de arrebatamento, que tivemos nessa década. São produções de naturezas diversas que se destacaram neste período em que o terror não foi tão hegemônico, mas onde podemos perceber que diversos cineastas tradicionais buscaram formulas narrativas ousadas para se reinventarem dentro do próprio gênero”, explica Bruno Hilário, que assina a curadoria da mostra ao lado do Gerente de Cinema Philipe Ratton e do Assistente de Programação Vitor Miranda.
Um exemplo deste contexto de reinvenção pode ser observado no filme À beira da loucura, dirigido por John Carpenter, onde é apresentado o vigor estético do cineasta de Halloween.
Consta também na programação, títulos de destaque e diretores renomados. É o caso, por exemplo, de O Silêncio dos Inocentes, de Jonathan Demme, ganhador dos 5 Oscar principais – Melhor Filme, Direção, Roteiro, Ator e Atriz, um feito até então inédito para filmes do gênero do terror; A Bruxa de Blair, de Daniel Myrck e Eduardo Sanchez; Sexto Sentido, de M. Night Shaymalan; Dois Olhos Satânicos, de Dario Argento e George A. Romero; Pânico, de Wes Craven; e Drácula de Bram Stoker, de Francis Ford Coppola.
Para os curadores, a década de 90 marcou o período em que o gênero, já estava desgastado pelas sequências e repetições dos anos 80, veio se reinventando e buscando estratégias de chamar a atenção do grande público. “Uma das grandes estratégias para atrair público para o gênero de terror nos anos 90 se concentram no que ficou conhecido como terror para a família, em que os diretores inserem elementos de comédia e fazem um horror mais comedido, que pode ser assistido por pessoas de todas as idades, como por exemplo Criaturas Atrás das Paredes, de Wes Craven”, explica Bruno Hilário. No entanto, ao analisar o conjunto de filmes que compõem a programação da mostra pode-se perceber que é um momento de bastante diversidade, mesmo diante das franquias com suas linhas estéticas mais comerciais. “Os anos 90 são uma década de diversas vozes, de diversos diretores buscando novos caminhos, novas formas de produzir um cinema assustador”, completa.
Nos anos 90, diretores como Dário Argento, Wes Craven, John Carpenter, Michael Haneke, Alejandro Amenábar e David Lynch buscaram explorar diferentes potencialidades do terror, entre elas o suspense, o thriller psicológico e o sobrenatural.
‘Terrir’ japonês – A mostra traz ainda títulos raros do terror japonês. São filmes que evidenciam como o cinema nipônico estabeleceu uma relação singular com o gênero de terror, explorando seu potencial cômico. São quatro filmes exibidos em película: O Fantasma do Bar, de Takayoshi Watanabe; Botequim Mal-Asssombrado e Escola Mal assombrada, de Hideyuki Hirayama; e Gente Medrosa, de Makoto Wada.
Paralelo ao terrir serão exibidos ainda marcos do cinema de terror japonês como O Teste Decisivo, de Takashi Mike; Bullet Ballet, do diretor cyberpunk Shinya Tskukamoto; Cure, de Kiyoshi Kurosawa e Ringu¸de Hideo Nakata, que ganhou a popular releitura norte-americana O Chamado.
Maratona do terror – Os anos 2000 serão relembrados com a Maratona do Terror, que acontece no dia 22 de julho, a partir das 17h. Em mais de 20 horas de programação, serão exibidos filmes que que se destacaram nas décadas recentes. Serão exibidos dois episódios da série Mestres do Horror em sequência: Pesadelo Mortal, de John Carpenter; Pelts, de Dário Argento; Sinais, de M. Night Shyamalan; Os Outros, de Alejandro Amenábar; Corrente do Mal, de David Robert Michell; A Bruxa, de Robert Eggers; O Hospedeiro, de Joon-hoBong; Extermínio de Danny Boyle; Abismo do Medo, de Neil Marshall, Deixa Ela Entrar, de Tomas Alfredson.
Para reforçar o vigor dos espectadores será servido o Café da Manhã Maldito, para quem estiver na sessão do filme O Hospedeiro.
Quadrilogia Pânico – A quadrilogia de Wes Craven também terá um espaço especial dentro da mostra, no dia 23 de julho, a partir das 14h. Após a exibição da Maratona do Terror, o público terá a oportunidade de assistir a um dos filmes responsáveis por renovar o terror nos anos 90: Pânico, de Wes Craven. “O diretor revisita trabalhos anteriores de cinema e consegue capturar bem o espírito daquela década”, explica Philipe Ratton. O sucesso do título foi tamanho que, além de serem gravados outros quatro filmes da saga, Pânico inaugurou um novo filão dentro do gênero de terror, inspirando filmes como Eu Sei o que vocês fizeram no verão passado e Lenda Urbana. Nenhum desses com o apuro cinematográfico do primeiro.
Terror no Parque: Especial Zé do Caixão – Na segunda edição do Terror no Parque, que integra o 2º Inverno das Artes, o ator e diretor José Mojica Marins, o Zé do Caixão, será homenageado com a exibição dos três filmes que constituem a trilogia do cruel agente funerário Zé do Caixão: À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964), Esta Noite encarnarei no teu Cadáver (1967) e Encarnação do Demônio (2008). Antes das sessões, o próprio Zé do Caixão irá recepcionar o público, com uma performance especial.
O personagem, criado por Mojica, é um dos mais famosos e importantes ícones do Cinema Nacional por evidenciar, por meio do gênero horror, diferentes questões latentes na sociedade brasileira. A trilogia do cruel coveiro demorou 42 anos para ser concluída. Por falta de produtores e patrocínio, Mojica teve que postergar a conclusão da saga do agente funerário em busca da mulher perfeita. As filmagens de Encarnação do Demônio começaram em 2006 e demoraram 40 dias para serem concluídas. No elenco desse filme estão, entre outros, Zé Celso Martinez Correa e Jece Valadão. Os figurinos são de Alexandre Herchcovitch.
Para este evento, serão distribuídos 600 ingressos, a partir das 10h do dia 14 de julho, na Bilheteria do Grande Teatro do Palácio das Artes. Cada pessoa terá direito a um convite. A exibição dos filmes começa às 19h, do dia 15 de julho.
Mostra Espasmos do Medo: Terror anos 90
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1.537
Período: 1 a 28 de julho
Entrada gratuita
Terror no Parque – Mostra Espasmos do Medo: Terror anos 90
Local: Parque Municipal Américo Renné Giannetti –Av. Afonso Pena, 1.537
Data: 15 de julho
Horário: 19h
Entrada gratuita – Distribuição de senha a partir do dia 14 de julho
Maratona –Terror anos 2000
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1.537
Período: 22 de julho
Horário: 17h
Entrada gratuita
Quadrilogia Pânico
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1.537
Período: 23 de julho
Horário: 14h
Entrada gratuita
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