Assassinatos envolvendo um homem, uma mulher e uma história de amor. Paixão, ciúme, desconfiança? Em que momento um caso de amor ou um casamento de muitos anos se torna uma ameaça em potencial? Quais os motivos que levam uma pessoa a tramar e a executar friamente seu cônjuge, muitas vezes pai ou mãe de seus filhos? É justamente essa passionalidade o cerne da segunda temporada de Até Que a Morte nos Separe, coprodução nacional do A&E com a Prodigo Films.
A série traz à tona crimes passionais que aconteceram no Brasil entre 2004 a 2012, com grande cobertura da imprensa e mobilização da opinião pública. De maneira inédita e reveladora, contextualizando ambiente, aspectos culturais e profissão dos personagens ligados diretamente ao crime, a segunda temporada de Até Que a Morte nos Separe se debruça sobre os casos dos casais Kaísa Helane e Washington Barros, Verônica Verone de Paiva e Fábio Gabriel Rodrigues Barbosa, Evandro e Andréia, Janken Ferraz Evangelista e Ana Cláudia Melo da Silva, Andrei Thies e Andréia Rosângela, e Antônio Carlos Durval e Rosângela Aparecida.
Com inspiração nos filmes e seriados policiais dos anos 50 e 60, como se houvesse um detetive à frente das investigações, cada episódio traz as versões dos dois lados, com depoimentos de familiares, amigos, psiquiatras forenses, juristas, advogados, promotores, detetives, jornalistas e psicólogos, e até mesmo da pessoa condenada pelo crime. Pertencentes a universos bem distintos, os episódios avançam nos bastidores de cada situação. A narração ficou a cargo da jornalista e apresentadora Lorena Calábria, uma voz conhecida do público e que dá um tom afetuoso à produção, respeitando a sobriedade exigida pelo assunto. O Deputado Federal Jean Wyllys também participa da produção, comentando alguns dos casos desta temporada.
Assim como na primeira edição, foi mantida a linguagem inovadora de usar animação para ilustrar as cenas do crime, em vez de reencenações, recurso criado por Rodrigo Pimenta – também responsável pelas vinhetas de abertura e encerramento, inspiradas em filmes noir e em histórias em quadrinhos, o que dá um acabamento original para a série.
Uma parceria do A&E com a Prodigo Films, Até Que a Morte nos Separe foi criada por Giuliano Cedroni, dirigida por Eduardo Rajabally e produção de Beto Gauss. Em função do assunto abordado, o trabalho foi conduzido com extrema discrição e cautela. Foram 10 meses de produção, incluindo três de filmagens, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte, dezenas de entrevistas e de horas de telefonemas com advogados e parentes, e vários depoimentos inéditos, muitos bem emotivos.
Episódio de estreia:
21/9 – Piada Mortal
Washington Barros trabalhava com seus pais como palhaço em um circo, quando conheceu Kaísa Helane. Eles se apaixonaram, tiveram uma filha, Raíssa, e ficaram casados por nove anos. Kaísa cursava faculdade de Enfermagem, uma oportunidade que ela teve, segundo Washington, graças a ele; assim como o carro que ele havia comprado: “O dinheiro subiu à cabeça dela”, ele afirma.
Segundo testemunhas, o ciúme e a vida itinerante no circo foram os principais motivos para que Kaísa terminasse o relacionamento com o companheiro. Parecia um fim de relacionamento calmo, até Washington flagrar Kaísa com outra pessoa, em novembro de 2010, quando ele passava por um posto de gasolina na zona sudeste de Teresina e avistou o carro da mulher estacionado e vazio.
Ele resolveu esperar pelo seu retorno. Algum tempo depois, ela desembarcou de outro carro e seguiu em direção ao seu. Washington então pegou a arma que carregava consigo e entrou pelo banco de trás do carro, assustando a ex-mulher. Segundo Washington, ele queria apenas conversar, mas ela começou a gritar por socorro e tentou tirar a arma da mão dele quando a arma disparou acidentalmente. O tiro acertou o tórax de Kaísa, que morreu na hora. Um policial que estava em um posto próximo foi acionado. Ele tentou impedir, sem sucesso, a fuga de Washington.
A família da vítima gastou cerca de 30 mil reais com um detetive particular, mas o Palhaço foi localizado um ano e quatro meses após o crime, no circo da família, no interior de Alagoas. Washington foi, então, encaminhado ao Piauí.
No primeiro julgamento, em 2012, Washington foi condenado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e teve parte da pena revertida em serviço social. O Ministério Público recorreu dessa decisão quando Washington ainda trabalhava no circo dos pais, em Sergipe. Em novo julgamento, em 2015, ele foi condenado a 14 anos e seis meses de reclusão, por homicídio doloso duplamente qualificado. Desde o crime ele não viu mais a filha, que atualmente tem nove anos e mora na região do ABC, em São Paulo, com a avó.