Crítica do filme Planeta dos Macacos: O Confronto

Dawn of the Planet of the Apes-Official Poster Banner PROMO BRAZIL-25JUNHO2014Planeta dos Macacos: O Confronto
Direção.: Matt Reeves
Roteiro.: Rick Jaffa, Amanda Silver e Mark Bomback
Gênero.: Ação | Drama | Sci-Fi
Distribuidora.: 20th Century Fox
Elenco.: Andy Serkis, Gary Oldman, Jason Clarke, Kodi Smit-McPhee, Keri Russell, Judy Greer e mais.

Avaliação
(5/10)
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Depois de resgatar no ano de 2011 a franquia de enorme sucesso mundial, com o lançamento do longa “Planeta dos Macacos: A Origem”, o estúdio da 20th Century Fox traz neste verão norte-americano sua sequência da saga dos símios inteligentes no filme Planeta dos Macacos: O Confronto – produção que segue os eventos iniciados no primeiro filme aonde César (Andy Serkis) terá que combater a investida dos humanos que sobreviveram à epidemia mostrada no primeiro filme e querem recuperar o domínio da Terra. . Com um trabalho,assim como o anterior, primoroso nos efeitos de captura de movimento (mocap) nas expressões dos símios, está continuação se sustenta exatamente em um novo horizonte, que já vem sendo trabalho há algum tempo pela indústria de Hollywood, aonde interpretação(atuação com atores) é tecnologia precisam caminhar de forma harmônica para trazer ao público uma experiência agradável e convincente nas telonas.

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Um dos grandes desafios enfrentado ao longo dos anos pela indústria cinematografia mundial é conduzir a transição que parece cada vez mais inevitável para o mercado, aonde tecnologia tem contribuído (de certa forma positivamente) em diversos departamentos do cinema. Mas um embate sempre foi levantado quanto ao uso dessas tecnologias em certas áreas, e a que sempre gerou mais conflitos e a substituição de personagens humanos (vividos por atores reais de “carne e osso”) por personagens criados e desenhados digitalmente por computadores. Muitos são os que levantam a bandeira afirmando que tais avanços tecnológicos não devem ser contidos, de forma alguma, mas sim adaptados para diversas linguagens e indústrias (como dos games, cinemas e tantas outras). Até mesmo atores que trabalham bastante com está tecnologia vem elogiando tais avanços como por exemplo Andy Serkis, que pode ser considerado um dos maiores nomes da atuação por computação gráfica se especialista na técnica de captura de movimento aonde emprestou suas formas em filmes como Senhor dos Anéis (Gollum), O Hobbit (Smaug), King Kong ( o próprio) e Planeta dos Macacos – a Origem (Ceaser). Mas Serkis em entrevistas promocionais do filme afirmou com veemência que “atuação (com atores reais) é essencial para que os personagens criados com efeitos especiais conquistem os espectadores”.

Em Planeta dos Macacos: O Confronto vemos que ambos quesitos podem sim trabalhar em perfeita harmonia, ainda mais quando se encontra com uma história que tem como pano de fundo uma leve reflexão social e cheio de divisões ideológicas, abordando os conflitos entre especies dominantes, e claro sem deixar de lado, o tom moralista de convívio pacifico entre elas. Até mesmo seus personagens são pensados exatamente dessa forma, como por exemplo o chimpanzé Koba, que a todo momento tem convicções plausíveis, apesar de optar por sempre causar danos maiores a toda sociedade que se inicia. Do outro lado está o líder de toda essa nova civilização, o pacifico Cesar, que a todo momento é confrontando com questionamentos e decisões que à todo momento remente, a nós humanos, sem mencionar ainda alguns conflitos familiares que está produção carrega.

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Todos esses elementos favorece positivamente para o entendimento e narrativa da produção, aonde tem sua história ambientada entre o longa O Planeta dos Macacos (1968) e em sua refilmagem, Planeta dos Macacos (2001), exatamente quinze anos (15) após a conquista da liberdade, César (Andy Serkis) e os demais macacos vivem em paz na floresta próxima a San Francisco. Lá eles desenvolveram uma comunidade própria, baseada no apoio mútuo, para que possam se manter. Enquanto isso, os humanos enfrentam uma das maiores epidemias de todos os tempos, causada por um vírus criado em laboratório, chamado vírus símio. Diante disto, um grupo de sobreviventes liderado por Dreyfus (Gary Oldman) deseja atacar os macacos para usá-los como cobaias na busca por uma vacina. Só que Malcolm (Jason Clarke), que conhece bem como os macacos vivem por ter conquistado a confiança de César, deseja impedir que o confronto aconteça.

O grande problema deste blockbuster dirigido pelo cineasta Matt Reeves, responsável pela refilmagem de “Deixe-me Entrar” de 2010, fica para sua trama que soa a todo momento bastante simplista, que decorre quase que inevitavelmente aos eventos do primeiro longa. Incrivelmente o longa  necessitou ser escrito por três roteiristas – Rick Jaffa, Amanda Silver e Mark Bomback – o que se torna extremamente desnecessário para uma narrativa bastante linear e previsível, sempre optando por não tocar em pontos importantes como conflitos de sociedades, tolerância entre raças e outras. A própria direção de Matt Reeves se torna um tanto que massante ao decorrer da projeção devido sua escolha de planos e falta de criatividade de contar a narrativa, sempre optando por uma abordagem calma didática mesmo em momento que o longa tem sua história e eventos acelerados – o que teoricamente necessitaria de algo mais dinâmico. Em meio a um cenário bastante tenebroso e hostil, devido a guerra eminente, a composição de cores e fotografia se torna bastante acertada (ainda mais por trabalhar quase que a todo momento em efeitos CGIs) deixando tanto a ambientação quanto a experiencia bastante agradável.

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No elenco composto por personagens reais merecem destaque alguns atores, que como de costume conseguem (ao julgar pelos seus últimos trabalhos) retratar e explorar o máximo de cada um – mérito para estes profissionais pois o próprio roteiro não tem esse real proposito, muito pelo contrario o elenco humano quase que passaria desapercebido em toda narrativa. Por se tratar de um produção sem um protagonista fixo, passando bastão entre o César (Andy Serkis) e o humano Malcolm (Jason Clarke), somos apresentado à este personagem que traz uma carga sentimental e convicções bastante claras e extremamente interessante, até mesmo maior do que o vivido por James Franco no longa de 2011. Ainda podemos destacar Dreyfus (Gary Oldman), líder nato que tem como responsabilidade conduzir alguns sobrevivente ao um novo mundo, mas para isso ele não excita em nenhum momento – sempre optando para um confronto com os macacos rebeldes. Gary Oldman mesmo sendo um ator veterano, já tendo passado por diversos projetos e vivido personagens diversos, consegue enriquecer e conduzir muito bem as ações desse líder (mesmo que o roteiro insista em não explicar muito menos explorar com dignidades esses personagens). Para completar temos ainda o elenco de humanos, a talentosa vencedora do ®Globo de Ouro Keri Russell (pela sua interpretação em Felicity), que ao contrário de Oldman se vê presa as limitações de seu personagem, não conseguindo em nenhum momento se impor perante a uma abordagem que quase não necessite de certos elementos

Dessa maneira o longa, não consegue trazer nada de novo, nem em tecnologia e nem em roteiro do filme anterior, aonde as técnicas utilizadas no longa “Planeta dos Macacos: A Origem” se repetem inúmeras vezes nesse novo filme. E o roteiro é uma explicação lógica e linear para os eventos do primeiro, aonde após uma rebelião, sempre irá haver um confronto, e isso é algo que poderia ter sido melhor trabalhado, porém os roteiristas pecam em não trazer absolutamente nada de novo e nada que fuja dos padrões pré estabelecidos para qualquer tipo de confronto. Dessa forma, fica nítido que nessa continuação, a criação de personagem é tão falha, que acaba anulando diversos dekes e deixando eles completamente perdidos em cena, aonde muitos simplesmente somem no decorrer da história.

Planeta dos Macacos: O Confronto é um show de efeitos especiais e o avanço significativo da técnica de captura de movimento, porém apesar do show de imagem, aonde as expressões dos Macacos, chegam a brilhar os olhos dos espectadores, nada disso consegue tapar a simplicidade e linearidade que o longa traça para sua jornada. Anulando a todo momento todas as atuações, o que torna um filme bonito, mas sem conteúdo.

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