‘As Boas Maneiras’ ganha o Prêmio Especial do Júri no 70º Festival de Locarno

Dirigido por Juliana Rojas e Marco Dutra, o filme ganhou o segundo prêmio mais importante do evento, do júri formado pelos cineastas Olivier Assayas | França, Miguel Gomes | Portugal e Jean-Stéphane Bron | Suíça, pelo produtor grego Christos Konstantakopoulos e pela atriz austríaca Birgit Minichmayr

Produzido por Sara Silveira e Maria Ionescu, da Dezenove Som e Imagens, o filme tem coprodução da Globo Filmes e das companhias francesas Urban Factory e Good Fortune Films. Isabél Zuaa, Marjorie Estiano e o ator mirim Miguel Lobo são os protagonistas da sombria fábula paulistana que conta ainda com a cantora e atriz Cida Moreira no elenco.

AS BOAS MANEIRAS é uma fábula de horror e fantasia que parte do envolvimento de duas mulheres de mundos opostos. Clara (Isabél Zuaa) é uma enfermeira da periferia de São Paulo contratada para ser a babá do filho que Ana (Marjorie Estiano) está esperando. Uma noite de lua cheia provoca uma inesperada mudança de planos e Clara assume a maternidade de uma criança diferente das outras.

Filmado em São Paulo e Barueri, o longa de Juliana Rojas e Marco Dutra, também autores do roteiro, tem fotografia do português Rui Poças (O Ornitólogo, Morrer Como Um Homem, Tabu, Aquele Querido Mês de Agosto, Zama), montagem de Caetano Gotardo (diretor de O Que Se Move e montador de Trabalhar Cansa) e direção de arte de Fernando Zucollotto (Trabalhar Cansa, Um Ramo, Trópico das Cabras). Guilherme e Gustavo Garbato (Quando Eu Era Vivo) assinam a direção musical do filme, além de serem autores da trilha e das canções junto com Juliana e Marco.

No Brasil, este longa foi realizado com incentivos da Lei do Audiovisual, através do Fundo Setorial do Audiovisual/BRDE; ANCINE; BNDES; Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo/SABESP; SPCine / Secretaria Municipal de Cultura e Globo Filmes. A coprodução com a França foi viabilizada com parcerias do CNC – Centre National du Cinema et de L’Image Animée, do Canal + e da ZDF/ARTE.

SOBRE OS DIRETORES

Juliana Rojas e Marco Dutra se formaram em Cinema na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Os curtas da parceria incluem os premiados O Lençol Branco (Cinéfondation, Festival de Cannes 2005) e Um Ramo (Prêmio Descoberta de Melhor Curta – Semana da Crítica, Cannes 2007). Seu primeiro longa-metragem, Trabalhar Cansa (2011), produzido pela Dezenove Som e Imagens, teve estreia mundial na prestigiada mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes, recebeu o prêmio Citizen Kane em Sitges no mesmo ano e entrou em circuito comercial no Brasil, na França e nos EUA. Juliana escreveu e dirigiu o musical Sinfonia da Necrópole (2014), que recebeu o Prêmio da Crítica em Gramado, o Prêmio FIPRESCI no Festival de Mar Del Plata e o Prêmio de Melhor Trilha Sonora no Festival de Paulínia.

O filme estreou em circuito nacional e tem exibição prevista no México, Argentina, Paraguai, Uruguai e Rússia dentro do programa SP Mundus da SPCine. Juliana trabalha ainda como roteirista de séries como Supermax (Rede Globo) e 3% – Segunda Temporada (Netflix). Os trabalhos seguintes de Marco incluem dois filmes produzidos pela RT Features: o suspense Quando eu era vivo (Festivais de Tiradentes, Roma e Beijing 2014) e o thriller Era el Cielo (2016), que venceu o Prêmio da Crítica em Gramado e competiu em Tóquio, Huelva e Havana antes de estrear mundialmente na Netflix. Ele finaliza atualmente a segunda temporada da série da HBO O Hipnotizador. Ambos trabalham também como montadores e compositores e fazem parte do coletivo Filmes do Caixote.

SOBRE O ELENCO

ISABÉL ZUAA (CLARA)

Atriz de cinema e teatro, performer, cantora e dançarina, Isabél Zuaa nasceu em Lisboa em 1987. Sua mãe é de Angola e seu pai da Guiné-Bissau. Da infância à adolescência fez parte de um grupo de dança africano. Estudou interpretação na Escola de Arte Chapitô, com Ginna Tochetto, e no Conservatório Nacional Português. Ela se mudou para o Rio de Janeiro para estudar Artes Cênicas na Unirio. Em sua pesquisa sobre mulheres negras, como protagonistas e anfitriões da sua própria história, ela desenvolve novas ideias e experiências através do corpo e do canto.

Seu trabalho em cinema inclui Joaquim, longa de Marcelo Gomes que participou da competição do Festival de Berlim e foi lançado no Brasil; Casa das Canoas (2010), de Tamaras Guimarães; Entre a rua e a colina, um jardim (2013), de Bárbara Marcel; Aquilo Que Sobra (2013), de Humberto Giancristofaro; Kbela (2015), de Yasmin Thainá, e Alegoria de Terra (2015), de Marcos e Eduardo Carvalho.

Fez diversos espetáculos em dança em colaboração com Gustavo Ciríaco, entre os quais: Eles vão ver (2010), Sala de Maravilhas (2013), Onde o Horizonte Se Move (2013), Quem Anda no Chão, Quem Anda na Árvores, Quem tem Asas (2015), com apresentações no circuito Sesc e na Bienal de Dança, além de realizar parcerias com Denise Stutz e Felipe Ribeiro em Eu, um Branco (2013) e com Tino Segal em Estas Associações (2013).

No teatro, trabalhou com Tiago Vieira em Antes Que Tudo Acabe (2011), e com João Duarte Costa no musical A Cigarra e a Formiga (2012). Fez também Contemporâneos, dirigido por Eduardo Landim (2013) e Melodrama da Meia Noite, com a Cia Melodramática do Rio de Janeiro (2015).

Como performista desempenhou o papel principal de Carolina, Mas Maria, na 24ª Semana Teixeira e Souza no Festival Ser Negra (2014), com texto de Nina Silva. E Corpo Que É Corpo, Corpo Que É Voz, codirigido por Tais de Amorim, no Festival Afrontamento (2015).

MARJORIE ESTIANO (ANA)

A atriz paranaense Marjorie Estiano estudou teatro e canto desde os 15 anos. Seu primeiro papel na Rede Globo foi em 2004 no seriado Malhação. No ano seguinte, revelou seu trabalho no CD Marjorie Estiano (2005). Flores Amores e Blá Blá Blá (2007) e o DVD Marjorie Estiano e Banda – Ao Vivo venderam, juntos, 400 mil cópias.

Páginas da Vida, Duas Caras, Caminho das Índias, A Vida da Gente, Lado a Lado e Império destacam-se entre as novelas em que atuou na TV Globo. Ainda na TV, foi protagonista das minisséries Amor em Quatro Atos (2011) e Ligações Perigosas (2016), e na série do Fantástico Eu que Amo Tanto.

No teatro fez Corte Seco (2010), Inverno da Luz Vermelha (2011) e O Desaparecimento do Elefante (2012), pelo qual ganhou o prêmio Aplauso Brasil de Teatro em 2013.

Estreou no cinema com Malu de Bicicleta (2009), de Flavio Tambelini. Depois vieram O Tempo e o Vento, de Jayme Monjardim, Beatriz, de Alberto Graça, Apneia, de Maurício Elça e O Garoto, de Julio Bressane.

Seu primeiro trabalho autoral, Oito – uma alusão ao símbolo do infinito, conta com participações de Gilberto Gil e Mart’nália. Esse álbum é um marco na carreira de Marjorie e uma espécie de recomeço. Nele, ela apresenta sua busca e suas descobertas, mostrando toda sua pluralidade e talento.

MIGUEL LOBO (JOEL)

Este é o primeiro trabalho no cinema do ator infantil Miguel Lobo. Juliana Rojas e Marco Dutra conheceram Miguel através da produtora de elenco Alice Wolfenson, que investigou um grande número de possibilidades para o complexo papel de Joel. Miguel demonstrou maturidade e compreensão de seu papel no filme, e trouxe a ele novas e inesperadas camadas.

CIDA MOREIRA (DONA AMÉLIA)

Cida Moreira estreou nos palcos brasileiros na década de 1970. Seu primeiro trabalho musical, Summertime, independente e ao vivo, foi lançado em 1981. Contava com clássicos do jazz e do blues, além da versão censurada de Geni e o Zepelim, de Chico Buarque. Cantora, pianista e atriz, lançou dez álbuns, dentre os quais Cida Moreira interpreta Brecht (1988), Cida Moreira canta Chico Buarque (1993) e A Dama Indigna (2011). Ganhou o prêmio de Melhor Atriz pelo filme O Que Se Move (2013) no Lakino Film Festival, em Berlim.

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