Teatro da Vertigem em A Última Palavra é a Penúltima

Nem novidade, nem repetição. O espetáculo A Última Palavra é a Penúltima, encenado pela primeira vez em 2008 por três companhias teatrais (Vertigem/SP, Kikzira/MG e LOT/Peru), é revisitado agora, apenas pelo Teatro da Vertigem, para a 31^a Bienal São Paulo (03/10 a 07/12) e propõe, com o distanciamento do tempo, rever o já feito, refletir e reocupar um mesmo espaço de outrora: o acesso subterrâneo da Rua Xavier de Toledo, no centro de São Paulo.

Seis anos depois, as questões relativas ao esgotamento, a partir do texto O Esgotado, de Gilles Deleuze, que inspiraram A última palavra é a penúltima, em 2008, parecem ter se potencializado para o Teatro da Vertigem, em especial, às condições sociais e suas perspectivas de futuro, aos horizontes de expectativas do que é possível.  Um momento de problematizar a ideia de que no próprio esgotamento seria possível encontrar uma força de transformação. Nessa situação, então, como será trabalhar com o mesmo espaço e referencial textual, agora, nessas outras condições e em outro contexto histórico?

Para refletir essas questões,  na construção do trabalho, o elemento  do trabalho colaborativo, característico do processo de criação do Vertigem, participará significativamente. A intervenção contará com a participação do público ocorrendo de duas diferentes formas: espontaneamente, reutilizando o espaço como passagem entre o Viaduto do Chá e a Praça Ramos de Azevedo, e como espectador/ator que participa de um jogo cênico dentro de vitrines. Público, transeuntes e atores se misturam. Todos são colocados em relação, veem e são vistos, ao mesmo tempo em que ocupam um espaço de passagem atualmente inutilizado.

O Teatro da Vertigem conta com o patrocínio da Petrobras há nove anos.