Obras inéditas de Francis Bacon chegam ao Brasil

O Paço das Artes –instituição da Secretaria de Estado da Cultura– inaugura no dia 16 de julho a exposição Italian Drawings, com desenhos do artista irlandês Francis Bacon (1909-1992). Inéditas no Brasil, as obras serão trazidas pela produtora Mega Cultural, com curadoria de Monika Burian e Serena Baccaglini, e patrocínio da operadora de TV por assinatura SKY. A entrada é gratuita.

As 35 obras em preto e branco e em cor, desenhadas a lápis e de tamanhos variados, estavam sob os cuidados do último companheiro do pintor, o jornalista italiano Cristiano Lovatelli-Ravarino. Por volta da década de 1980, Bacon –já septuagenário– presenteou o então namorado com uma série de desenhos, que ficaram guardados sigilosamente até o início dos anos 2.000. Apesar de terem sido feitos na última década de suas atividades artísticas, Bacon retoma nos desenhos alguns temas da sua pintura da década de 1950, como os eclesiásticos, e imagens que fazem referência à crucificação. Na mostra Italian Drawings, há também retratos de amigos.

Esta coleção que será exposta pela primeira vez no Brasil revela uma faceta pouco conhecida do pintor, que afirmou repetidas vezes que não desenhava. De acordo com Renata Junqueira, coordenadora da Mega Cultural, a ideia é oferecer ao público a oportunidade única de ver outro lado do trabalho deste que é considerado um dos maiores artistas do século 20.

Para Priscila Arantes, diretora técnica e curadora do Paço das Artes, “é importante exibir esta série de desenhos de Francis Bacon pelo ineditismo das obras, por ser um tipo de produção artística que problematiza questões do mundo contemporâneo, e por apresentar um novo olhar à obra do artista”.

As obras da coleção de Cristiano Lovatelli-Ravarino foram tema de mostras na Itália, Argentina, Chile, Portugal, México, Alemanha, República Tcheca, Taiwan e Inglaterra. Entre elas, destaca-se “A ponta do iceberg”, com curadoria do renomado pesquisador e crítico inglês Edward Lucie Smith, que estreou durante a Bienal de Veneza em 2009, e depois seguiu para outros países.