Com seu comportamento amistoso e por sua vez a grande facilidade com que se aproximam de nós humanos, o golfinho sem dúvida alguma (dentro do ambiente aquático) é um dos animais que mais encantam e intrigam todos nós. Com sua conhecida inteligência natural e proximidade aos seres humanos, não é difícil ouvir histórias sobre está amizade e superação de ambos. Em Winter, o Golfinho 2 além de contar uma fascinante e comovente história de superação (bastante comum no mundo animal à luta pela sobrevivência), esta continuação traz novos conflitos no Clearwater Marine Aquarium (CMA) aonde dessa vez Winter, já com idade avançada, perde sua mãe adotiva (Panama) fato que desencadeia uma onda de acontecimentos e tensão dentro do aquário.
Novamente o longa se dedica em trazer uma adaptação real dos fatos, aproximando a todo momento seu público de mais um aventura do golfinho que quando jovem perdeu sua cauda depois de ser preso em uma armadilha para caranguejos. Depois de passar por conflitos normais para qualquer criança de sua época, recheado de dúvidas e confiança sobre seu futuro, vemos o corajoso jovem Sawyer Nelson (Nathan Gamble) um pouco diferente nesta sequência. Apesar de sua pouca idade ainda ele assume todas as responsabilidades e consequências dos eventos ocorridos no primeiro longa, com ajuda de sua fiel amiga Hazel Haskett (Cozi Zuehlsdorff), novamente ambos tem papel fundamental em todas as decisões dentro aquário, e podemos dizer que não são poucas, de forma alguma.
É bastante interessante vermos a forma como somos apresentados à personagens tão bem construídos e cheios de responsabilidades mesmo com tão pouca idade, em nenhum momento exitam em suas decisões mostrando um amadurecimento ainda maior do que foi apresentando no longa de 2011. Apesar de seu título e trama principal ser protagonizada pelo simpático golfinho (que sustenta toda história real envolvente o hospital veterinário e seus voluntários), não podemos de mencionar a história de Sawyer Nelson (Nathan Gamble) que também, assim como o golfinho fêmea, tem seus conflitos e agora passa por um dos momentos mais importantes de sua vida. Fato deve ser considerado, à escolha do jovem ator (porém com um currículo extenso de trabalhos na TV e cinema) Nathan Gamble consegue não só se enriquecer o personagem como certas cenas carrega todo peso do roteiro em suas costas – não se intimidando em nenhum momento por contracenar com atores veteranos como Morgan Freeman.
O roteiro escrito pelo cineasta Charles Martin Smith (que dirigiu “Winter, o Golfinho”), acompanha os eventos alguns anos após o jovem Sawyer Nelson (Gamble) e a dedicada equipe do Clearwater Marine Aquarium (CMA), chefiado pelo Dr. Clay Haskett (Connick, Jr.), resgatarem Winter, um jovem golfinho que perdeu sua cauda depois de ser preso em uma armadilha para caranguejos. Com a ajuda do Dr. Cameron McCarthy (Freeman), que desenvolveu uma cauda protética única para Winter, eles salvaram sua vida, contra todas as probabilidades. Em troca, ela ajudou a salvar o local – as pessoas vinham de longe para ver em primeira mão o corajoso golfinho, permitindo que o CMA expandisse sua missão de “resgatar, reabilitar e, quando possível, devolver ao seu habitat” animais feridos. Porém, sua luta não acabou. Com a idade avançada, a mãe adotiva de Winter, Panama, falece, deixando o golfinho sozinho e de luto, não querendo se envolver com ninguém, nem mesmo com seu melhor amigo, Sawyer. E a perda de Panama pode ter repercussões ainda maiores para a CMA. A USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – órgão responsável pela conservação dos recursos naturais do país) adverte Clay que eles terão que deslocar Winter do local, pois os regulamentos exigem que os golfinhos convivam com outros animais da mesma espécie. Se eles não encontrarem uma companhia fêmea – uma que ela aceite – o CMA irá perder sua amada Winter.
Na trama ainda podemos ver as mesmas características do filme anterior, o que prejudica e muito o desenvolvimento e o carisma com o público que irá assistir. Pois tudo que vemos ali, é muito parecido com o que foi mostrado no primeiro, só mudaram os acontecimentos, porém é mais uma luta de superação para manter Winter e o parque juntos e abertos. Isso acaba perdendo totalmente o peso que o primeiro conseguiu ter, pois era algo novo, e uma história real de luta por uma espécie.
O longa encontra com Charles Martin Smith uma direção bastante convincente, apesar do roteiro dessa continuação ser mais simplista e sem impacto. Charles consegue manter o ritmo do primeiro aonde tenta se utilizar das mesmas linguagens apresentadas anteriormente, para tratar uma narrativa de luta e superação do parque e Winter. Porém isso acaba tornando o filme ainda mais cansativo, pois não bastasse o roteiro ser muito parecido, a direção caminhou da mesma forma, o que tudo que vemos, não nos surpreende em nada, tornando mais do mesmo.
Winter, o Golfinho 2 traz para telas do cinema uma abordagem novamente que preza pela sutileza dos eventos e de seus personagens reais, que consegue apresentar todos os acontecimentos de forma bastante cativante e que carrega consigo, desde o primeiro longas, lições de superação, dedicação e claro amizade em qualquer especie – se tornando um longa que visa respeitar seu público alvo e trazer um pouco mais do que se passou com a adorada Winter.