Paço das Artes abre exposição de Nino Cais

O Paço das Artes – instituição da Secretaria de Estado da Cultura– abre no dia 7 de julho, às 19h, a exposição Um Cais para Nino: A imagem na imagem, individual do artista Nino Cais. A curadoria é de Tadeu Chiarelli e a entrada é gratuita.

Com aproximadamente 90 colagens e fotografias (autorretratos) –além de dois objetos/instalações–, a mostra será dividida em núcleos que fazem ressoar gêneros caros à pintura e à fotografia como retratos (individuais e coletivos), natureza morta, nus e paisagens.

Segundo o artista, os trabalhos que serão exibidos pela primeira vez no Paço das Artes foram produzidos nos últimos cinco meses, mas refletem “comportamentos e inquietudes de uns dez anos. As obras são produções recentes, mas não gosto de dizer que estou fazendo algo novo. Tudo é um processo do que venho fazendo há muito tempo”, diz.

O curador Tadeu Chiarelli afirma que a exposição reflete sobre a relação inquiridora que Nino Cais mantém com as imagens impressas do mundo e com sua própria imagem a partir da produção mais recente do artista. “Para tanto –e acompanhando a estratégia de Nino–, a mostra apropria-se da retórica dos gêneros artísticos tradicionais e apresenta ao público as manobras de Nino para embaralhar tal discurso, borrando seus limites e desmascarando seus artifícios”, explica.

Priscila Arantes, diretora técnica e curadora do Paço das Artes, salienta a importância desta exposição de Nino Cais, que já passou pela Temporada de Projetos do Paço das Artes em 2010 –programa destinado a jovens artistas, críticos e curadores. “Considerado atualmente um dos nomes mais instigantes do cenário da arte contemporânea brasileira, Nino Cais retorna à instituição com uma nova e fértil produção”, diz.

Nas colagens que compõem a exposição, o artista realiza uma operação de desnudamento do caráter artificial das imagens retiradas de revistas/livros/catálogos, salientando a materialidade do suporte que as sustentam. Já nos autorretratos, Nino Cais mescla-se aos elementos, conservando sempre seu rosto coberto. O artista conta que sobrepõe materiais, suportes e técnicas de forma intuitiva e às vezes quase “espiritual”. “É um estado de crença. O artista é um feiticeiro. Por isso, a xícara deixa de ser xícara porque acredito nisso”, afirma. Além disso, Nino trabalha com a ideia de corpo-imã. “Tento trazer coisas para meu corpo. O corpo é a matriz do que está em volta”.