Olafur Eliasson: Seu corpo da obra em exposição na Pinacoteca

A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta a exposição Olafur Eliasson: Seu corpo da obra, primeira individual do artista na América Latina que reúne dez instalações em três diferentes espaços da cidade de São Paulo (Pinacoteca, SESC Belenzinho e SESC Pompéia). Todos os trabalhos integram o 17º Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil.

 

Olafur Eliasson (1967, Copenhagen, Dinamarca) é conhecido por suas esculturas externas de grande porte, intervenções no espaço urbano e projetos arquitetônicos. Os processos de percepção e construção da realidade estão no centro de sua pesquisa artística. Suas obras incorporam leis da física, neurologia e óptica convidando o visitante a experimentar fenômenos naturais como neblina, luz, cor e reflexos. Em Seu corpo da obra, Olafur insere seu trabalho e a experiência que ele oferece aos espectadores em situações espaciais marcadas pela ambiguidade entre “dentro” e “fora”.

 

Para a Pinacoteca do Estado, Eliasson desenvolveu quatro grandes instalações que propõem experiências em torno da percepção de cor e orientação espacial. “Na Pinacoteca, o artista usa o espelho como ferramenta óptica para tratar de geometria e percepção, e conversar com a arquitetura do edifício – originalmente clássica, mas objeto de uma célebre intervenção recente do arquiteto Paulo Mendes da Rocha”, afirma Jochen Volz, curador da mostra.

 

Microscópio para São Paulo, 2011. Um caleidoscópio gigante formado por quatro espelhos reclinados que preenchem todo o pátio interno do museu. Os espelhos abrem em direção ao teto de vidro absorvendo toda a luz externa, criando um caleidoscópio com a própria estrutura do telhado. Ao andar sobre a passarela, que corta o pátio, o visitante terá uma visão completa dos reflexos provocados pelos espelhos.

 

Take your time, 2008. No octógono, espaço central da Pinacoteca, um espelho inclinado pendurado no centro do teto gira em torno do seu próprio eixo refletindo tudo o que estiver no espaço. Este trabalho já foi apresentado no Museum of Modern Art ( MoMA), Nova Iorque, em 2008.

 

Esfera de luz lenta, 2011. Uma esfera constituída por uma estrutura metálica e lâminas reflexivas fragmenta e redefine o espaço ao seu redor.

 

Seu planeta compartilhado, 2011. Um conjunto de vidros com filtro colorido e espelhos transformam o Belvedere (terraço do museu) num caleidoscópico esférico. Com este trabalho, o artista propõe ao visitante um outro olhar sobre a cidade.

 

Jochen Volz observa que a obra de Olafur Eliasson deixa claro que muito do que percebemos não está fisicamente fora de nós, mas acontece, de fato, em nosso sistema sensorial. Os filtros azuis e amarelos de Seu corpo da obra (2011), por exemplo, criam o verde em nossa retina, não no espaço. Suas esculturas são como ferramentas que modificam nossa visão de mundo; o prazer lúdico de sua obra nada mais é, na essência, que o prazer da percepção, do aprendizado e da compreensão de nós mesmos.

 

Conhecido por intervenções que despertam interesse para além dos circuitos da arte contemporânea, a exemplo das New York City Waterfalls (Cachoeiras, 2008), Eliasson trabalha com proposições que implicam em um contato cada vez mais direto da obra com o cenário urbano onde está inserida. O ponto de partida para a concepção da exposição brasileira foram as impressões e indagações do artista sobre os espaços da cidade. “São Paulo é vibrante, tem uma presença física muito forte”, diz Eliasson. “Embora a esfera privada permaneça inacessível, tudo o que se pensa e faz é perceptível nas ruas. Em outras cidades, os espaços públicos costumam se separar claramente da vida diária.” Em consonância com as sensações do artista, o projeto é pensado como uma experiência da cidade, em diálogo com a arquitetura dos espaços que ocupa.

 

Sobre o artista

 

Olafur Eliasson nasceu em Copenhague, em 1967, e passou a infância entre a Islândia e a Dinamarca. Formado na Academia Real de Belas Artes, em Copenhague, começou a apresentar suas esculturas e instalações em meados da década de 1990. O processo de percepção da realidade está no centro de sua pesquisa artística, que parte da investigação de questões das ciências e envolve a recriação de fenômenos naturais. Seus trabalhos, muitos de grandes dimensões e/ou instalados em espaços públicos, costumam atrair públicos para além do universo das artes visuais. Entre os mais conhecidos estão o Weather Project

 

(2003), enorme sol feito com lâmpadas, espelhos e fumaça, que atraiu mais de 2 milhões de visitantes ao Turbine Hall da Tate Modern, em Londres; a série de rios que o artista tingiu de verde, em cidades como Los Angeles e Tóquio (Green River, 1998-2001); e as New York City Waterfalls (2008). Professor na Universidade de Artes de Berlim, onde coordena o Instituto de Experimentos Espaciais, desde 2008, o artista mantém na cidade o Studio Olafur Eliasson, laboratório onde 30 arquitetos, engenheiros e artesãos trabalham para criar conceitos, testar e construir instalações, esculturas e projetos em larga escala.

 

A obra de Eliasson foi objeto de mostras no MoMA/PS1 (Nova York, 2008) e da retrospectiva Innen Stadt Außen, no Martin-Gropius-Bau (Berlim, 2010). Em 2003, representou a Dinamarca na 50a Bienal de Veneza. Seus projetos recentes incluem a exposição Your emotional future, no PinchukArtCentre, em Kiev, e a fachada escultural do Harpa Reykjavik Concert Hall and Conference Centre , sede da orquestra sinfônica e da ópera islandesas, em Reykjavik, Islândia.

 

::: Serviço :::

Olafur Eliasson: Seu corpo da obra
De 1º de outubro de 2011 a 8 de janeiro de 2012
Pinacoteca do Estado de São Paulo
Praça da Luz, 02 São Paulo – SP

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