Presente em nosso imaginário cultural desde o sentimento de afeição de Helena por Páris no poema épicoIlíada de Homero (928- 898 a.C), no Eros narrado pela personagem Diotima n´O Banquete de Platão (48-347 a.C), nas reflexões da figura política de Jesus Cristo sobre o ato do perdão, aos deslocados poetas do período romântico até a constatação de Charles de Baudelaire (1821- 1867) sobre a sua impossibilidade na modernidade, o amor talvez seja a maior expressão de sentimento que o ocidente se ocupa, seja na esfera privada, na imaginação poética ou no desejo de unir uma comunidade política.
Tema inesgotável – como mostra a história – é signo para muitos artistas expressarem os anseios de uma época, seja pela infinitude de seus discursos ou por seu caráter de universalidade. A exposição de duas artistas mulheres, Lucrécia Couso e Sylvia Diez, que entra em cartaz no próximo dia 13 de maio (terça-feira), às 19h, no Espaço opHicina, em São Paulo, intitulada “Gostaria de conhecer a verdade?”, com curadoria de João Carlos de Souza propõe uma leitura particular do universo e das experiências de cada artista, como ponto de partida para a proposta estética e a materialização das obras. Imagens e objetos que remetem a situações deste sentimento através de relações colocam o público diante da pergunta-título da exposição.
“O tema amor nasce como proposta das duas artistas e é abordado na forma de signos. As obras foram concebidas a partir deste tema e a exposição não tem a pretensão de discutir o amor ou abordar seu conceito de forma psicológica ou acadêmica.”, aponta o curador da exposição João Carlos de Souza.
Em Sylvia Diez, duas fotografias, dois objetos de instalação e a apresentação da performance “Partum” – que resultará em novo objeto para a exposição – as formas interrogam o sentido de um ciclo intersubjetivo, suas consequências como rompimento, à superação, novo começo e/ou a busca do amor próprio.
“Anima é uma série que fala sobre a alma, sobre a essência de cada um, o sopro das sensações e os seus sentimentos. Um caminho profundo sobre a superação e o encontro com as raízes do amor, o amor próprio”, reflete Sylvia Diez acerca das obras.
No trabalho de Lucrécia Couso, duas instalações – uma fotografia em grande dimensão e instalada no chão e outras fotografias para parede – e um objeto sinalizam a necessidade em interrogar estes signos em situações lacunares, silenciosas, de perda ou não encontro do objeto perdido, rompendo em sentimentos como frustrações, as ausências e as suas esperas.
Lucrécia indica o sentido artístico da sua obra: “Transformar o meu sentimento no teu sentimento, mostrando a tua procura na minha própria escuridão”.
É no encontro de opostos que reside a poética da exposição. Se a pergunta-título da exposição “Gostaria de conhecer a verdade?” sugere a ideia de uma verdade universal, permitindo à exposição uma abertura de possibilidades de leituras para o público. Para o olhar apreciador dos trabalhos, cabe novamente devolver os sentidos com uma nova pergunta: qual ou de quem ou o que é a verdade?, reconstituindo, mais uma vez, a constelação de discurso sobre o amor.
Para quem: Público que aprecia trabalho autoral e a confluência de linguagens como vídeo, fotografia e performance.
Curadoria: João Carlos de Souza.
Onde: Espaço opHicina – Rua Teodoro Sampaio, 1109 – São Paulo (próximo à Praça Benedito Calixto).
Vernissage: Dia 13 de maio (terça-feira), às 19h. Apresentação da performance Partum às 21h.
Data da exposição: De 14 de maio (quarta-feira) a 12 de julho (sábado) de 2014. De segunda a sexta, das 10h às 18h. Sábados, das 10h às 14h.
Quanto: Entrada gratuita.
Infos: Tel. (11) 3813.8466 / (11) 3813.9712 ou www.espaco-ophicina.com.br
Estacionamento Conveniado: Não possui.
Acessibilidade: Sim.
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