Filme que retrata conflito vivido pela filósofa durante a década de 1960, quando cobriu o julgamento do carrasco nazista Adolf Eichmann, será apresentado na próxima terça, 11/3, às 20h. A entrada é gratuita.
Hannah Arendt (Barbara Sukowa) e seu marido Heinrich são judeus alemães que chegaram aos Estados Unidos como refugiados de um campo de concentração nazista na França. Para ela a América dos anos 50 é um sonho, e se torna ainda mais interessante quando surge a oportunidade de cobrir o julgamento do nazista Adolf Eichmann para a The New Yorker.
Ela viaja até Israel, e na volta escreve todas as suas impressões sobre o que aconteceu, e a revista separa tudo em 5 artigos. Começa então o verdadeiro drama de Hannah: os artigos mostram que nem todos que praticaram os crimes de guerra eram monstros, e relata também o envolvimento de alguns judeus na matança dos seus iguais.
No cerne das discussões do filme está o embate entre a filósofa e a opinião pública, que repudiou sua visão de Eichmann e sua versão sobre os judeus colaboracionistas. As críticas são tão fortes que até mesmo seus amigos mais próximos se assustaram. No entanto, Hannah em momento algum voltou atrás, manteve sempre a posição, mesmo com todos contra ela.
Mais do que escrever sobre a “banalidade do mal”, uma das teses mais polêmicas de todo seu trabalho, Arendt modificou para sempre a maneira como as pessoas enxergavam o holocausto. O posicionamento da autora, seu retrato de Eichmann como um simples burocrata e a revelação da cumplicidade dos chamados Conselhos Judaicos na destruição de sua própria comunidade, posteriormente resultou no livro: Eichmann em Jerusalém, que vendeu na época mais de 100 mil exemplares.
Uma das diretoras mais prestigiadas do Novo Cinema Alemão, pertencente à mesma geração que revelou Wim Wenders, Rainer Werner Fassbinder e Werner Herzog, Margarethe Von Trotta buscou compor o perfil de uma personalidade e de uma época no drama, tendo como foco o episódio responsável pela ascensão de uma das mais conhecidas pensadoras do século XX.
Não é a primeira vez que a diretora alia-se à Barbara Sukowa para recriar a vida de personagens femininos históricos. Nos filmes Rosa Luxemburgo (1986) e Os Anos de Chumbo (1981), ambos escritos e dirigidos por Von Trotta, a atriz encarnou a ativista política polonesa no primeiro e a revolucionária Gudrun Ensslin, fundadora do grupo de extrema esquerda Baader-Meinhof, no segundo.
Em Hannah Arendt, cineasta e intérprete entregam-se ao desafio, ainda que sem tomar partido das ideias da filósofa, de retratar uma das pensadoras políticas mais importantes e influentes do século 20, autora do clássico As Origens do Totalitarismo.
O filme tem início às 20h. A entrada é gratuita e a retirada de ingresso tem início uma hora antes. A sessão não é recomendada para menores de 12 anos.
Dir. Margarete Von Trotta | Alemanha | 2012 | Drama/Biografia | 113 min. | DVD
Data: 11 de Março 2014 – terça-feira | Horário: 20h
Local: Auditório do Sesc São José
Endereço: Rua Ipiranga, 155 – Centro
Classificação etária: Recomendação etária 12 anos.
Ingressos: Grátis. A Retirada de ingressos tem início uma hora antes da exibição.
Informações para o público: (19) 3437-9292
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