A Fundação Clóvis Salgado dá início à temporada 2014 da série Sinfônica no Museu, Sob regência do maestro Marcelo Ramos, com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG), que acontece no Museu Inimá de Paula. A partir desse ano, a Série ganha programação dupla, sendo realizada em dois dias seguidos. Estarão em destaque os compositores Richard Strauss, que recebe um tributo pelos 150 anos de seu nascimento, e Dmitri Shostakovich, que homenageia as vítimas do autoritarismo e do fascismo na Rússia. Os ingressos podem ser retirados gratuitamente no local e estão sujeitos à lotação do espaço.
O concerto é dividido em duas partes. A primeira, sob a regência do trompista Sérgio Gomes, integrante da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, será executada a Suíte para sopros, do alemão Richard Strauss. A segunda parte, sob a regência do maestro Marcelo Ramos, terá a obra do compositor russo Dmitri Shostakovich, Sinfonia de câmara para orquestra de cordas que será apresentada pela primeira vez pela OSMG.
Para Fernanda Machado, presidente da Fundação Clóvis Salgado, o caráter permanente da Série Sinfônica no Museu demonstra a solidez da política pública no campo da música erudita. “Nós comemoramos muito o fato desse evento já possuir um público cativo. Isso é muito importante para ampliarmos as possibilidades de inserção da OSMG no dia a dia da cidade”.
A diretora artística da Fundação Clóvis Salgado, Edilane Carneiro, diz que a ampliação das apresentações da OSMG foi pensada para atender à grande demanda do público em 2013. “A partir desse ano, pretendemos promover ainda mais a difusão da música clássica, oferecendo ao público a oportunidade de maior convivência com esse universo”, aponta.
A Série Sinfônica no Museu integra a política da Fundação Clóvis Salgado de democratizar o acesso do público à música erudita. Desde sua estreia, em março de 2010, o projeto já foi visto por mais de 3 mil pessoas.
Programa inédito – Segundo o maestro Marcelo Ramos, a OSMG nunca havia executado essa obra de Shostakovich. O regente explica que o formato do concerto, além da peça do compositor russo, representa um novo momento para a os músicos. “Para nós, é um enorme desafio, não só pela dificuldade de toda a obra de Shostakovich, como pelo seu ineditismo. Essa apresentação evidencia o amadurecimento e o talento da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais”.
O Maestro conta que a Sinfonia de Câmara de Shostakovich é, na verdade, um arranjo de seu quarteto de cordas nº 8. “A obra, composta em 1960, extremamente melancólica, é um tributo às vítimas do autoritarismo e do fascismo na Rússia”. Como curiosidade, Marcelo Ramos lembra que Shostakovich utiliza sua assinatura musical na composição – um criptograma musical, com a abreviatura da assinatura de seu nome DSCH. “Isso traduzido em notas musicais resulta em 4 notas que são a base da Sinfonia-quarteto: ré-mi bemol-dó-si”.
Já sobre a obra de Strauss, Marcelo Ramos diz que foi composta para a orquestra de Meiningen, na Alemanha, a pedido do maestro Hans von Büllow, que viu em Strauss um prodígio e queria lhe dar uma chance de reger e escrever para o naipe de sopros da orquestra. “Von Büllow foi quem estreou as óperas de Wagner, apenas para citar sua importância na história da música. Outra curiosidade, é que foi relatado na época que Strauss regeu a obra sem nenhum ensaio”, ressalta.
Data: 26 a 27 de fevereiro de 2014
Horário: 20h
Local: Museu Inimá de Paula
Endereço: Rua da Bahia, 1201 – Centro
Classificação: 10 anos
Entrada gratuita
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