Nesta sexta-feira (29), às 20h, a atriz Raquel Scotti Hirson sobe ao palco do Teatro Sesc Campinas para apresentar o espetáculo “Alphonsus”, sobre seu bisavô, o poeta simbolista Alphonsus de Guimaraens (1870-1921). A questão “as palavras em ação, ou a ação das palavras?” norteia a peça que conjuga poesia e imaginação para recriar, no corpo, memórias pessoais que conectam a atriz ao bisavô.
O novo espetáculo do LUME Teatro é parte da pesquisa de doutoramento “Alphonsus de Guimaraens: Reconstruções da Memória e Recriações no Corpo”, defendida em 2012, no Departamento de Artes Cênicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). A pesquisa engloba memória e atuação como alimentos para uma escrita que adentra o campo das sensações.
A poesia de Alphonsus despertou a curiosidade e o desejo de conhecer o bisavô mais de perto e descobrir quem foi esse homem capaz de poetar em meio à monotonia de seus longos dias provincianos. A fantasia é elemento fundamental para a recriação dessa memória e para a criação de uma dança cheia de imagens.
Para a criação de seu primeiro solo, Raquel revisitou a técnica da Mímesis Corpórea – que consiste na observação de ações físicas e vocais, posteriormente transformadas em matrizes corporais para a criação de figuras, personagens – e adentrou em uma questão diferencial: a mímesis da palavra como possibilidade de preenchimento de espaços.
Sobre o poeta simbolista Alphonsus de Guimaraens
Afonso Henriques da Costa Guimaraens, mais conhecido como Alphonsus de Guimaraens, nasceu em Ouro Preto (MG) no dia 24 de julho de 1870, e faleceu em Mariana (MG), em 15 de julho 1921. Era sobrinho-neto do escritor Bernardo Guimarães, pai de sua primeira noiva, Constança, morta aos dezessete anos, vítima de tuberculose.
Em 1891 mudou-se para São Paulo para cursar Direito na Faculdade do Largo São Francisco, mas voltou para Minas Gerais onde se formou em 1894, na Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais. Em São Paulo, colaborou na imprensa e frequentou a Vila Kyrial, de José de Freitas Valle, onde se reuniam os jovens simbolistas.
Casou-se com Zenaide de Oliveira, nove anos após a morte de Constança, e teve quinze filhos. Em 1899 publicou “Setenário da Dores de Nossa Senhora”, “Câmara Ardente” e “Dona Mística”. Em 1900 passou a exercer a função de jornalista e colaborador da em “A Gazeta”, em São Paulo.
Alguns anos depois, em 1902 publicou “Kyriale”, sob o pseudônimo de Alphonsus de Guimaraens, projetando-se no universo literário e obtendo reconhecimento restrito, de alguns raros críticos e amigos mais próximos. Em 1903, os cargos de juízes-substitutos foram suprimidos pelo Governo do Estado levando Alphonsus a viver graves dificuldades financeiras e três anos depois foi nomeado Juiz Municipal de Mariana, para onde se transferiu com sua esposa e filhos, dois dos quais reconhecidos autores: João Alphonsus (1901-1944) e Alphonsus Guimaraens Filho (1918-2008).
Ficou conhecido como o “Solitário de Mariana” devido ao estado de isolamento em que viveu. Considerado um dos grandes nomes do simbolismo, e por vezes o mais místico entre os poetas brasileiros, Alphonsus de Guimaraens tratou em seus versos de amor, morte e religiosidade. A morte de sua noiva Constança marcou profundamente sua vida e sua obra, cujo versos, melancólicos e musicais, são repletos de anjos, querubins, serafins, cores roxas e virgens mortas.
Data: 29, sexta-feira, às 20h
Sesc Campinas
Endereço: Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim – Campinas/SP
Local: Teatro
Capacidade: 155 lugares
Classificação etária: 14 anos
Ingressos a venda na Central de Atendimento.
R$ 2,00 (Trabalhadores no comércio de bens, serviços e turismo matriculados no Sesc)
R$ 5,00 (Usuários inscritos, estudantes, professores de rede pública e idosos)
R$ 10,00 (Outros)
*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.
Fonte: Assessoria de Imprensa/SESC