“Estação Terminal” da Cia. Ensaio Aberto estreia no Armazém da Utopia

No próximo dia 20 de julho, a Companhia Ensaio Aberto volta aos palcos cariocas com o espetáculo “Estação Terminal”. Montada pela primeira vez em Londres, no SPILL Festival, e posteriormente no Rio de Janeiro, no rio cena contemporânea. A peça estreia  no Armazém da Utopia,  dia 20 de julho, às 20h e ficará em cartaz aos sábados e domingos até o dia 18 de agosto.

Em “Estação Terminal”, o dramaturgo João Batista se baseou nos livros “Cemitério dos Vivos” e “Diário do Hospício”, de Lima Barreto, que por três vezes esteve internado no Hospício Nacional dos Alienados, no mesmo prédio que abriga hoje o Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ – o Palácio Universitário da Praia Vermelha, onde a peça será montada. Escritor, alcoólatra, negro, pobre e indignado, Lima Barreto concentrou em seu diário sonhos e desejos abortados por um sistema correcional no qual não cabem os diferentes. O diário nos mostra a experiência de reclusão do escritor.

A atriz Tuca Moraes estará sozinha no palco desta vez, apoiada pelo figurino de Mauro Leite e trilha sonora assinada por Felipe Radicetti. Ela contracena apenas com um inflável de 8m de comprimento: “Velatura”, obra de Suzana Queiroga, que serve de suporte cenográfico para o espetáculo. Com a Velatura, podemos ver dentro, fora e através. Ao nos envolver em epidermes vermelhas, nos remetemos ao nosso próprio corpo e seu interior, também vermelho. É quando sentimos que podemos ser/conter as pulsações da arte, músculo sensório e motor da vida.

Como em todos os espetáculos da Ensaio Aberto, a também produtora Tuca Moraes e o diretor Luiz Fernando Lobo, fundadores da Companhia, perseguem a dialética: a infinita possibilidade de misturar técnicas e linguagens, de desconstruir a cena e deixar o mundo falar. Um teatro de intervenção

Instituto Ensaio Aberto / Armazém da Utopia

O Instituto Ensaio Aberto tem como missão consolidar a função social da companhia em parceria com o Governo Federal, por meio da Secretaria Especial de Portos e a Companhia das Docas do Rio de Janeiro. O Armazém da Utopia foi desenvolvido para servir como um teatro referência, que atenda não só às necessidades da Ensaio Aberto, mas também às de outras produções, brasileiras e estrangeiras, bem como às do público. A proposta é oferecer um porto aberto para a pesquisa de linguagem em todas as áreas relacionadas às artes cênicas e plásticas, difundindo valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e aos valores democráticos.

O diálogo com espaços arquitetônicos é uma constante na trajetória da Ensaio Aberto. Em seus 20 anos, já encenou espetáculos no Palácio da Praia Vermelha e no Paço Imperial (RJ), no estádio de futebol Ipatingão (MG) e no Castelo de São Jorge (Lisboa), entre outros locais.