Segunda e mais popular ópera da tetralogia O Anel do Nibelungo, de Richard Wagner, A Valquíriaocupa o palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro – espaço da Secretaria de Estado de Cultura – para comemorar o bicentenário de nascimento do compositor alemão, nos dias 17, 19 e 21 de julho. Antes, no dia 14 de julho, domingo, a ópera será apresentada dentro da programação gratuita do aniversário do Theatro Municipal. Com concepção e direção cênica de André Heller-Lopes e direção musical e regência de Luiz Fernando Malheiro, a produção, apresentada originalmente em 2011 no Theatro Municipal de São Paulo, é a primeira integralmente criada por uma equipe brasileira para esta obra. Nesta temporada, com patrocínio da Petrobras, a montagem contará com a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal e nomes de destaque da cena lírica, como as sopranos Eliane Coelho e Eiko Senda, o baixo-barítono Licio Bruno, a mezzo-soprano Denise de Freitas, o tenor Zvetan Michailov e o baixo Sávio Sperandio, entre outros.
“A obra de Wagner, e em especial o ciclo O Anel do Nibelungo, foi um divisor de águas na cena lírica mundial. A Valquíria é um exemplo poderoso da força e riqueza artística de um gênio que deixou um enorme legado e influencia a arte, em suas mais diversas manifestações, até hoje”, comenta Carla Camurati, presidente da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
O Maestro Isaac Karabtchevsky, que elaborou a programação artística do Theatro Municipal, destaca: “O Anel é um monumento da cultura europeia – o pensamento e a música da segunda metade do século 19 receberam um novo impulso dessa grandiosa epopeia. A relação texto e música, os encadeamentos harmônicos, a visão do leit-motiv gerariam as base de toda a revolução estética que tem acompanhado a música desde então. A realização da tríade ideológica Wort-Ton-Dramma, aquela teoria em que a palavra, a música e a ação cênica são concorrentes em igual medida, se fundem em uma obra total, livre de esquemas convencionais”.
Composta por Richard Wagner entre 1851 e 1853, a ópera A Valquíria – que integra a tetralogia O Anel do Nibelungo, formada ainda por O Ouro do Reno, Siegfried e O Crepúsculo dos Deuses – fez sua estreia em 1869, em Munique. O ciclo completo, no entanto, foi apresentado somente em 1876, no Festival de Bayreuth. Ao todo, foram necessários 28 anos para Wagner escrever e encenar todas as quatro óperas. No Brasil, A Valquíria chegou em 1913, no Theatro Municipal, que desde então já abrigou oito temporadas.
O diretor André Heller-Lopes privilegiou, na concepção cênica da ópera, as questões universais contidas na obra de Wagner: “O projeto se chama O Anel Brasileiro. Estamos em um momento em que o Brasil está em alta, com a autoestima elevada. O que é brasileiro? O Anel fala de poder e da luta para manter esse poder e da relação do homem com Deus. Quis olhar essas questões universais sob a ótica da multifacetada cultura brasileira. Não tinha sentido fazer mais uma Valquíria com casaco de pele, como se fosse um frio rigoroso”, explica. Uma sala de ex-votos, por exemplo, é o refúgio do deus Wotan, no segundo ato, na cenografia criada por Renato Theobaldo e André Heller-Lopes: “O ambiente é a metáfora que escolhi para o desfiladeiro rochoso descrito originalmente, um lugar perfeito para ele se esconder, onde se sente reverenciado, adorado”, exemplifica.
Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Endereço: Praça Floriano, s/nº – Centro
Data:
Dia 14 de julho, às 18h – Programação dos 104 Anos do Theatro Municipal*
Dias 17 e 19 de julho, às 19h
Dia 21 de julho, às 17h
Falando de Ópera
Apresentação:
Salão Assyrio / Av. Rio Branco, s/nº – Centro
Entrada Franca, mediante a apresentação do ingresso
14/07 – 17h15 às 18h
17/07 – 17h30 às 18h30
19/07 – 17h30 às 18h30
21/07 – 15h30 às 16h30
Preços:
- Frisa/Camarote – R$ 504,00
- Plateia / Balcão Nobre – R$ 84,00
- Balcão Superior – R$ 60,00
- Galeria – R$ 25,00
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