A contemporaneidade da obra de Amelia Toledo acompanhada da sua inquietude de produção é sintetizada no nome da exposição O Olhar Atual, que entrou em cartaz no dia 24 de novembro, na Dan Galeria. Obras produzidas nos mais de 50 anos de carreira da artista poderão ser vistas ou revistas em sua diversidade de plataformas, substâncias e experiências.
O aproveitamento das diferentes matérias faz do trabalho de Amelia totalmente plural. Desde as suas Jóias cinéticas, adornos de metal, pedras ou bronze que lidam com o espaço formado pelo vazio, até O Mundo de Espelhos, instalação que permite o reflexo do entorno e da própria obra em si mesma, a relação entre os materiais e seu encontro é o que sempre intrigou Amelia, pois elas provocam uma série de experiências para aqueles que os observam. “Meu trabalho tem tudo a ver com essa diversidade de materiais e a propriedade de cada substância. É o comportamento das matérias, suas técnicas e propriedade que despertam o meu interesse”.
Para além do olhar, as obras penetráveis de Amelia também permitem a utilização do corpo do espectador, que passa a participar da obra ao passear pela mesma. O movimento dos corpos frente aos enormes tecidos de obras como Oceânico ou Caderno de Terra fazem-nos enxergar diferentes pinturas. Nesse sentido, os penetráveis são “um leque de cores frias”, que sugerem o espaço de abertura para o olhar do observador.
As obras públicas de Amelia, como a Programação Cromática no viaduto da Avenida 23 de maio, e o Parque das Cores do Escuro na Vila Maria, ambas em São Paulo, também têm a mesma proposição da apropriação da obra pelo espectador, além de trazer ao espaço público os materiais não convencionais àquele lugar. “Obra pública é muito importante, porque fica”, acrescenta Amelia, que considera a Paisagem subterrânea, obra na estação Arcoverde de metrô, no Rio de Janeiro, a sua obra pública mais completa.
Obras da série Horizontes, uma mescla de pintura e escultura, também estarão presentes na exposição, que fica até 24 de janeiro de 2013. A investigação do espaço da paisagem no espaço pictórico fica evidente em obras como Fatia de Horizonte, formada por chapas que refletem a paisagem produzindo um horizonte vertical e suspenso.
A artista autodidata nasceu em um berço que misturava os dotes artísticos de sua mãe e a produção científica de seu pai e foi desta escola que Amelia passou a admirar os materiais e fazer deles obras de arte. Além das consagradas obras produzidas desde a década de 70, a exposição apresentará duas obras inéditas da artista: “A exposição é um conjunto da obra e tem trabalhos novos que estou pensando agora e ainda não fiz. Quero que o espaço se torne uma coisa só”.
Abertura: 24 de novembro, das 10h às 13h
Visitação: até 24 de janeiro de 2013
De segunda a sexta, das 10h às 18h; sábados das 10h às 13h
DAN GALERIA
Endereço: Rua Estados Unidos, 1638, São Paulo
Tel.: 11 3083.4600
de segunda a sexta, das 10h às 18h; sábados das 10h às 13h
www.dangaleria.com.br
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