O espetáculo Susuné reestreou ontem (3) no Teatro Gonzaguinha no Rio de Janeiro.
Num espaço cênico que sugere um grande arquivo da memória, a atriz/personagem/narradora, junto a um percussionista, faz uma trajetória do processo de construção da sua identidade a partir dos contos afrocolombianos de Amalialú Posso Figueroa. Com uma linguagem cênica contemporânea e uma moldura etnográfica, o espetáculo leva ao palco um inventário de vivências pessoais que se entrecruzam com a narrativa ficcional suscitando reflexões sobre pertencimento, territórios, identidade e memória. O encontro dos dois intérpretes gera em cena um diálogo intercultural, que propõe um fortalecimento do processo de construção e reconstrução da identidade do individuo, principalmente no que se refere à identidade latino- americana.
O espetáculo realizou temporadas nos Teatros Poeira e Centro Cultural Justiça Federal em 2011, com sucesso de público e crítica. Em setembro próximo participará do FILTE, Festival Latino-americano de Teatro da Bahia como convidado.
As Histórias de babás negras do livro “Vean vé, mis nanas negras”, da autora colombiana Amalialú Posso Figueroa, inspiram Carolina Virgüez a investigar sua dupla cidadania. Nascida na Colômbia e há 30 anos no Brasil, a atriz leva à cena, com direção de Antonio Karnewale, uma reflexão sobre a reconstrução da sua identidade e sobre o reconhecimento das semelhanças e contrastes entre as culturas negras do Brasil e da Colômbia. A dramaturgia de Emanuel Aragão faz um ponto de interseção entre o material ficcional e os depoimentos de Carolina.
No palco, além da atriz, o percussionista Michel Feliciano explora os diferentes ritmos, timbres e pulsações presentes tanto nos contos, como no imaginário e na identidade cultural de ambos os intérpretes. O cenário e o figurinos estão a cargo de Marcelo Marques, com direção de movimento de Carmen Luz e iluminação de Renato Machado.
“Somos uma espécie misteriosa: vivemos em um continente, mas nossos olhos são escravos do mar e mal sabemos o que existe lá para dentro, terra além-nós. Esta alienação absurda faz com que o espetáculo Susuné – contos de mulheres negras, performance de Carolina Virguez, desponte como programa obrigatório para todos os que estão em sintonia com a plenitude da vida hoje no mundo.” – Tânia Brandão
Temporada: De 03 de outubro a 01 de novembro.
Teatro Gonzaguinha: Centro de Artes Calouste Gulbenkian.
Local: Rua Benedito Hipólito, 125, centro (próximo à estação Praça Onze do metrô).
Reestreia: 03 de outubro às 20h
Horário: Quartas e quintas, às 20h
Bilheteria: 21- 2221-7760
Lotação: 200 lugares
Preços: R$ 8,00 e R$ 4,00 (meia)
Duração: 60 minutos
Classificação: 12 anos
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