A Fundação Clóvis Salgado apresenta no Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, entre os dias 10 e 17 de julho, a mostra ‘Douglas Sirk, o Mestre do Melodrama’, com a exibição de dez filmes do diretor alemão que fez fama como um dos maiores críticos do cinema hollywoodiano e tornou-se um dos grandes diretores de melodramas do cinema da “Universal Internacional”. Dos longas em cartaz, cinco serão exibidos em 35 mm. O público poderá, ainda, conferir a duas palestras sobre o gênero e a obra de Sirk, apresentadas em meio às exibições no Cine Humberto Mauro. A curadoria ficou a cargo dos pesquisadores Cássio Starling (crítico de cinema da Folha de São Paulo) e Pedro Maciel Guimarães (pesquisador em estética do audiovisual na USP) e do gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado, Rafael Ciccarini.
Dentre os filmes que compõem a mostra, estão grandes clássicos do cinema mundial, como “Imitação da Vida” (1959), “Tudo o Que o Céu Permite” (1955), “Palavras ao Vento” (1956), “Sublime Obsessão” (1954) e “Amar e Morrer” (1958).
Completam a programação as palestras ‘De Sierck a Sirk – entre o cinema popular do Terceiro Reich e Hollywood’, que abordará a dimensão da herança de Sirk junto a cineastas contemporâneos e será proferida por Cássio Starling no dia 12 de julho; e ‘Sirk, formação de um estilo, herança de um gênero’, sobre a transição vivida pelo cineasta ao passar do estilo alemão de fazer cinema para o estilo americano, apresentada por Pedro Maciel Guimarães no dia 17.
Os pesquisadores ressaltam a importância da exibição dos filmes, muitos há mais de 40 anos sem sessões nas salas de cinema do Brasil. “São longas que foram sucesso de público nos anos 50, quando estrearam, mas que depois foram um pouco esquecidos e somente relembrados mais tarde, quando Sirk passou a ser encarado não só como um diretor de filmes populares, mas também como um grande crítico à sociedade tradicional americana dos anos 50”, afirma Guimarães.
Para o Gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado, Rafael Ciccarini, “a mostra é uma oportunidade única para conhecer a obra desse cineasta que é nome central do melodrama, cujo cinema dialoga tanto com o grande público quanto com o cinéfilo mais exigente”.
A entrada para todas as atividades é gratuita, com retirada de ingressos na bilheteria do cinema meia hora antes do início.
Sobre Douglas Sirk
Douglas Sirk iniciou sua carreira como diretor de teatro e depois colaborou com o principal estúdio alemão da época, a UFA. Porém, no início dos anos 1940, com a ascensão do Nazismo, Sirk fugiu para os Estados Unidos para salvar sua mulher, que era uma atriz judia. Entre 1940 e 1959, o cineasta morou nesse país, onde realizou seus mais notáveis trabalhos. Sua atuação foi inovadora ao usar técnicas ainda pouco difundidas na época como o Technicolor e o Cinemascope. Além disso, a obra do diretor se destaca por sua estrutura dramática, já que apresenta mulheres como personagens centrais. Douglas Sirk concedeu um lugar distinto ao que tradicionalmente ocupava a figura feminina no cinema.
Data: 10 a 17 de julho
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes
Endereço: Av. Afonso Pena, 1.537 – Centro – Belo Horizonte – piso inferior
Entrada Gratuita (retirada de senhas na bilheteria meia hora antes do início de cada sessão)
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