Na próxima terça, 27 de março, o sexteto Graveola e o Lixo Polifônico vem a São Paulo lançar seu segundo e elogiado álbum, Eu Preciso de Um Liquidificador. O CD, que conta com patrocínio do projeto Natura Musical e do Governo de Minas Gerais, está disponível para download gratuito no site http://graveola.com.br.
Para celebrar a recepção da crítica e do público, no último mês de janeiro a banda levou show histórico ao suntuoso teatro do Palácio Artes de Belo Horizonte. Com plateia de mais de 1.700 fãs, a apresentação fará parte do primeiro DVD do sexteto, que deve sair ainda neste ano, novamente com apoio da Natura.
Caldo polifônico
Como o próprio nome dá a entender, Eu Preciso de Um Liquidificador é um reprocessamento de diversos gêneros musicais que unem seriedade e diversão, tradição e experimentos, o popular e o imprevisível.
O disco transcende as fronteiras do regionalismo, fundindo referências de incontáveis gêneros brasileiros. Entretanto, o grande mérito do grupo é extrair uma sonoridade original e muito bem amarrada em um total de 14 faixas, todas elas de composição própria, que colocam o Graveola na linha de frente da nova canção popular.
Em “Lindo Toque”, o vocalista José Luís Braga incita o ouvinte a “arriscar e sem pudor”. Esse termo define bem a busca do trabalho dos mineiros: com a habilidade de interligar a naturalidade dos sentimentos mais sutis com a dependência do e-mail, eles trabalham o imaginário de forma latente, com a intenção de provocar uma reação – seja ela amorosa, rítmica ou idiossincrática.
Apresentações viscerais
Antes de gravar Eu Preciso de um Liquidificador, a banda mostrou toda a sua energia vibrante em cidades da Europa, como Lisboa, Bologna, Ferrara e Paris, em 2010.
No ano passado, o Graveola retornou ao velho continente para participar do festival Músicas do Mundo de Sines, cobiçado evento de world music de Portugal. A mesma edição recebeu a cantora paulista Luísa Maita, a lendária dupla de dub/reggae Sly & Robbie e um dos maiores expoentes vivos da música africana, o guitarrista de Gana Ebo Taylor.
De volta ao Brasil, o grupo participou do edital Conexão Vivo e convidou Jards Macalé para dividir os palcos em apresentações em BH e Salvador, no segundo semestre de 2011.
Em fevereiro deste ano, o coletivo Music Alliance Pact colocou a música “Insensatez: A Mulher que Fez”, do primeiro disco da banda, entre os melhores singles do mês. A lista é publicada na seção de música do jornal britânico The Guardian.
Comunidade Dandara e outras causas
Não só compromissado com a diversidade musical, os integrantes do Graveola se dedicam a causas sociais em sua cidade natal. Uma delas é a intensa mobilização que deu origem ao movimento Praia da Estação, surgida depois de um decreto do prefeito de BH de proibir eventos e manifestações na praça de mesmo nome. Alguns dos integrantes da banda ajudaram a dar forma ao protesto.
Outra causa que o Graveola se embrenhou foi o apoio à Comunidade Dandara, onde cerca de mil famílias correm o risco de serem despejadas por conta de posses de terreno. Lá, o sexteto utilizou de sua melhor munição para os moradores não desanimarem: realizou o primeiro show com repertório de Eu Preciso de um Liquidificador e reuniu nada menos que três mil pessoas.
Polifonia reciclada a toda engrenagem e vapor
O Graveola começou mais ou menos como uma brincadeira, em 2004, na capital mineira, misturando MPB com experimentos do rock ‘n’ roll, música latina, iê-iê-iê, surf music, funk, gafieira e R&B.
Seus primeiros integrantes, Luiz Gabriel Lopes (voz e guitarra), José Luís Braga (voz e violão) e Marcelo de Podestá (percussionista e tecladista que atualmente vive na Itália) se conheceram nos corredores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A mistura sonora do trio foi tão instigante que logo ele foi crescendo. Em pouco tempo, Bruno de Oliveira (baixo), Flora Lopes (percussão), Juliana Perdigão (clarinete e voz) e Yuri Vellasco (bateria) completaram a jovem comitiva.
Lançamento do álbum Eu Preciso de Um Liquidificador
Terça, 27 de março de 2012, às 20h30
Rua Pelotas, 141, Vila Mariana – São Paulo, SP
Ingressos: R$ 12 (inteira), R$ 6 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante) e R$ 3 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes)
Censura: 12 anos
(11) 5080-3000
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