A carreira de Paulo José contada em forma de poesia. O documentário TODOS OS PAULOS DO MUNDO, dirigido por Gustavo Ribeiro e Rodrigo de Oliveira, traz um panorama da trajetória de um dos maiores atores dos palcos e das telas do Brasil. O filme será exibido durante a Mostra Internacional de Cinema de SP e contará com a presença do ator, que será homenageado pelo festival.
Produzido por Vania Catani, da Bananeira Filmes, e distribuído pela Vitrine Filmes, o longa mistura imagens de arquivo da extensa carreira de Paulo com momentos atuais, navegando por estilos diversos de documentário sem a preocupação da biografia estrita, numa relação poética livre entre Paulo José, seu legado material e seu autorretrato verbal, mediado pelos realizadores.
Presente no imaginário brasileiro desde os anos 60, os personagens de Paulo José incorporam as inúmeras tradições e contradições do caráter nacional, dessa maneira, além de um documento sobre o artista, TODOS OS PAULOS DO MUNDO lança uma visão sobre o passado recente do Brasil. Ator símbolo dos tempos que atravessou, é, ao mesmo tempo, testemunha e agente das transformações acontecidas no último meio século da nossa história.
Ele traduziu tanto a imagem do espírito livre dos anos 60 (nos filmes com Domingos de Oliveira, Todas as Mulheres do Mundo e Edu, Coração de Ouro) quanto a ressaca do golpe militar e a incorporação do desespero pós-AI-5 (em A Vida Provisória, de Maurício Gomes Leite, e A Culpa, também de Domingos); acompanhou todos os movimentos do cinema brasileiro, da paródia chanchadesca de Cassy Jones, o Magnífico Sedutor (de Luis Sérgio Person), aos dramas da era Embrafilme (como em O Rei da Noite, de Hector Babenco); esteve no coração da Retomada nos anos 90, e seguiu trabalhando com uma nova geração de realizadores surgidas nos anos 2000; com gosto pelo popular, transmitiu da alegria do Shazam, Xerife & Cia ao pesar do Orestes de Por Amor para milhões de brasileiros na televisão, onde, ainda, dirigiu inúmeros programas definidores do meio e cuja influência estética e conceitual se sente até hoje;
SOBRE OS DIRETORES
GUSTAVO RIBEIRO é montador e diretor de cinema e televisão. Vive em São Paulo, Brasil. Formou-se em cinema na FAAP, em 2001, e fez cursos de especialização em montagem na EICTV, Cuba, e na Escola Superior de Desenho e Imagem em Barcelona. Trabalhou em muitos filmes como produtor de finalização, e tem larga experiência como montador de documentários. Após anos na montagem, estreou na direção em 2015, com o curta-metragem Pássaros na Boca, e co-dirigindo a série documental A Vaga, para a HBO. Seus próximos projetos como diretor são o documentário de longa-metragem Som, Sol e Surf, sobre o festival de surf e música que ocorreu em Saquarema em 1976, a ser filmado no segundo semestre de 2016; e o documentário de longa-metragem Marcelo Bratke – Visão da Música, sobre o pianista Marcelo Bratke, em fase de desenvolvimento e captação.
RODRIGO DE OLIVEIRA é crítico e cineasta. Formado em Cinema pela Universidade Federal Fluminense, é redator da Revista Cinética. Em 2010, Rodrigo escreveu o livro Diário de Sintra – Reflexões sobre o filme de Paula Gaitán. É autor do roteiro de Exilados do Vulcão, de Paula Gaitán, prêmio de Melhor Filme no Festival de Brasília 2013. Em 2012, Rodrigo escreveu e co-dirigiu seu primeiro longa de ficção, As Horas Vulgares, lançado na prestigiada Mostra de Tiradentes com sucesso de crítica, e teve sua estreia comercial nos cinemas brasileiros em junho de 2013. Teobaldo Morto, Romeu Exilado, seu segundo longametragem, participou do 14º Foro de Coproducción do Festival de Huelva, na Espanha, e teve lançamento na mesma Mostra de Tiradentes, em janeiro de 2015 e chegou às salas de cinema em abril de 2016. Seu primeiro trabalho em curta-metragem, Eclipse Solar, recebeu o Prêmio Aquisição Canal Brasil na Mostra de Tiradentes de 2016. Atualmente desenvolve o roteiro de Fuga em Ré Menor, com Luiz Pretti, aprovado no edital do Prodav 05/2015 do Fundo Setorial do Audiovisual.