“Caboca parintinense”, é como refere a si mesma Marcia Novo, cantora de voz rouca e arretada do tamanho do Amazonas. Produtora a vista da cultura amazôni- ca, Marcia já gravou e compôs com personalidades de renome na música do norte, como Chico da Silva, Celdo Braga e Eliakin Rufino. Após lançar seu segundo disco “O Novo Som do Beiradão”, no qual transcorre entre o boi-bumbá, a cumbia, o brega, o xote e pelo som do beiradão, a “caboca” agora radicada em São Paulo demarca uma nova fase em sua carreira voltada aos beats eletrônicos. O novo momento da cantora e compositora já conhecida e estabelecida no circuito musical amazonense, inclui a parceria com o selo indie de SP Freak, que assina o lançamento dos seus próximos singles. Marcia dá nome aos bois e in tula a música que produz atual- mente, como “Beira-Beat” – mistura de beiradão (música popular dos bailes de beira de rio, no Amazonas, com influência caribenha) com beats eletrônicos. Tendo como referência o movimento do mangue-beat que nos anos 90 revelou toda uma geração da música recifense, a cantora destaca a música autoral que vem sido pro- duzida em seu estado natal e seu momento de ebulição.
O marco dessa nova fase de Marcia Novo é o lançamento da música “Subindo pelas paredes”, uma regravação de um clássico do brega amazonense que tornou-se hit na voz de Nunes Filho. A escolha da música é oportuna e quase um serviço para a música do Amazonas, já que o “Príncipe do Brega” dispõe somente de uma pequena parcela do seu trabalho musical nas plataformas digitais.
Bem como outras faixas de Marcia Novo que saem pelo selo Freak, “Subindo pelas paredes” foi produzida por Manoel Cordeiro, pres giado produtor musical da Amazônia, que por muitos anos esteve à frente da banda Warilou, grupo clássico da lambada brasileira. Marcia entra para o cas ng de ar stas Freak que inclui nomes como: Garotas Suecas, 2DE1, Raça, Mel Azul, Cupin, VRUUMM, Monza e o projeto Sessions; Coisa Fina & KL Jay.