Ao longo de sua carreira, Steve Aoki construiu um império. Desde a fundação do selo Dim Mak Records em 1996, o californiano evoluiu para se tornar um dos nomes mais influentes da indústria, lançando álbuns de nomes como The Kills, Bloc Party e The Gossip. O DJ e produtor só cresceu desde então, se tornando um talento dos remixes, dando nova cara a trabalhos de Lady Gaga, Drake e Kid CuDi, assim como um produtor de projetos próprios, tendo lançado três álbuns de estúdio incluindo “Wonderland” (2012), que foi sua estreia e lhe rendeu uma indicação a melhor álbum de dance/eletrônica no Grammy Awards. Seu trabalho seguinte, “Neon Future I”, trouxe o hit “Delirious”, com participação de Kid Ink, enquanto seu mais recente trabalho, o single “Just Hold On”, com Louis Tomlinson, recebeu certificado de ouro ou platina em quase 20 países. Hoje, ele se mostra um ícone da música dance, mas isso é só o início do que ele ainda conquistará.
Nos últimos anos, Aoki tem passado por vários estúdios dos Estados Unidos gravando faixas com a nova elite do hip-hop, uma prova da sua habilidade de transcender o gênero e trazer criações além das expectativas do público. O resultado é o mais ambicioso da sua carreira: “Kolony”, um apanhado de trilhas perfeitas para festas que cruza as fronteiras entre EDM e rap, ficando no meio do caminho, com um toque especial.
“Quando eu estava em estúdio trabalhando nesse projeto ou em uma música com alguém para o álbum, todos traziam suas próprias equipes, e eu virava para eles e pensava: esse grupo é como uma colônia”, explica Aoki sobre o título. “Nós somos como uma colônia, porque foi como se a energia naquele lugar ficasse mais vibrante. Tinha muita energia das pessoas passando pelo estúdio, e eu amava aquele espaço para pensar, a colaboração, o espírito”, completa.
“Kolony” marca a primeira imersão completa de Aoki pelo rap, que ele descreve como a construção de uma ponte entre os dois gêneros. O trabalho é uma prova disso, com músicas repletas de ascensões e drops do clássico do dance, mas somados às rimas de alguns dos compositores que mais crescem na cena atual, como Lil Uzi Vert and Lil Yachty to Migos, 2 Chainz e Gucci Mane. “Kolony” chega após Aoki passar algum tempo em estúdio com amigos e colaboradores em viagens, algo que não havia sido premeditado, mas se tornou um caminho natural após sessões de estúdio que capturaram uma mesma onda.
“Eu definitivamente sou um artista que gosta de cruzar limites, colorir fora das linhas, trabalhando com todos os gêneros”, afirma. “Quando estou em estúdio, eu não me vejo como um produtor de EDM. Eu penso em mim mesmo como um produtor, e eu quero fazer a melhor música possível com os artistas com quem trabalho”.
“Without U”, uma das primeiras músicas gravadas para “Kolony”, se mostra também uma das mais potentes. A colaboração com o duo DVBSS com participação de 2 Chainz foi gravada no início de 2016, depois de anos de conversa entre Aoki e o rapper sobre um possível dueto, resultando em uma coprodução que Tity Boi gravou separadamente no estúdio. Os sons sintetizados de “Night Call” foram o produto do suporte mútuo entre Aoki e o trio Migos, gravado no estúdio ATL e trazendo também a participação de Yachty. T-Pain evoca o hino do Queen “We Are The Champions” no refrão de “Litt”, sobre a última sessão de Aoki no estúdio de Las Vegas com Yellow Claw, com Gucci Mane arrematando a gravação. Lil Uzi Vert, que também gravou outro trabalho com Aoki para ser lançado no futuro, traz “Been Ballin”. No restante do repertório, Aoki segue com sua colônia, com os convidados Mase (“4,000,000”), Rich the Kid e iLoveMakonnen (“How Else”), Wale (“If I Told You That I Love You”), Sonny Digital (“Thank You Very Much”) e Jimmy October (“No Time”), com coprodução de Ricky Remedy, Big Gigantic e Bad Royale.
Para Aoki, a jornada em punk e hardcore para o dance foi um caminho bem traçado. Ele foi vocalista do grupo This Machine Kills no final dos anos 90, seguindo para o início da sua carreira de DJ, e, ainda que tenha terminado no dance, ele sempre sentiu suas raízes no hip-hop, sendo “obcecado por N.W.A., Eazy-E, Dr. Dre, Ice Cube, mais o hip-hop da costa oeste” quando criança. “Eu fui criado nos subúrbios de Newport Beach e ficava: ‘meu deus, uma cidade a uma hora de distância tem uma cultura totalmente diferente do que conheço e isso é realmente fascinante”.
Apesar de estar planejando o terceiro passo da sua série “Neon Future”, que teve como amostra o single “Just Hold On” (com Louis Tomlinson”), Kolony marca a imersão no hip-hop que ele deseja explorar nos próximos anos. “Como produtor e alguém que trabalha com todos os tipos de artistas, eu vou continuar trabalhando com artistas do hip-hop e artistas que me ajudariam a criar o conceito de colônia”, afirma Aoki. “Eles não necessariamente devem ser do hip-hop. Sempre que eu sentir que tenho essa colônia, um sentimento de comunidade, então sinto que se encaixa na ideia. Eu realmente sinto que o nome do álbum é uma marca e que vai eventualmente se tornar algo mais do que um álbum”, completa o DJ e produtor.