Djeferson é alto e pesa 120 quilos, mas imaginava brilhar lá no alto do trapézio. No Circo Crescer e Viver, foi dada a ele a oportunidade de se tornar uma estrela. Ygor Coelho vai jogar badminton nos Jogos Olímpicos representando o Brasil. Ele aprendeu que samba tem tudo a ver com raquete e bolinhas depois que seu pai, Sebastião Dias de Oliveira, imaginou que seria possível mudar uma comunidade através do badminton. Mariana Campos saiu de Padre Miguel para realizar o sonho de ser cineasta. Já dirigiu o curta “Amanhecer”, ao lado de Fernando Meireles, e o premiado longa-metragem “Hotel da Loucura”. Seu mais recente trabalho é como personagem no documentário feito pelo Cinema Nosso sobre eles mesmos – uma turma que nos últimos 15 anos vem formando jovens saídos da periferia para produzir cinema e TV com uma identidade própria. Estas e outras histórias incríveis são contadas em cinco longas dirigidos por Lili Fialho e Kátia Lund (“Notícias de uma Guerra Particular” e “Cidade de Deus”) para o festival Reimagine Rio.
Os filmes serão exibidos a partir do dia 11 de agosto no Estação Net Rio, em Botafogo, e em outros cinemas em Santa Teresa e na Zona Sul. Além disso, haverá premières em cada uma das cinco comunidades retratadas nos documentários e mais de 300 sessões gratuitas em 50 pontos alternativos espalhados por toda a cidade e pela Baixada Fluminense. A programação completa estará disponível em breve em www.reimaginerio.com.br e www.riseup.care.
Os documentários trazem histórias marcantes de quem criou e de quem participa do Circo Crescer e Viver, na Praça Onze; do Jongo da Serrinha, em Madureira; do Nós do Morro, no Vidigal; do Cinema Nosso, com sede na Lapa; e do projeto esportivo Miratus, da comunidade da Chacrinha, na Praça Seca. Os cinco longas foram produzidos pela Jabuti Filmes e o Cinema Nosso.
– Estamos pessoalmente movidos e inspirados pela inovação e sucesso dos líderes locais das comunidades do Rio de Janeiro. Quando passamos um dia sambando e jogando badminton com o Sebastião e as crianças do Miratus, fomos profundamente tocados, e nossa descrença desapareceu. ‘Esta é a verdadeira inovação! A verdadeira inspiração!’. Estávamos muito felizes. Como podemos compartilhar essa poderosa experiência com outras pessoas? – pergunta Kirk Bowman, que fundou a RiseUp&Care com Jon Wilcox . “No começo eu levei tantas pessoas quanto eu podia para dividir essa experiência, mas eu queria que o mundo inteiro experimentasse o milagre da Miratus e de Sebastião, assim como as outras histórias que vivemos. Mas como fazer isso? A resposta: com cinema! O cinema viaja, o cinema inspira, reflete poeticamente a realidade. Os filmes são a melhor maneira de sentir e entender o que o Sebastião está fazendo, sentir sua criatividade, inovação, alegria e amor. Nós tivemos muita sorte de encontrar Katia, Lili, Luis e todo o time deles. Nós os desafiamos a fazer cinco filmes marcantes no Rio em um ano para reimaginar a cidade a partir do zero, do começo. Nossa esperança é mobilizar as pessoas durante os Jogos Olímpicos para que elas descubram um novo jeito de imaginar o Rio, experimentando essa bela realidade em cinemas ou exibições públicas. Esta série de filmes rejeita as imagens negativas que estão nas notícias e os estereótipos sobre essas comunidades. Esses cinco filmes reimaginam o Rio a partir de suas bases, a partir das raízes e da alma: um magnífico, criativo e generoso Rio”.
“Não deixe a Peteca Cair” – Badminton
Data: 30/07/2016, às 17h
Endereço: Estrada Comandante Luiz Souto, 452 – Jacarepaguá – Rio de Janeiro/RJ
Sinopse: Quando Sebastião resolveu transformar um terreno íngreme e lamacento em quadra de badminton para ensinar as crianças da comunidade da Chacrinha, Zona Oeste do Rio, ele foi chamado de louco. O esporte era praticamente desconhecido e pouco praticado no país. Quase 20 anos depois, o Brasil participa pela primeira vez dessa modalidade nas Olimpíadas, graças a uma equipe apaixonada e a uma metodologia única e inovadora que une o esporte ao samba carioca. É no compasso do samba que dois amigos se enfrentam na quadra, queimando o tênis e comemorando juntos a conquista de medalhas.
“Loucos Dizem que Somos” – Campinho Show
Data: 10/08/2016, às 19h30m
Endereço: Vila Olímpica do Vidigal /Campinho do Vidigal, s/n – Vidigal – Rio de Janeiro/RJ
Sinopse: Há 30 anos no Vidigal, Guti Fraga não para de ter ideias para interferir e interagir, através da arte, com a realidade e seus personagens de carne e osso. Nos últimos tempos, toda quarta-feira, ele atrai a juventude com seu Campinho Show, espetáculo multidisciplinar baseado no improviso, que coloca cada espectador no lugar de protagonista. É nesse cenário de show de calouros que ele é surpreendido pela primeira geração formada por ele, que se reencontra para homenageá-lo, marcando o início de um novo ciclo.
“No Risco do Circo no Risco da Vida” – Crescer e Viver
Data: 11/08/2016, às 20h
Endereço: Rua Carmo Neto, 143 – Cidade Nova (ao lado da estação Praça Onze do Metrô) – Rio de Janeiro/RJ
Sinopse: Entre malabares e purpurina, a emoção de estar em cena compensa todos os medos, supera todas as dores. É na Praça Onze, berço do circo carioca, que o picadeiro do Crescer e Viver recebe jovens em busca de uma nova forma de ver a vida. Para eles, o aplauso do público é como um cobertor em dia de frio. No picadeiro, entre acrobacias e piruetas, eles descobrem que o risco do circo é o risco da vida.
“Nosso Cinema Nosso”- Cinema Nosso
Data: 12/08/2016, às 19h
Endereço: Rua do Rezende, 80 – Lapa – Rio de Janeiro/RJ
Sinopse: Cinco cineastas e um filme, dentro de outro filme. Como fazer cinema sendo filmado? Que cinema Uerlem, da favela Santa Marta, ama e qual ele quer mostrar para o mundo? Diogo mora em Queimados, duas horas de trem até o Centro do Rio, mas a poesia e o cinema movem seu coração para a Lapa. Lá, ele encontra outros que, como ele, vêm de longe para viver uma realidade em que se veem retratados, recriando o cinema nosso de cada dia.
“Assó, Adorei o Jongo!” – Jongo da Serrinha
Data: 13/08/2016, às 18h
Endereço: Rua Compositor Silas de Oliveira, 101 – Madureira – Rio de Janeiro/RJ
Sinopse: Dizem que o jongo engravidou em Angola, mas nasceu no Brasil. E, se foi nas fazendas de café do Vale do Paraíba que ele deu seus primeiros passos, foi na Serrinha, subúrbio do Rio, que ele floresceu e ganhou novos ares. Se antes era apenas jogado por quem tinha a cabeça coberta de fios brancos, hoje ele é dançado por crianças e jovens. Tia Maria, Pretinho da Serrinha, Suelen, Deli, Luiza, Lazir são alguns dos personagens dessa história.
Exibições nas comunidades:
Festival Reimagine o Rio de cinema
A partir de 11 de agosto
Estação Net Botafogo – Rua Voluntários da Pátria, 88
E circuito a confirmar: www.reimaginerio.com.br
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