Pressa não é palavra de ordem no vocabulário dos quatro garotos do Baltazar, banda carioca que vem colecionando admiradores na cena independente. Disponível nas plataformas digitais, o EP “Pressa” foi gravado em dezembro de 2015, no estúdio Maravilha 8, com produção musical de Daniel Carvalho e auxílio luxuoso de Berna Ceppas, em um raro gravador de fita dos anos 80 para deixar o processo meio analógico e soar antigo, alinhado à estética musical da banda.
Pedro Mib (voz e guitarra), Eric Camargo (guitarra e voz), Jota Costa (baixo) e Pedro Tentilhão (bateria), amigos desde os bancos da escola, caminham agora juntos para a maturidade musical com o lançamento deste EP e suas cinco faixas autorais e inéditas. O primeiro show com a bolacha na mão (que chega da fábrica no próprio dia!) será nesta quarta, dia 11 de maio, no Espaço Cultural Sérgio Porto.
A levada setentista de “Desafinar” abre o EP, que emenda com “São Salvador”, sambalanço inspirado na praça homônima, em Laranjeiras. A sonzeira continua com a rebeldia suave de “Eu não volto mais pra casa”, a dançante “Por quê” – Leo (filho de George) Israel toca os teclados –, e, para fechar, a faixa-título. “Pressa” ganhou um reforço e tanto: as participações de José Ibarra e Lucas Nunes, respectivamente, vocalista e guitarrista da Dônica, banda amiga e incentivadora do Baltazar.
Para o show do Sérgio Porto estão previstas outras músicas, que aguardam a vez de serem registradas em estúdio, como “Impressão”, “Inócua” e “Ninguém”.
Os músicos se juntaram para escrever esse faixa a faixa:
- “Desafinar” (Eric Camargo e Jota Costa)
Fizemos em Laranjeiras, em uma noite comum, quando o Jota pegou o violão que estava desafinado, e quase que instantaneamente, surgiram a melodia, a ideia e um esboço de letra. O violão, completamente fora do tom, acabou gerando a metáfora central da música, que, de certa forma, tenta homenagear aquele outro “Desafinado”, bem mais conhecido de todos.
- “São Salvador” (Jota Costa)
Dependendo da época do ano, se você estiver sentado em um dos bancos que cercam o chafariz da Praça São Salvador, verá exatamente a cena que cantamos nos versos iniciais. A melodia da canção surgiu lá mesmo, junto com a maior parte da letra. Jota avisou à namorada da época e aos amigos que precisava correr para casa para registrar o sambalanço, algo absolutamente novo para nós. Daniel e Berna disseram que precisávamos de sopros nessa música e o maestro Felipe Pinaud foi convocado para fazer o lindo arranjo, que deu à canção todo esse carisma que você pode comprovar.
- “Eu não volto mais para casa” (Eric Camargo)
É uma música simples, que faz reflexões simples sobre como lidar com as diferentes formas de sofrer. Simplicidade também é profundidade. Essa foi uma das músicas na qual o nosso produtor, Daniel Carvalho, mais nos ajudou no arranjo.
- “Por quê” (Eric Camargo, Jota Costa e Pedro Mib)
Fala sobre estar perdido, sobre como é se perder, sobre como procurar o caminho de volta, e sobre o que é de fato se perder. Eric escreveu a canção enquanto estudava na biblioteca de sua antiga faculdade – refletindo exatamente sobre estar ali. A música, com uma pegada mais “funkeada”, conta com participação especial de nosso amigo, Leo Israel, no Wurlitzer e em seu teclado.
- “Pressa” (Jota Costa)
É um pedido de demissão musicado em cima de um diálogo que Jota e a sua mãe travaram quando ele decidiu pedir as contas. Essa música foi feita antes de existir o Baltazar, mas todos se identificaram e ela virou a queridinha da banda – por isso escolhida para nomear o EP. Sempre imaginamos essa música num formato mais épico, e acabamos nos dedicando de maneira peculiar à sua gravação. E ainda chamamos os nossos talentosíssimos amigos Lucas e Zé, da banda Dônica, para gravarem as teclas.
Data: Quarta, dia 11 de maio, às 21h
Local: Espaço Cultural Sérgio Porto
Endereço: Rua Humaitá, 163, no Humaitá
Informações: (21) 2535.3846
Preço: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia entrada para estudantes e maiores de 65 anos)
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