MARTYRS é uma história de horror, amizade, vingança e reconciliação. A refilmagem norte-americana do franco-canadense de mesmo nome foi concretizada através da parceria entre o roteirista Mark L. Smith, as produtoras Blumhouse Tilt, The Safran Company e Wild Bunch – e, por fim, mas não menos importante, os diretores Kevin e Michael Goetz.
Martyrs – Trailer legendado [HD]
O filme não é uma refilmagem quadro a quadro do original Martyrs, com a tinta do original ainda úmida, e sendo um filme tão autoral, não havia sentido em refazê-lo. Os cineastas preferem dizer que MARTYRS foi ‘inspirado’ na obra franco-canadense. Os diretores Kevin e Michael Goetz comentam algumas de suas ideias iniciais sobre o roteiro e o projeto em geral, “o que nos atraiu no roteiro de MARTYRS foi o relacionamento entre Anna e Lucie – e isso se tornou nosso ponto de partida neste projeto – muito mais do que as intermináveis cenas de tortura, pensamos que poderíamos expor esse mundo infernal, mas sob a perspectiva dessas duas amigas que estão lá uma pela outra”, e acrescentam, “depois de algumas conversas com o roteirista Mark. L. Smith, encontramos o produtor Peter Safran e levantamos algumas ideias. Peter Safran concordou com nossa concepção”.
Sobre o elenco, Kevin e Michael Goetz relembram, “escalar o elenco foi fácil – Troian Bellisario fez um teste; nós a conhecíamos da série Malvadas – Pretty Little Liars, mas não a havíamos visto cair de cabeça numa personagem como essa. Seu teste foi impecável – ela estava totalmente comprometida – expressou escuridão, alguma tristeza, lembramos de estar com ela naquela sala e sermos afetados por seu desempenho”. “Bailey Noble (mais conhecida por seu trabalho na série True Blood) tem a dose certa de ingenuidade e confiança. Precisávamos de alguém que pudesse fazer a transição de uma menina pura e delicada para uma guerreira feroz que busca vingança com a angústia que nasceu do amor que sente por sua melhor amiga. Bailey foi capaz de fazer essa transição de forma maravilhosa”, concluem os diretores.
“MARTYRS” POR MICHAEL E KEVIN GOETZ
Como a maioria dos fãs do MARTYR original, nós também ficamos chocados ao saber sobre essa nova versão… Um ‘remake’? A tinta do filme de Pascal Laugier ainda nem havia secado. E o original tem uma quantidade enorme de fãs dedicados… Será que poderíamos lhe fazer alguma justiça? Mas ao ler o roteiro de Mark. L. Smith soubemos que tínhamos que fazer esse filme.
O que mais nos atraiu nessa versão não foi somente a vingança impiedosa das personagens femininas, mas revelar o que aconteceria se Lucie não tivesse morrido como no original. Se ela sobreviveu àquele momento, seria a ligação entre essas duas mulheres forte o suficiente para perdurar? Até onde poderia levá-las? Olhamos adiante e criamos um mundo escuro e assustador, onde o único vislumbre de esperança e bondade poderia nascer do vínculo duradouro de amizade e do amor. Logo soubemos que não era o mesmo MARTYRS – e também não é uma versão (americana) atenuada para agradar às massas. Não, esta ainda é uma história profunda e muito comovente que acontece no mesmo cenário da original – amarrada às sombras de um submundo que é muito real. MARTYRS tornou-se algo próprio – um renascimento para os personagens e para nós – e nunca olhamos para trás.
As histórias mais assustadoras são aquelas que representam o mal verdadeiro encontrado aqui na Terra, enraizado dentro da humanidade. Este é um dos elementos que amamos no original. Adoramos mexer com o conjunto de monstros e fantasmas que há nas mentes e avançar com uma narrativa distinta e sem remorso que abre novos caminhos.
Além de explorar a força que um homem exerce sobre o outro – sequestro, tortura, dor, domínio – MARTYRS também apresenta uma questão existencial: é possível para àqueles que chegam tão perto da morte na Terra realmente ver o outro lado antes de perecer, e trazer essa informação de volta ao mundo dos vivos? Imagine a possibilidade. Imagine o tamanho dessa resposta e você percebe que cultos que procuram por respostas assim poderiam existir e, muito provavelmente, existem. Este é o pior tipo de mal. É o poder supremo aplicado através de delírios de grandeza. Buscar as respostas de um poder superior. Questionar a religião. Sacrificar pelo conhecimento.
Então há Lucie e Anna. Duas garotinhas esquecidas por todos e agredidas pelo mundo que as cerca. Tudo que elas têm são uma à outra. Até onde essa ligação da infância poderia levá-las? Seriam capazes não só de suportar um mal tão palpável e real, mas, em última análise, prevalecer sobre ele? Nós acreditamos que sim. (Michael & Kevin Goetz).