O bloco afro Ilú Obá De Min e as esculturas de gelo de Néle Azevedo são as atrações do evento de encerramento das atividades do Paço das Artes na Cidade Universitária (av. da Universidade 1), que ocorre no dia 19 de março a partir das 15h.
Segundo Priscila Arantes, diretora artística e curadora do Paço das Artes (instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo), a ação é uma homenagem à trajetória do Paço das Artes e a todos as pessoas que já passaram pelo local. “De caráter efêmero, a obra Monumento Mínimo, da artista Néle Azevedo, será recriada na icônica escadaria do prédio, principal ponto de encontro dos visitantes da instituição e também palco de vários eventos já realizados pela casa. Para encerrar as atividades neste edifício com energia positiva, convidamos o Ilú Obá De Min, grupo conhecido por empoderar as mulheres e difundir a cultura afro-brasileira, para uma apresentação na frente do Paço”, diz Arantes.
Monumento Mínimo
Monumento Mínimo é uma série de intervenções urbanas da artista brasileira Néle Azevedo, que já passou por países como Alemanha, Chile, França, Holanda e Inglaterra desde 2005. O projeto, que começou com figuras solitárias, atualmente reúne centenas de pequenas esculturas de gelo, que ocuparão os degraus da escadaria do Paço das Artes.
De acordo com a artista, o trabalho é uma leitura crítica do monumento nas cidades contemporâneas. Em uma ação de poucos minutos, os cânones oficiais do monumento são invertidos: no lugar do herói, o anônimo; no lugar da solidez da pedra, o processo efêmero do gelo; no lugar da escala grandiosa do monumento, a escala mínima dos corpos perecíveis. “A memória fica inscrita na imagem fotográfica. Não está reservada a grandes heróis, nem aos grandes monumentos. Ele perde a sua condição estática para ganhar fluidez no deslocamento urbano e na mudança de estado da água. Concentram-se em pequenas esculturas de homens pequenos, os homens comuns”, afirma.
Ilú Obá De Min
O bloco afro Ilú Obá De Min, que significa “mãos femininas que tocam tambor para o rei Xangô”, é uma intervenção cultural baseada na preservação de patrimônio imaterial, que leva para os centros urbanos as manifestações das culturas tradicionais. O trabalho é coordenado pela arte-educadora e musicista Beth Beli, que desenvolve pesquisa sobre matrizes africanas e afro-brasileiras há mais de 20 anos. O grupo tem como objetivo inserir mulheres, crianças e adolescentes nas culturas tradicionais negras e no estudo das influências africanas na cultura brasileira.
A finalidade destes estudos e das oficinas de percussão e dança é apropriar-se da história e recontá-la a partir da memória ancestral existente no Candomblé, no Jongo, no Maracatu, nos Batuques, entre outras expressões genuínas da cultura popular, e explorar a diversidade cultural e rítmica da música brasileira advindas do legado deixado por ancestrais africanos.
A repercussão do projeto desenvolvido há 11 anos na capital paulista atraiu no Carnaval de 2016 um público de cerca de 20.000 pessoas, que puderam ver o espetáculo Elza Soares Pérola Negra nas ruas do centro e da Barra Funda (zona oeste da cidade).
Data: 19 de março de 2016 – sábado
Paço das Artes
Endereço: Avenida da Universidade, 1, Cidade Universitária, São Paulo – SP
Programação: Monumento Mínimo, de Néle Azevedo, às 15h, e apresentação do bloco afro Ilú Obá De Min, às 17h
Grátis
Livre
Tel.: (11) 3814-3842 | 3815-4895
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