Conhecido por trabalhos que costumam dividir opiniões, o produtor e cineasta norte-americano Michael Bay apresenta o seu mais novo projeto cinematográfico – a adaptação 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi. Em sua história, o cinema já foi utilizado inúmeras vezes, até mesmo como instrumento histórico, para reproduzir fatos comoventes de patriotismo, superação, dedicação, união e às vezes, de adoração exagerada a uma ideologia. Elementos esses que por si só chamam a atenção do público, o que na verdade se torna o grande mérito de filmes que carregam em sua abordagem um cenário de guerra, seja ela ficcional ou realmente em fatos reais.
Em 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi somos apresentados a uma história real, não apenas no contexto histórico, pois não significa necessariamente que uma abordagem cinematográfica seja obrigada a reproduzir os fatos passo a passo, muitas das vezes é criado apenas uma ideia de todo ocorrido. No caso do filme em questão, o que podemos analisar ao final da projeção é que fica evidente a proposta de toda produção/livro, em apresentar um longa totalmente imparcial e bastante corajoso em seu gênero. Tal escolha se torna essencial para o filme, pois ao optar pela imparcialidade dos fatos, a trama não é comprometida, em nenhum momento, por elementos externos que poderiam deixar algumas ações ou personagens descaracterizado.
A história real dos soldados é fascinante, Michael Bay, que também assina a produção do filme, acertou em cheio em retratar em forma de filme essa obra. Na verdade o filme chega em um período bastante oportuno, pois a população norte-americana neste pré-eleição presidencial, vem sendo “bombardeada” literalmente pela tema Benghazi. No filme, somos convidados a nos ambientar no cenário que o filme irá se passar, apresentando dessa forma dois personagens – Jack Silva (vivido pelo ator John Krasinski) e Rone (interpretado por James Badge Dale), que fazem parte de um grupo de seis soldados privados, os quais foram recrutados para trabalhar num complexo da CIA em Benghazi, na Líbia, em 2012.
O que eles não imaginavam é que exatamente no aniversário dos atentados de 11 de setembro, eles precisariam passa por uma das mais difíceis missões que já haviam feito – defender um posto diplomático que recebe a visita de um embaixador americano, e que, obviamente, será um alvo de terroristas. Neste ponto a trama ganha um ar bastante interessante, e até certo ponto desesperador, onde os soldados americanos são colocados em uma situação bastante desconfortante, identificar no meio de um cenário bastante hostil e ainda rodeado de civis e aliados – quem realmente é o inimigo? Essa dúvida e elemento chave em diversos momentos do roteiro, o que acaba trazer ao filme uma ambientação bastante satisfatória e claro um sentimento de dúvida no próprio público.
Baseado no livro “13 Hours: The Inside Account of What Really Happened In Benghazi”, de Mitchell Zuckoff – o longa consegue nos prender do início ao fim, com um ritmo que altera entre momentos lentos, mostrando alguns fatos e contando história, e na medida que a trama necessita o longa ganha um ritmo mais acelerado, com a finalidade de causar toda a tensão vivida pelos soldados naquele dia.
Após tantos filmes com explosões e muito barulho, Michael Bay, consegue fazer um filme sem tanto exagero e mais pé no chão. Aqui vemos Bay bastante diferente de seus projetos anteriores, trabalhando os planos (decupagem) de forma mais limpa e calma, o que reflete positivamente no contexto geral e acaba ajudando bastante em cenas aonde somo obrigados a se atentar a pequenos, mas importantes detalhes, que são apresentados em meio a explosões (aqui usadas de forma bastante convincentes) e cenas rápidas de ação.Os efeitos visuais e toda parte que necessita de explosões, estão condizentes e de acordo com a proposta do filme, não causando nenhum exagero ou desconforto como é de costume nas produções e direções de Michael Bay.
Com atores confortáveis em seus personagens, o que de certa forma conseguimos criar carisma por alguns, contando uma história muito interessante e ainda com uma produção a altura, 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi e uma ótima opção para os amantes de filmes de guerra.
13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi (13 Hours: The Secret Soldiers of Benghazi)
Direção: Michael Bay
Roteiro: Chuck Hogan, Mitchell Zuckoff (book)
Gênero: Ação | Drama | Thriller
Distribuidora: Paramount Pictures
Elenco: John Krasinski, Pablo Schreiber, James Badge Dale.
Estreia no Brasil em: 18 de Fevereiro de 2016
Avaliação (6/10)