Tiganá Santana lança Tempo & Magma no Rio de Janeiro

Primeiro compositor brasileiro a trabalhar com idiomas africanos em suas canções, o poeta, filósofo, compositor e instrumentista Tiganá Santana é reconhecido por lutar pelo fortalecimento da cultura afrobrasileira no mundo. De voz grave e profunda, com um belo timbre, compõe também em inglês e francês com desenvoltura.

Em novembro,  o artista baiano lança seu terceiro trabalho autoral no Rio Janeiro,  em shows nos Sescs Campos (dia 05, quinta), São Gonçalo dia (06, sexta), Copacabana (dia 10, terça) e Tijuca (dia 12, quinta). Gravado no Senegal, após uma residência artística promovida pela UNESCO, Tempo & Magma traz faixas cantadas em kkikongo, kibundo, wolof e mandinka, além de composições em português e inglês, e conta com participação de músicos africanos. Um passeio pelas raízes da África, propondo intercâmbio de sonoridades.

O trabalho funde uma refinada produção instrumental assinada pelos produtores suecos Sebastian Notini e Andreas Unge e uma sonoridade única e inovadora que propõe ao ouvinte um tempo lânguido, dado a reflexões. O álbum tem ainda duas participações femininas de artistas que trazem as raízes africanas em seus projetos: a cantora Céu e a nonagenária sacerdotisa Mãe Stella de Oxossi  (primeira líder espiritual de uma religião matriz africana a tomar posse na Academia de Letras da Bahia).

O jornalista e antropólogo baiano Marlon Marcos identifica em Tiganá “aquela entrega criativa só vista em artistas como Billie Holiday”. – E há também a esfera do sujeito que nasceu para ser no mundo. Ainda que fale e venere raízes, a música de Tiganá é do mundo, no mais amplo sentido de universalidade. Acomoda e incomoda como tem que ser a grande arte – diz ele.

Além das canções do novo disco, integram o repertório do show de lançamento, que já passou pela Bahia e Brasília, músicas de seus dois álbuns anteriores, Maçalê e The Invention of Colour.  Sebastian Notini (percussão) e Ldson Galter (contrabaixo) o acompanham, além do Sobo Bade Band, grupo senegalês integrado por Al Hassane Camara (voz, percussão e cabaça), Ndongo Faye (percussão, sabar e djembe), Dione (babacar e  voz) e Diango Diebakhete (ngoni ).