Hoje, dia 27, às 19h, o Sesc São José dos Campos recebe o terceiro concerto do projeto “Guitarra, adoro Guitarra!”.
O evento, realizado pelo coletivo Tempo Câmara, é uma mostra de cinco concertos que têm a guitarra como protagonista. O projeto começou em junho desse ano e segue até fevereiro de 2016. Cada apresentação conta com a estreia de duas obras, sendo uma de autoria do compositor residente no coletivo e outra colaborativa, elaborada no grupo.
Programa
Sob regência de Evaldo Lopes, o concerto se inicia com a obra Rosna Majamba (ou “Um movimento qualquer”) – Dança final: Prápula, a dança rosnante (2015), escrita por Dino Beghetto.
A voz que ecoa não é mais aquela que grita, e a citação fica a cargo de quem tem a voz. É assim porque a voz sai de dentro queimando e tem como isqueiro as ruínas da captura.
O material que pode ser dito, cantado, exposto, não é o tal do ‘material verdadeiro’, no sentido de ‘original’. Se a verdade existe, ela se refaz audaciosamente e “naturezamente”, de tal modo que ninguém pode expô-la de forma estática, pois tal forma não existe.
A verdade, se ela existe, é a mudança, é a diferença, é o desconforto. Esse desconforto é a fonte da criação, e tem que ter uma grande festa dionisíaca por este triunfo da mente humana! A destruição é forma de criação! A restrição é forma de criação!
A mutação é forma de criação! Se isso tudo importa ou não, eu não me importo. Isso tudo o que? Não me importa. Não tenho que me importar. Não tenho que nada. É tudo um movimento qualquer.
O concerto segue com a obra Simulacro e Ruína 5: linguagens prostituídas (2015), composta por Bruno Ishisaki.
A linguagem serve a todos, mas ninguém a possui. A linguagem é promíscua, não gera valor, não significa a menos que haja arbitrariedade e dominação. As coisas designadas o são por estatuto, mas o estatuto não existe por si só.
O estatuto responde a um projeto de poder. Daí vem a ilusão de que a linguagem é exata, de que serve para exprimir coisas. Tem até quem acredite que dela pode-se extrair verdades. Mas não. A linguagem é apenas mais um rito no sacerdócio dos cômputos.
Encerra o programa o concerto “Sucata em Eb”, composto em 2015 pelo músico Paulo Henrique Raposo.
A peça, dividida em nove movimentos, tem como material principal a canção Nozani-Ná dos Índios Parecis, que vivem no oeste do estado de Mato Grosso, região rica em minérios localizada no eixo da agroindústria do país.
A canção foi transformada a partir dos restos das tecnologias que estão disponíveis ao nosso consumo, algumas delas já obsoletas nos grandes centros.
A apresentação conta também com a composição do músico Bruno Ishisaki com a peça “Simulacro e Ruína 5: linguagens prostituídas”, que aborda os significantes da linguagem.
Data: 27, terça, às 19h
Sesc São José dos Campos
Endereço: Av. Adhemar de Barros, 999 – Jd. São Dimas
Auditório do Sesc
Grátis
Retirada de convites com 1h de antecedência
Recomendação etária 16 anos
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