Entender como e por qual razão parcela da arte contemporânea tem se debruçado em questões que perpassam o arquivo é o mote disparador de Re/Escritura(s) da Arte Contemporânea: história, arquivo e mídia, novo livro de Priscila Arantes, que será lançado no dia 28 de setembro (segunda-feira) na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.
Com a mesma visão apurada com que desenvolveu suas curadorias em torno do tema no Paço das Artes a exemplo de “Livro-Acervo” (2010), “Para Além do Arquivo” (2012), “Arquivo Vivo” (2013) e MaPA: Memória Paço das Artes (2014), Priscila Arantes analisa nesta obra como a constituição do arquivo e da obra-arquivo tem forte relação com a história do contexto da arte contemporânea brasileira.
A autora parte do debate sobre a suposta “crise” da história – e da história da arte – na primeira parte do livro para entender como alguns pensadores têm construído novos modelos de entendimento da história distintos da visão linear corrente no pensamento moderno. Em seguida, foca a discussão no campo da arte contemporânea e investiga como artistas como Rosangela Rennó, Alice Micelli, Lucas Bambozzi, entre outros, vêm trabalhando com material de arquivo a fim de propor novas re/escrituras da história. “Mais do que traçar a trajetória de artistas que emergem de um passado marginalizado para a vanguarda do presente, Arantes reflete sobre suas obras como parte das tradições experimentais do continente latino-americano”, escreve Simone Osthoff no prefácio do livro.
De acordo com a pesquisadora e professora de Arte e Estudos Críticos na School of Visual Arts da Pennsylvania State University, o novo livro de Priscila Arantes é uma contribuição fundamental para os debates atuais a respeito da crise da história e da crítica de arte. “Não será exagero considerar este livro como uma contribuição acadêmica indispensável para as questões do arquivo e da documentação na arte contemporânea”.
Para Márcio Seligmann-Silva, o tema é contagiante e está na ordem do dia. “Ao ler este fascinante ensaio de Priscila Arantes sobre as Re/escrituras da arte contemporânea – história, arquivo e mídia, o que se desencadeou em mim foi uma verdadeira ‘febre de arquivamento’. Priscila, que já é conhecida por suas curadorias no Paço das Artes, na USP, aqui retomadas e analisadas, que gravitam há anos em torno do tema, é também autora do livro não menos instigante Arte@Mídia: perspectivas da estética digital (SENAC, 2005), obra que já apontava para as qualidades dessa paradoxal ‘arqueologia do presente’”, diz.
Sobre o livro
Nos anos recentes, uma série de artistas trabalha a partir de arquivos, documentos e testemunhos criando obras que dialogam com acontecimentos da história e da história da arte. Artistas que trabalham com material de arquivo, que criam arquivos fictícios, que problematizam a questão do arquivamento, e artistas que desenvolvem projetos a partir de uma modalidade arquival têm sido algumas das propostas encontradas no campo da arte contemporânea.
Entender como e por qual razão parcela da arte contemporânea, mais precisamente da arte brasileira atual, tem se debruçado em questões que perpassam o arquivo e o arquivamento é o objetivo principal de Re/Escritura(s) da Arte Contemporânea: história, arquivo e mídia.
Ao longo do livro, a autora procura mostrar como a constituição do arquivo e da obra-arquivo tem forte relação com a própria história do contexto da arte brasileira e, também, como o desenvolvimento dessa produção pode ser entendido como uma espécie de dispositivo para novas re/escrituras da história, da história da arte e da própria obra de arte por parte dos artistas da contemporaneidade.
Sobre a autora
Priscila Arantes é diretora artística e curadora do Paço das Artes, instituição da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, desde 2007. Entre 2007 e 2011 foi diretora adjunta do MIS (Museu da Imagem e Som). É pós-doutora pela Pennsylvania State University (EUA), doutora em Comunicação e Semiótica pela (PUC/SP), pesquisadora, crítica de arte e professora universitária em cursos de graduação e pós-graduação stricto sensu. Em 2007, é finalista do 48º Prêmio Jabuti pela publicação “Arte@Mídia: perspectivas da estética digital” (Ed.Senac/Fapesp). Em 2012, foi contemplada com o prêmio da Getty Foundation (USA), para participar da 101ª Conferência Anual da College Art Association (CAA).
Autora: Priscila Arantes
Lançamento: 28 de setembro de 2015 >> segunda-feira >> 18h30
Local: Livraria Cultura do Conjunto Nacional – Térreo
Endereço: Avenida Paulista, 2073
Tel.: (11) 3170-4033
Editora Sulina/Sul Editores: www.editorasulina.com.br / Tel.: (51) 3311-4082
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