O belo-horizontino Silvio Viegas assume mais uma vez a batuta frente à Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Nesta oportunidade, vai conduzir a dobradinha Sinfônica ao Meio-Dia e Sinfônica em Concerto. As apresentações têm um atrativo a mais: contam com solo de quatro músicos da OSMG na obra Sinfonia Concertante em mi bemol maior, para oboé, clarineta, fagote e trompa, de Mozart. A Sinfonia Nº 4 em lá maior, de Felix Mendelssohn, completa o programa.
Apesar de já estar familiarizado com a Fundação Clóvis Salgado – já atuou como Diretor Artístico, regente titular do Coral Lírico de Minas Gerais e convidado em diversas apresentações da Orquestra Sinfônica e do Coral Lírico – Silvio ainda não regeu um concerto da série Sinfônica ao Meio-dia. Para o maestro convidado, a apresentação é única pois reforça o caráter público da Orquestra. “Vivemos um momento em que precisamos pensar o acesso à música erudita em geral. A gente faz arte para o público, esse é o nosso motivo de existir. É importante apresentar-se em projetos como esse porque damos a oportunidade de várias pessoas conhecerem e explorarem a música erudita”, destaca.
O concerto começa com a interpretação da Sinfonia Concertante em mi bemol para oboé, clarineta, fagote e trompa, K297b, de Mozart. Dividida em três movimentos – Allegro, Adagio e Andante con variazoni – a obra conta com quatro solos. Os músicos da OSMG Raquel Carneiro (fagote), Sérgio Gomes (trompa), Tálita Capra (oboé) e Walter Junio (clarineta) foram convidados para se apresentar. “O grupo profissional da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais é muito forte. É sempre muito importante e positivo dar essa oportunidade de crescer, de se superar. Ao mesmo tempo, o público tem a oportunidade de conhecer esses ótimos profissionais. No final, quem ganha é a própria orquestra”, afirma Silvio Viegas.
O Maestro lembra uma controvérsia que marca essa obra de Mozart. Segundo ele, é sabido, por meio de cartas e anúncios de concertos que o autor compôs uma sinfonia concertante por volta do ano de 1777, contemplando os quatro instrumentos de sopro, a pedido de um empresário francês. Entretanto, os originais da obra foram perdidos. Apenas no século XIX, o historiador Otto Jahn encontrou a partitura que foi atribuída a Mozart. “Há quem desconfie. Além da ausência da partitura, questionam a tonalidade escolhida. Mozart tinha escrito outra Sinfonia Concertante, essa para violino e viola, que também é em mi bemol. Tem gente que acredita que ele não iria compor duas sinfonias com a mesma tonalidade”, explica. Em sua defesa, de acordo com o Maestro, a obra tem a beleza e a qualidade da composição, características que a tornaram mundialmente famosa.
A Itália por Mendelssohn – A Sinfonia Nº 4 em lá maior, O.p. 90, conhecida como Italiana, foi uma das obras resultantes da turnê que Mendelssohn fez pela Europa entre 1829 e 1831 e gerou outras composições célebres, como As Hébridas O.p. 26, inspirada em visita feita à Gruta de Fingal, no arquipélago da Escócia. Após três anos de trabalho, em 1833, Felix Mendelssohn conseguiu terminar a Sinfonia nº 4, composição que buscou retratar a alegria e a animação da Itália, país em que foi muito feliz em sua visita.
A obra é dividida em 4 movimentos – Allegro vivace, Andante con moto, Con moto moderato, Saltarello Presto – e conserva o brilhantismo e a alegria que o compositor alemão enxergou na Itália. Sua imersão foi tamanha que introduziu elementos da própria cultura italiana na obra. “O quarto movimento possui a forma de uma dança napolitana, chamada Saltarello, de efeito rítmico e que exige grande virtuosismo por parte da Orquestra”, completa Silvio Viegas.
Apesar de ser considerada uma das suas peças mais alegres, Felix não ficou completamente satisfeito com a obra, que foi revista em 1834, e o compositor chegou a planejar versões alternativas dos segundo, terceiro e quarto movimentos.
Local: Grande Teatro do Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1537 – Centro
Data: 21 de julho
Horário: 12h
Entrada gratuita
SINFÔNICA EM CONCERTO
Local: Grande Teatro do Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1537 – Centro
Data: 22 de julho
Horário: 20h30
Ingresso: R$10 (inteira) e R$5 (meia-entrada)
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