Retrô-futurista e brasileiríssimo, Donatinho apresenta Zambê, vencedor como melhor álbum eletrônico, do Prêmio da Música Brasileira 2015, na Miranda. A apresentação está marcada para o dia 07 de julho, com abertura da casa às 20h.
Era o ano de 97 quando um certo carioca de 12 anos ouviu pela primeira vez Head Hunters, álbum de Herbie Hancock, num dos instantes mágicos em que a arte exerce seu papel sublime de mudar paradigmas.
É verdade que Donatinho nunca pode reclamar do playground à sua disposição nas estantes e musicalidade do pai, João Donato, o enfant terrible da música brasileira cada vez mais cultuado, mas foi ao colocar nos ouvidos a fusão de jazz e sintetizadores do genial pianista americano que foi definitivamente atingido pelo cupido.
Autodidata – “um caminho mais difícil, certamente, mas com possibilidades mais originais”, diz ele –, aos 30 anos é conhecido como um dos mais criativos e inquietos talentos dos novos ares da música brasileira. Os sons que saem de sua coleção de teclados vintage e de suas programações já há uma década vêm contribuindo para a música de artistas como Gal Costa, Paralamas do Sucesso, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan, Vanessa da Mata, Ana Carolina, Ivete Sangalo, Donatão e até a dupla Sly & Robbie, entre outros nomes.
Mas é em Zambê (Pimba/ Dubas Música), seu álbum solo de estreia que ganha show de lançamento na Miranda, em 07 de julho, já eleito melhor álbum de música eletrônica pelo Prêmio da Música Brasileira 2015 – Zambê saiu em formato digital em 2014 e acaba de chegar às lojas em CD -, que sua musicalidade se mostra em amplitude.
House, electro, trip-hop, hip-hop, dub e outras vertentes eletrônicas vindas de sintetizadores, piano rhodes, baixo synth e programações sedimentam as faixas, mas sempre dispostos a passos inusitados com parceiros bem nacionais, como samba, choro, moda de viola caipira, côco, ponto de candomblé, canto indígena e carimbó. Futurismo-retrô. E brasileiro. “Sou encantado pela música brasileira. Culturalmente falando, o que nos une é a língua, porque há muitos países dentro do Brasil, e sonoridades regionais riquíssimas, mas pouco valorizadas. Como um carioca vai saber o que é o carimbó, se não toca no rádio?”, comenta ele.
No show, que começa com a história do personagem futurista de figurino branco com luzes de LED acesas encarnado por Donatinho contada em formato de quadrinhos no telão, ele recebe convidados especiais do disco, como Dona Onete, musa do carimbó chamegado paraense que faz os vocais de “Dança dos Urubus”, assinada a seis mãos com ela e Kassin, e a maranhense Rita Benneditto (ex Rita Ribeiro), em formato virtual, com vídeos criados especialmente para fazer do palco um espetáculo audiovisual.Antes e depois da apresentação discotecagem de Zéh Pretim, ZéDoRoque e Raphael Lima
Gravado sem os samples geralmente predominantes nos trabalhos que propõem a fusão de música eletrônica e brasilidades, Zambê é um disco de canções originais, permeado pelos sons vintage de seus teclados analógicos, com produção de Donatinho e Alex Moreira, do grupo Bossacucanova. “Desde que experimentei um instrumento analógico, nunca mais quis saber dos digitais”. Um parque de diversões particular, repleto de amigos e brinquedos para um novo mago dos teclados se divertir com seu carrinho de rolimã – de LED, claro.
Antes e depois do show, discotecagem de Zéh Pretim, ZéDoRoque e Raphael Lima
Data: 07 de julho, terça-feira
Horário: Abertura das casa às 20h l Show às 21h30
Local: Miranda
Endereço: Espaço Lagoon – Avenida Borges de Medeiros, 1424 – Piso 2 – Lagoa – Rio de Janeiro
Capacidade: 320 pessoas
Classificação: 16 anos
Ingressos (pista): R$ 30,00
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