No dia 12 de abril, o Projeto Ervas SP fará uma expedição coletiva, uma oficina de desenho e uma projeção de vídeo no Elevado Costa e Silva para mostrar à população as ervas daninhas existentes na construção, o mapeamento feito e os nomes científicos das plantas. Nesse dia será entregue à população, gratuitamente, um catálogo/arquivo sobre as ervas encontradas, registradas em desenhos e fotos.
Um projeto que busca a arte em sua forma pequena e discreta, que percebe a fragilidade da vida e da morte, de hoje estar e amanhã não estar mais. E ninguém chorará por essa morte. Estamos diante de uma conceituação poética do que é o projeto Ervas SP, gestado pela artista visual Laura Lydia desde 2010, mas que agora, contemplado pelo Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais 2015, brota para a população.
O que a artista fez? A partir de uma ideia surgida em 2010 sobre ervas daninhas no Elevado Costa e Silva – o “Minhocão” – e com o apoio do prêmio da Funarte em 2014, Laura mapeou a via e encontrou cerca de 40 espécies de vegetação ao longo do trajeto que sai da Consolação e vai até Perdizes/Barra Funda. São quase 1.500 plantinhas nascidas em meio ao asfalto, enfrentando carros, sol, ventania, granizo, chuva e pessoas. Nessa etapa de identificação das plantas, Laura contou com a ajuda do biólogo e fotógrafo Vitor Barão. As expedições realizadas pela artista na via para recolhimento de material de pesquisa iniciaram-se em janeiro de 2015.
Essas plantinhas crescem em um local para o qual não foram ‘convidadas’, por isso o ‘daninhas’ na conceituação científica, pois são chamadas assim por brotarem irregularmente em locais inapropriados. Sim, é um sinal de recolocação da vida vegetal em um espaço que originalmente era delas. São manifestações naturais registrando seus fenômenos e sua existência.
A pesquisa nasceu da inquietude da artista Laura Lydia, de origem um pouco espanhola e outro tanto inglesa e francesa, mas brasileira desde muito cedo. É formada em Artes Plásticas (Bacharelado e Licenciatura) pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp e é pós-graduada no Centro Cultural Mariantônia (Linguagens da Arte). Já morou em Ubatuba, Inglaterra, São Paulo e atualmente trabalha no Rio de Janeiro, onde também fixou residência.
Para a artista, as ranhuras no asfalto são manifestações inevitáveis da matéria, são aparecimentos de vida: do solo impermeabilizado que se move com a influência do calor, da umidade, do crescimento de raízes… E se dessas ranhuras brotar vida, plantas, ervas? Muito melhor, porque conforme afirma Laura, “isso prova que a vida quer acontecer, tem necessidade de acontecer”.
Ministrada pela artista visual e idealizadora do projeto, Laura Lydia.
Horário: 15h às 16h30. 15 vagas.
Inscrições pelo e-mail: goitacaproducoes@gmail.com a partir de 20/03.
Local da oficina: na entrada do Elevado, pela parte de Perdizes/Barra Funda.
Expedição coletiva pelo Elevado Costa e Silva para apresentação das intervenções, com a artista Laura Lydia e o biólogo Vitor Barão.
Horário: 16h30 às 17h30.
Local de inicio: Elevado Costa e Silva na altura do acesso do metrô Marechal Deodoro.
Roda de conversa com a artista Laura Lydia e o biólogo e fotógrafo Vitor Barão.
Horário: 17h30 às 18h30.
Local: na entrada do Elevado, pela parte da Consolação.
Projeção de vídeo no Elevado Costa e Silva.
Horário: 18h30 às 20h.
Local da projeção: na entrada do Elevado, pela parte da Consolação
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