Comédia musical dos americanos Greg Kotis e Mark Hollmann, o espetáculo URINAL, O MUSICAL estreia dia 3 de abril, sexta-feira, às 21h, no TEATRO DO NÚCLEO EXPERIMENTAL. Montagem original estreou em Nova York, em 2001, e foi vencedora de três prêmios Tony. Versão brasileira dirigida por Zé Henrique de Paula, com direção musical de Fernanda Maia, reúne treze atores e cinco músicos no elenco. A peça aborda a questão da escassez de água. Projeto foi contemplado pelo Prêmio Zé Renato de Teatro.
Em URINAL, O MUSICAL uma seca de vinte anos (época conhecida como os Anos Fedidos) causou uma terrível falta de água, fazendo com que banheiros particulares deixassem de existir. Toda a atividade sanitária da população é realizada em banheiros públicos controlados por uma megacorporação chamada Companhia da Boa Urina, comandada pelo ardiloso Patrãozinho. Para controlar o consumo de água, as pessoas devem pagar para usar essas dependências.
Há leis severas garantindo que o povo pague para fazer xixi, e se elas forem quebradas, o culpado é enviado para uma suposta colônia penal chamada “Urinal”, de onde os criminosos jamais retornam. Tudo caminha bem, até que o jovem Bonitão, incitado pela bela e radiante Luz, aprende a ouvir seu coração e inicia uma revolta popular que pode mudar o destino de todos. A peça se inicia com uma saudação de boas vindas do Policial, o narrador, assistido pela jovem de rua Garotinha.
“A escolha do texto se deu, principalmente, pela atualidade e contundência dos temas que aborda: o consumismo, o poder das corporações, a escassez de recursos naturais e a vida em padrões sustentáveis. Em meio à maior crise hídrica já vivida no estado de São Paulo, nos parece essencial trazer ao debate as consequências de um estilo de vida que já ultrapassou todos os limites de sustentabilidade. Por meio do humor e da música, questões urgentes são trazidas à cena, ilustrando um futuro apocalíptico que em muito se assemelha ao presente que vivemos”, afirma o diretor Zé Henrique de Paula.
Montagem tem como inspiração principal os cabarés alemães na primeira metade do século XX, especialmente da obra de Brecht e Weil. “Os próprios autores declararam beber diretamente da Ópera de três vinténs, cuja ambiência sombria e decadente lembra muito a de URINAL. Ao mesmo tempo, a peça é uma distopia futurista a la George Orwell e Aldous Huxley, o que nos impeliu a estudar essa forma específica e as inúmeras maneiras de aplicá-la a uma encenação teatral”, completa Zé Henrique.
“Em URINAL experimentamos trabalhar com um musical americano em moldes completamente diferentes dos que observamos em musicais desse tipo, mesmo em nosso país. Primeiro, não realizamos audições, o elenco é quase todo formado por de atores com grande experiência em teatro e com pouca ou nenhuma experiência em musicais. Segundo, o tratamento sonoro, há uma heterogeneidade muito grande de idades e tipos físicos dentro do elenco e isto se reflete na sonoridade do grupo”, afirma a diretora musical Fernanda Maia.
Uma banda instrumental formada por piano, baixo, bateria, clarinete, saxofone e trombone acompanham o espetáculo. A cenografia e figurinos são assinados por Zé Henrique de Paula. A peça se passa em vários espaços, foi criado um dispositivo cenográfico com escadas e níveis, que multiplicam e diversificam esses ambientes. A inspiração são os becos vitorianos, as imagens de Gotham City, as fábricas abandonadas e a arquitetura dos banheiros públicos no fim do século XIX.
Os figurinos criam uma mistura de épocas, para alcançar esse futuro indefinido onde se passa a ação da peça. Uma referência muito especial foi o estudo de um ramo da moda chamado moda pós-apocalíptica ou moda distópica, que se utiliza de sobreposições de camadas para causar um efeito de estranhamento e devastação. A luz de Fran Barros atua como um comentarista da ação, com seus climas sombrios, utilizando-se também de luz fria e outras fontes alternativas de iluminação.
“É muito importante salientar que a grande maioria dos recursos materiais usados na montagem (material de cenário, figurino e iluminação) foi reciclada e não comprada. Tecidos, madeira, ferragens, aviamentos, mobiliário, objetos, tudo foi reciclado de doações recebidas e acervo do grupo. Esse material recebeu tratamento adequado e foi customizado às necessidades da produção, gerando aproveitamento integral de recursos e mínima geração de resíduos durante sua execução”, finaliza o diretor.
Realizado pelo Núcleo Experimental com recursos provenientes do Prêmio Zé Renato de apoio à produção e desenvolvimento da atividade teatral para a cidade de São Paulo, URINAL tem preparação de atores de Inês Aranha, que também é responsável pelas coreografias ao lado de Gabriel Malo. O projeto sonoro é de Raul Teixeira e a coordenação de produção de Claudia Miranda.
Estreia dia 3 de abril de 2015, sexta-feira, às 21h
Temporada: Até 6 de julho.
Horário: Sextas, Sábados e Segundas, às 21h. Domingos, às 19h
TEATRO DO NÚCLEO EXPERIMENTAL
Endereço: Rua Barra Funda, 637 – Barra Funda
Duração: 1h50 minutos (mais 15 minutos de intervalo)
Recomendação: 10 anos
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$20,00 (meia)
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