A Semac (Secretaria Municipal da Ação Cultural) divulga o balanço de público do 9º Fentepira (Festival Nacional de Teatro de Piracicaba) e da 21ª Mostra de Teatro Estudantil, realizados de 13 a 23 de novembro. Ao todo 9.480 espectadores acompanharam as 40 atividades, entre espetáculos, oficinas, esquetes cômicos e debates no Engenho Central, Teatro Erotídes de Campos, Teatro do Sesi, Colégio Piracicabano e praça José Bonifácio.
Como forma de contribuir para a formação do público, o intercambio de ideias e o desenvolvimento das artes cênicas, o Fentepira e a Mostra Estudantil integram o Calendário Oficial de Eventos de Piracicaba. “Nossa preocupação é ampliar a experiência do público com o fazer teatral. Esta edição trouxe uma cartela vasta de produções e abriu espaço para que os grupos apresentassem suas pesquisas e linguagens”, pontua Rosângela Camolese, secretária da Ação Cultural.
Segundo Rosângela, a soma de fatores contribui com o público recorde, entre elas o caráter não competitivo do Fentepira e a inclusão da Mostra de Teatro Estudantil na programação. “Nossa preocupação não é com os números, mas o crescimento evidencia também o resultado do trabalho com as escolas das redes pública e privada. É um evento para todos os públicos, mas nesta edição incentivamos de forma intensa a participação das crianças e dos adolescentes na programação”, lembra.
A curadoria desta edição foi reassumida pelo ator e diretor Roberto Rosa, que elogiou a participação dos grupos. “Fiquei satisfeito ao perceber que as companhias selecionadas queriam estar presentes no Fentepira. A integração ficou evidente após as apresentações, nos agradecimentos e nos bate-papos”, avalia ele, que pensou em propostas mais ousadas na dramaturgia e na própria encenação para compor a mostra oficial.
EMOÇÃO
Após a apresentação de Saltimbembe Mambembancos, espetáculo do Grupo Rosa dos Ventos que encerrou a programação no domingo, 23, o doutor em história social Alexandre Mate avaliou como emocionante a nona edição. Ele esteve acompanhado de Fátima Saadi, pesquisadora carioca radicada em Portugal que é dramaturgista do Teatro do Pequeno Gesto e editora da revista de ensaios Folhetim, e da coleção Folhetim/Ensaios.
Para Mate, que é debatedor do Fentepira há cinco anos, esta foi a edição em que ele mais se emocionou. “Senti uma aproximação maior da comunidade. A programação contemplou diferentes formas de pesquisas, gêneros e espaços. São processos significativos para a formação de público”, diz ele, que é professor de artes cênicas na unidade paulistana da Unesp (Universidade Estadual Paulista). Mate produziu críticas sobre os 11 espetáculos da mostra oficial, publicados no blog oficial do Festival.
Na avaliação de Fátima Saadi, pela primeira vez no evento, Piracicaba dá exemplo com o nono Fentepira. “Formou-se, sobretudo, uma espécie de escola informal, entre público e companhias. Pelo que pude acompanhar dos trabalhos dos grupos, com suas pesquisas e linguagens, percebo que eles carregam o teatro para o lugar do encantamento, do pensamento, da luta e da reflexão crítica da realidade. É isto o que o teatro faz: ensina a pensar e a imaginar.”
PROGRAMAÇÃO
Realizados de forma integrada, Mostra Estudantil e Fentepira aconteceram em períodos distintos. Os 14 grupos da capital e interior (Piracicaba, São Bernardo do Campo, Mogi das Cruzes, Boituva e Quadra) nativos das redes pública e privada de ensino apresentaram 19 espetáculos nos dias 13, 14 e 17 para 3.990 pessoas, enquanto o Festival foi realizado entre 15 e 23 de novembro e teve 5.490 espectadores.
A abertura do 9º Fentepira foi feita pelo grupo Barracão Teatro, de Campinas, com o espetáculo O Ponto Alto da Festa na praça José Bonifácio. O local também recebeu Otelo e a Loira de Veneza ou o Pancadão da Traição, da Cia. Lona de Retalhos, de Santo André. No Armazém 7A do Engenho Central, além do Circo Teatro Rosa dos Ventos no encerramento, houve a Cia. de 2, de São José dos Campos.
O Teatro Erotídes de Campos concentrou seis apresentações. Da capital paulistana foram a Cia. Ato Reverso com Maria Inês ou o que Você Mata pra Sobreviver?; Ana Núcleo Artístico com o infantil Ana na Árvore; e Cia. EmVersão, com a peça Epitáfio. A trupe carioca Frederico e Osório Produções Culturais encenou Fábrica de Chocolate, enquanto o grupo piracicabano Por Volta de Logo Depois trouxe Maria, Sou Eu e o grupo Tecelagem, de Jacareí, apresentou Monóculo.
A mostra oficial foi composta ainda pelo espetáculo Velhos Caem do Céu como Canivetes, da Pequena Companhia de Teatro, do Maranhão, tendo como palco o Teatro do Sesi, na Vila Industrial.
A programação paralela trouxe cinco esquetes cômicos dos grupos Ronaumrose, Vida em Ação, Sexta-feira Pode Tudo e Cia. Pimenta. Dois espetáculos infantis do projeto Diversão em Cena foram incluídos: A Bela e a Fera, com a Roma Produções, de Piracicaba, e Os 3 Porquinhos, com a trupe paulistana da Le Plat du Jour.
A orientadora de artes cênicas do Sesi Piracicaba, Fátima Monis, integra a comissão organizadora desde a primeira edição e destaca a procura dos grupos pelo Festival. Ela cita como exemplo o recorde de 346 inscrições de 17 estados e 89 cidades brasileiras, além de uma de Buenos Aires, na Argentina. “É um importante indicativo sobre a qualidade alcançada pelo Fentepira nestes anos. É um festival novo, se considerarmos os outros realizados no país, mas já possui a simpatia das companhias.”
O 9º Fentepira e a 21ª Mostra de Teatro Estudantil foram realizados em parceria com o Sesi Piracicaba, Senac Piracicaba, Colégio Piracicabano, Ponto de Cultura Garapa, Apite! (Associação Piracicabana de Teatro), Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), Secretaria Municipal de Educação, Centro de Comunicação Social e Rádio Educativa FM.