A dramática realidade de superlotação e de controle das galerias internas por grupos de organização criminosa do Presídio Central de Porto Alegre será mostrada em Milão, na Itália, através da exibição do documentário Central – O poder das fações no maior Presídio do Brasil. O filme vai participar da mostra não competitiva do Agenda Brasil – Festival di cinema brasiliano, ao lado de outros grandes títulos brasileiros (Cinema Novo – Filme, de Eryck Rocha, Elis – O filme, de Hugo Prata e Chico artista brasileiro, de Miguel Faria Jr) premiados em festivais nacionais e internacionais.
A diretora Tatiana Sager, o codiretor e roteirista Renato Dorneles e o produtor milanês Luca Alverdi estarão na cidade italiana para levar o debate sobre segurança pública, direitos humanos e falência do sistema prisional no Brasil.
O Festival Agenda Brasil acontece desde 2012 e é um evento anual de cinema e cultura do Brasil, organizado pela Associação Vagaluna com o patrocínio da Embaixada do Brasil em Roma e o Consulado Geral do Brasil em Milão.
Sobre o filme
O documentário é inspirado no livro Falange Gaúcha – a história do Crime Organizado no RS, de Renato Dornelles, que aborda a dimensão das disputas de poder entre as facções, os conceitos de violência simbólica e econômica, segregação e vulnerabilidade social e, ao mesmo tempo, os conceitos de vingança privada, universidade do crime e o senso comum, expresso no ditado popular “bandido bom é bandido morto!”. Lançado nacionalmente no dia 30 de março, ‘Central’ está em cartaz, além da capital gaúcha, em Caxias do Sul e em quatro cidades de Santa Catarina (Balneário Camboriú, Criciúma, Joinville e Blumenau).
Com sessões lotadas em Porto Alegre e com grande aceitação por parte do público nas demais cidades, o filme é unanimidade entre os críticos como um documentário impactante que revela com qualidade a dimensão das disputas de poder entre as facções dentro da cadeia e a realidade de vulnerabilidade social a que são submetidos os detentos. Para muitos, Central é um filme necessário para entender a lógica entre o caos do sistema carcerário no Brasil e a onda de violência e criminalidade das principais cidades brasileiras.