Festival Villa-Lobos comemora 55 anos com homenagem a Baden Powell

No ano em que chega à sua 55ª edição, o Festival Villa-Lobos reverencia, além de seu patrono, três grandes nomes da música brasileira em cerca de 30 concertos, shows, workshops e sessões de cinema, entre os dias 2 e 5 de novembro, em espaços como Sala Cecília MeirelesCCBB e Oi Casa Grande. Com realização do Museu Villa-Lobos e da Sarau, a mais longeva e abrangente celebração da música brasileira em todo o mundo abre sua primeira noite com a homenagem aos 80 anos de Baden Powell, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O concerto reunirá a Orquestra Cesgranrio, conduzida pelo maestro Eder Paolozzi, e o violonista Yamandú Costa. “O Baden foi quem codificou o violão brasileiro, a primeira pessoa que conseguiu efetivamente levar o violão brasileiro para o mundo. Só agora está começando a se entender a importância dele, 17 anos após a sua morte. Para mim é um enorme privilégio participar desta homenagem na noite de abertura do festival, no palco do Theatro Municipal”, destaca Yamandú.

“Mais uma vez faremos jus à memória de Villa-Lobos e aos artistas que forjaram nossa identidade cultural, ao abrir espaço para a diversidade da música brasileira em uma programação abrangente”, afirma o diretor artístico Marcelo Rodolfo, que destaca, além da homenagem a Baden, a celebração dos 130 anos de nascimento de Villa-Lobos, os 90 de Tom Jobim e o 80º aniversário do bandolinista Joel Nascimento, que sobe ao palco do Oi Casa Grande para receber e participar das homenagens dos amigos, admiradores e discípulos Hamilton de HolandaHenrique Cazes e o grupo Choro na Rua, na Grande Noite do Choro, no encerramento do festival, em 5 de novembro. “Tocar com Joel Nascimento é um prazer. É poder estar diante da história da música brasileira, do choro e do bandolim brasileiro. É sempre uma aula. Joel é muito generoso e tem uma percepção da música de uma forma muito aberta, por isso é e sempre foi um grande mestre para mim”, exalta Hamilton.

Também não passará em branco o cinquentenário da carreira de um dos mais prolíficos e geniais artistas da música brasileira de todos os tempos. O compositor e violonista Carlos Althier de Souza Lemos Escobar – mais conhecido como Guinga – comemora a data com o show de lançamento de seu 15º CD, Avenida Atlântica, no dia 4, no Oi Casa Grande, ao lado do Quarteto Carlos Gomes, um dos mais célebres conjuntos de câmara do país, dentro da série Música Sem Fronteiras.

Villa-Lobos e o compositor e violonista Baden Powell (1937-2000) serão celebrados tanto na telona como no palco. Na série Brasil SinfônicoVilla-Lobos aparece com uma de suas grandiosas e famosas “Bachianas”, a de número 4, pela Orquestra Cesgranrio, conduzida por seu regente titular e diretor artístico Eder Paolozzi. Nessa mesma noite o violonista Yamandú Costa interpreta, em solo e como solista da orquestra, algumas das músicas de Baden que imortalizaram o criador dos afro-sambas, em concerto realizado no dia 2, às 20h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Já a tradicional Mostra Cine Brasil Música apresenta este ano os filmes Índio de Casaca, de Roberto Feith (3/11), Velho Amigo – O Universo Musical de Baden Powell, de Jean Claude Guiter (4/11) e ainda Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba, de Thomas Farkas (5/11). Todos com exibição às 18h, no CCBB.

Villa-Lobos também é o centro da programação que acontece no Espaço Guiomar Novaes, nos dias 3 4, sempre às 17h30. Trata-se da série Movimento de Câmara, em que o ABSTRAI Ensemble é o responsável por um feito raríssimo nos palcos: a apresentação da integral dos “Choros” de câmara para diversas formações. Além dele, o violoncelista Hugo Pilger, profundo estudioso da obra de Villa-Lobos, ao lado da pianista Lucia Barrenechea, lança o CD Violoncelo do Villa – Vol. 2, que completa o projeto de Hugo, da integral da obra para violoncelo do compositor.

Tom Jobim, nosso “Villa-Lobos da música popular” é o grande homenageado do programa apresentado pelo duo formado pela cantora Lívia Nestrovski e o guitarrista Fred Ferreira, o cantor e violonista Renato Braz e o pianista Cristóvão Bastos, dentro do Música Sem Fronteiras, que acontece no dia 3, no Oi Casa Grande, às 21h.

Mais uma vez, e  Núcleo Pedagógico do festival apresenta a série Mestres em Cena, na Sala Cecília Meireles e na Sala Mário Tavares (Anexo do Theatro Municipal) dedicada às apresentações dos artistas que irão ministrar as Oficinas de Formação em Música de Câmara, na Escola de Música Villa-Lobos, e que fazem parte da vertente educativa do festival, oferecendo oportunidade a jovens artistas de aprenderem com músicos experientes, como o Quarteto Carlos Gomes a pianista Maria Teresa Madeira e o Quinteto Villa-Lobos, entre outros. As oficinas acontecem das 9h às 18h, entre 5/11. Além de uma premiação em dinheiro, os vencedores se apresentarão na Série Jovens Cameristas do ano seguinte. Neste ano, a Série recebe os vencedores de 2016 – o Duo Bifonia (1º lugar), UM2UO (2º lugar) e o Duo Maia (3º lugar), sempre às 16h, entre os dias 2 e 4, na Sala Mário Tavares. No dia 5 acontece o encerramento do Núcleo Pedagógico e a premiação do concurso. O Núcleo Acadêmico ocupa o CCBB nos quatro dias do festival, com palestras e mesas-redondas, a partir das 14h.

Ameaçado de não acontecer por falta de patrocínio no ano em que completa 55 anos, o Festival Villa-Lobos teve sua duração reduzida de dez para quatro dias: “Graças ao aporte do IBRAM e o apoio de outras importantes instituições, assim como aos esforços da Sarau, conseguimos realizar o festival e manter a excelência da programação, mesmo em versão mais enxuta, e levar ao público esse evento tão importante de celebração da música brasileira”, ressalta Andréa Alves, diretora de produção do Festival Villa-Lobos.

SERVIÇO
55º Festival Villa-Lobos
Data: De 2 a 5 de novembro

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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