Amigos desde a infância e apaixonados por cinema, os jovens Camila da Motta Valentin e Luiz Henrique Lula decidiram fazer da sétima arte um instrumento político e de educação para a causa LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). Assim, criaram o canal “Queer na Tela”, no Youtube, no início de 2017, com o objetivo de indicar produções temáticas e abordar seus pontos positivos e negativos.
A convite da Casa 1, espaço de acolhimento ao público LGBT em situação de vulnerabilização social, a dupla juntou-se ao jornalista Nelson Neto, um dos idealizadores do projeto “Cinemona”, e estão à frente do cineclube no qual são exibidas, no novo galpão da entidade, produções LGBT, entre outras temáticas relacionadas, ao público em geral.
A importância também está na abordagem do assunto, em retratar transexuais e travestis, por exemplo, de forma não caricata e humanizada, fugindo de estereótipos. “A má representação dos LGBTs existe desde o início da história do cinema e só agora está começando a melhorar. É só observarmos programas da TV Aberta de alguns anos atrás, como o Zorra Total ou a novela Torre de Babel, de 1998, em que um casal de lésbicas morre na explosão de um shopping”, observa Camila Valentim ao destacar que: “também é confortável saber que existem trabalhos ótimos, como a websérie ‘Her Story‘, sobre uma mulher trans que questiona sua sexualidade e o filme brasileiro ‘Tatuagem’, que retrata um amor fora dos padrões na época da ditadura militar. Com isso, queremos mostrar que não existe só o lado marginalizado, mas o lado bom”, pontua.
A perspectiva, garante Luiz Henrique, é das melhores: ocupar o espaço público e, futuramente, transformar o “Cinemona” em um projeto itinerante. “Estamos começando e queremos fazer as exibições em ambientes públicos, na rua, e fazer parcerias com empresas”, diz.
No entanto, mesmo com parte da temática voltada ao universo LGBT, o espaço também é usado para a exibição e discussão de outros conteúdos. “Outro dia estávamos correndo atrás de produções com a temática para o público infantil ou que tenha classificação livre”, finaliza Luiz Henrique.
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Sobre Casa 1
A Casa 1 surgiu em 2015, quando o jornalista Iran Giusti abriu as portas do seu apartamento para receber LGBTs que haviam sido expulsos de suas residências. Com a alta demanda e ao lado do estudante de relações públicas Otávio Salles, e da agência de comunicação Quatro e Um