O ANIMAL CORDIAL acaba de ser exibido no Fantasia Film Festival, onde teve um acolhimento caloroso por parte do público e da imprensa especializada. O filme que teve sua estreia mundial no Festival, que é considerado um dos principais eventos de cinema fantástico, terror e horror do mundo, é o primeiro projeto de longa metragem de Gabriela Amaral Almeida, diretora, roteirista e dramaturga baiana radicada em São Paulo.
Veja abaixo algumas críticas:
Gabriela Amaral Almeida criou um filme intenso, que quase não deixa espaço para respirar, com reviravoltas que levam aos lugares mais sombrios do coração humano.
ScreenAnarchy, Shelagh Rowan-Legg
Animal Cordial captura a definição da palavra hipnotizante, e o faz com bravura.
Cinepunx, Jaime Burchardt
Animal Cordial é um olhar desconcertante sobre a inadequação masculina.
Bloody Disgusting, Kalyn Corrigan
Nada irá prepará-lo para as profundezas de insensatez deste filme.
Quiet Earth, Marina Antunes
Na superfície, Animal Cordial é um thriller intenso que nos apresenta a jornada de descoberta de personagens oprimidos e inconscientes de quem são e do que desejam. Debaixo desta primeira camada, há muitas outras que dão conta de temas como disputa por controle (especialmente no que tange aos relacionamentos homem-mulher), embate racial e confrontos de classes sociais.
That Moment in, Kim Lo
A diretora Gabriela Amaral Almeida nos coloca em um grupo de pessoas que estão escondendo segredos e possivelmente uma ou duas tendências psicopatas.
Never Think Impossible
Almeida fez uma estreia e tanto com seu longa-metragem. Eu mal posso esperar para ver o que ela vai fazer depois
Jaime Burchardt, Cinepunx
O ANIMAL CORDIAL é uma fábula violenta sobre desejo na sociedade brasileira. Um thriller com forte influência do slasher e do gore (subgêneros do terror caracterizados, dentre outras marcas, pelo uso de violência gráfica extrema), a história gira em torno de um assalto a um restaurante de classe média alta na cidade de São Paulo. É fim de expediente, quando o dono do restaurante, Inácio, é surpreendido pelo ataque de dois ladrões armados. Entre a cruz e a espada, Inácio – o homem pacato, o chefe amistoso e cordial precisa agir para defender seu restaurante e seus clientes da violência dos invasores. Todos no recinto correm risco: os empregados (o cozinheiro Djair e a garçonete Sara), os clientes (o casal Bruno e Verônica, e o Senhor Amadeu), além de o próprio Inácio.
Tornado campo de batalha e alegoria da própria sociedade brasileira atual, o restaurante invadido torna-se palco dos mais diferentes embates: empregados x patrão; ricos x pobres; masculino x feminino; brancos x negros. Civilização e barbárie: os dois conceitos se alternam na claustrofobia de um espaço, que vai sendo desconstruído à medida que soluções cordiais se tornam impossíveis.
SOBRE A DIRETORA:
O ANIMAL CORDIAL é o primeiro projeto de longa metragem de Gabriela Amaral Almeida. Diretora, roteirista e dramaturga, Gabriela é Mestre em literatura e cinema de horror pela UFBA (Brasil) com especialização em roteiro pela Escuela Internacional de Cine y TV (EICTV) de Cuba. Escreveu (e escreve) para outros diretores, como Walter Salles, Cao Hamburger e Sérgio Machado. Como diretora, realizou os curtas Náufragos (2010, co-dirigido com Matheus Rocha), Uma Primavera (2011), A Mão que Afaga (2012), Terno (2013, co-dirigido com Luana Demange) e Estátua (2014). O conjunto de seus curtas foi selecionado para mais de cem festivais nacionais e internacionais, tais como o Festival de Cinema de Brasília, o Festival Internacional de Cinema de Roterdã, o Festival de Curtas de Nova York, dentre outros. São destaque os prêmios recebidos por algumas destas obras, como os prêmios de melhor roteiro, melhor atriz (para Luciana Paes) e prêmio da crítica no 45o Festival de Cinema de Brasília para A Mão que Afaga, e os prêmios de melhor atriz (para Maeve Jinkings) e melhor roteiro para Estátua!, no mesmo festival, dois anos depois. Com o seu projeto de longa-metragem A Sombra do Pai, foi selecionada para os laboratórios de Roteiro, Direção e Música e Desenho de Som do Sundance Institute. O projeto contou com a assessoria de Quentin Tarantino (Pulp Fiction), Marjane Satrapi (Persépolis), Robert Redford (Butch Cassidy and the Sundance Kid), dentre outros.
Seu mais recente trabalho como roteirista foi para o média-metragem A Terra Treme, drama ambientado na tragédia ambiental ocorrida em Mariana, Minas Gerais. Dirigido por Walter Salles, o curta integra uma antologia composta por cinco curtas, dirigidos por outros quatro diretores além de Salles: Aleksey Ferdochenko (Rússia), Madhur Bhandarkar (Índia), Jahmil X.T. Qubeka (África do Sul) e Jia Zhangke (China). O filme coletivo estreia no Festival de cinema BRICS, em Chengdu, na China, em junho deste ano (2017).