Em mais uma incursão pelo seu catálogo, a Sony Music leva às plataformas digitais nessa sexta-feira, 7, seis álbuns de João Bosco, que completam sua discografia no mundo do streaming e do download. Os títulos, que incluem obras dos anos 70 aos 2000, trazem grandes sucessos da carreira do cantor, violonista e compositor, além de participações especiais de nomes como Paulinho da Viola e Sergio Ricardo. Disponíveis pela primeira vez no formato digital – exceto por “Bandalhismo” e “Essa É Sua Vida”, que já tinham sido lançados em um formato 2 em 1 -, os álbuns se alternam entre mais e menos marcantes, mas não deixam de lado a originalidade e diversidade rítmica, o estilo gaiato e bem-humorado e as onomatopeias vocais que viraram marcas registradas de um dos mais celebrados nomes da música brasileira.
Tendo lançado sua primeira gravação em 1972, como parte de um disco de bolso d’O Pasquim, foi em 1977 que Bosco apresentou o quarto disco de sua carreira e quarto álbum completo de parcerias com Aldir Blanc, “Tiro de Misericórdia”. Os dois artistas, que se conheceram em 1970 e formaram uma dupla por trás de alguns dois maiores clássicos brasileiros, apresentaram ali “Falso Brilhante”, música que seria eternizada por Elis Regina e daria nome à turnê e disco que marcaram a carreira da cantora – uma intérprete recorrente das obras dos compositores. Ainda se junta ao repertório os sucessos “Bijuterias”, que marcou uma geração como tema da novela O Astro, e, claro, a faixa que dá título ao álbum. Vale destacar também a participação especial de Cristina Buarque em “Vaso Ruim Não Quebra”.
Três anos depois, após lançar “Linha de Passe”, Bosco volta com “Bandalhismo”. Com arranjos de João Donato, Radamés Gnatalli, Oberdan Magalhães e Maestro Nelsinho, o álbum traz as participações especiais de Sergio Ricardo em “Anjo Torto” e Paulinho da Viola na faixa-título. Dando seguimento às parcerias em composição com Aldir, logo no ano seguinte, Bosco apresenta “Essa É A Sua Vida”, com versões de algumas pérolas criadas com o parceiro, como “Agnus Sei”, “Cabaré” e “Corsário”.
Após um hiato, em que saiu da RCA e passou por gravadoras como Ariola e Barclay, João Bosco chegou à CBS em 1987, lançando dois anos depois “Bosco”. Também chegando ao digital pela primeira vez, o álbum traz uma nova versão de “Corsário”, canção que também já havia virado um sucesso na voz de Elis Regina.
Os relançamentos seguem em frente com “Dá Licença Meu Senhor”, de 1995, em que Bosco abre espaço para homenagear grandes compositores da música brasileira. Abrindo o álbum com “Pagodespell”, composição com Chico Buarque e Caetano Veloso, o trabalho passa por Ismael Silva, Nilton Bastos e Francisco Alves com “Se Você Jurar”, Milton Nascimento em “Pai Grande”, Gilberto Gil em “Expresso 2222” e Ary Barroso em “No Tabuleiro da Baiana”, que ganha participação especial de Daniela Mercury. O repertório inclui ainda clássicos como “Vatapá”, “Desafinado”, “Gago Apaixonado” e o famoso samba “Heróis da Liberdade”, criação de Silas de Oliveira com Manoel Ferreira e Décio da Viola que foi enredo da Império Serrano em 1969.
Completando a seleção, que chega nessa sexta-feira a serviços como Spotify, Deezer e iTunes, está “Na Esquina”, lançado em 2000. Com uma orquestra sob o cuidadoso comando de Jaques Morelenbaum, o álbum fecha em grande estilo a série, com faixas compostas em parceira com o filho, Francisco Bosco, incluindo três versões de standards da música internacional, com “Fools Rush In”, de Johnny Mercer e Rube Bloom, “Siboney”, clássico de Ernesto Lecuona e Dolly Morse, e “True Love”, de Cole Porter, desfecho do álbum e dessa leva de obras de João Bosco, que sai do catálogo para entrar no mundo digital.