Nestes tempos em que as mulheres ainda sofrem preconceitos e são condenadas quando vítimas, nada mais apropriado do que refletir sobre o papel delas na história. Apropriado e, ao mesmo tempo, divertido, se a interpretação for da atriz Gisela de Castro no monólogo “Eugênia”, dirigido por Sidnei Cruz. O espetáculo volta para sua sexta temporada, desta vez no Teatro Serrador, na Cinelândia, nas quintas-feiras de abril – dias 6, 13, 20 e 27 –, às 19h30, com ingressos a R$ 40 (inteira). E essa reestreia será em grande estilo, com a 70ª apresentação de “Eugênia”.
A peça parte do texto de Miriam Halfim, que pesquisou a história da personagem-título e do contexto político e social da época. Tempo, aliás, retratado na recém-estreada novela das 18h da TV Globo, “Novo Mundo”. Eugênia José de Menezes, filha do governador de Minas Gerais, teve um romance com Dom João VI, engravidou e foi expulsa da Corte, sendo exilada num convento. Conhecido por seu desleixo corporal e apetite voraz para devorar um frango assado inteiro, o Príncipe Regente de Portugal gravou seu nome na história ora como covarde e preguiçoso, ora como um generoso monarca. Mas se o texto partiu de ampla pesquisa histórica, foi ganhando vida graças à afinação entre Gisela e Sidnei, que já haviam trabalhado juntos anteriormente. O resultado da sintonia entre atriz e diretor é um texto rico em humor e ironia, experimental e coletivo, com muito potencial performático, que diverte e faz pensar ao mesmo tempo. A história real vira, na peça, uma saga recheada de sedução, com espírito de aventura, cuja discussão perpassa tanto pelo trágico como pelo cômico.
“Quando recebi o convite para fazer Eugênia, pensei: qual a relevância de falar da amante do rei português no século XIX? Ao conhecer a história, vi o quão urgente era contá-la hoje, século XXI, em que mulheres – executivas, professoras, negras, feministas, prostitutas, cientistas, trans, latino-americanas, lésbicas, de burca, tanga ou hábito – ainda precisam clamar por direitos. Veio o roteiro, e o texto foi ganhando a embocadura da atriz, a costura do diretor, dos ensaios para a cena”, conta Gisela.
O espetáculo recebeu várias indicações em premiações, como a de melhor atriz no voto popular do site Botequim Cultural de Teatro, melhor figurino no Shell e melhor cenário no Cesgranrio.
Datas: 6, 13, 20 e 27 de abril (quintas-feiras), às 19h30
Local: Teatro Serrador
Endereço: Rua Senador Dantas, 13 – Cinelândia/Centro
Telefone: (21) 2220-5033
Ingressos: R$ 40 (inteira)
Capacidade: 276 lugares
Duração: 55 min
Classificação: 12 anos
Gênero: Comédia
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