Texto inédito do autor Aramyz, o espetáculo RIBANCEIRA estreia dia 10 de março, sexta-feira, às 21h, no Teatro de Arena Eugênio Kusnet. A peça aborda a questão dos desastres ambientais e as tragédias ocasionadas por eles na vida das pessoas menos favorecidas. Com direção de Maria Basilio, a montagem é encenada pela Cia Trilhas da Arte – Pesquisas Cênicas e traz o ator Antonio Ginco em seu primeiro solo após 45 anos de carreira.
RIBANCEIRA, apresenta as lembranças do personagem Zé, sobrevivente de uma catástrofe na qual perdeu mulher e filhos, mas, que tenta refazer a sua vida resgatando o antigo sonho de ser escritor. Zé é humano, tem preconceitos, comete erros e chega a ser cruel. Atribui a Deus as responsabilidades pelo que acontece aos seres humanos, se vê em uma situação da qual só sairá se tomar as rédeas da própria vida.
“O texto fala sobre perdas e ganhos, dos valores e direitos pelos quais esquecemos de lutar. Zé representa a vida dessa gente esquecida e que aos poucos foi perdendo a consciência do que é certo e errado, mas nem por isso para de sonhar e rir de suas próprias desgraças”, afirma o autor Aramyz. “Quando escrevi o texto ainda não tinha acontecido a tragédia de Mariana, mas acho que ela tem um diálogo direto com o texto”, completa.
“A peça é inspirada na observação de uma realidade vivida por muitas famílias no Brasil e em diversos outros países. Zé, personagem sem sobrenome, representa os diversos sobreviventes de catástrofes sejam as causadas por enchentes, pela falta de recursos financeiros, ou pela impotência de quem vive do lado reservado a uma parcela menos privilegiada da humanidade, demarcado pelo capital e pelo poder”, declara o ator Antonio Ginco.
A montagem tem como norteadores o Teatro Documentário e o Teatro de Narração, além de Eugenio Barba, Piscator e Rudolf Laban, que embasaram o trabalho corporal e de interpretação. “A peça se realiza no plano da memória e no plano da realidade, e ainda que a realidade de Zé seja atemporal, ele nos fala do aqui e do agora. Alguns objetos cênicos criam imagens lúdicas que contrapõem o forte teor dramático”, afirma a diretora Maria Basilio.
“Ainda que a interpretação seja feita por apenas um ator, o personagem dialoga com a plateia e com outros personagens que estão em sua memória e que, às vezes, ganham corpo e voz”, finaliza a diretora. A peça tem iluminação de Décio Filho, cenografia e sonoplastia de Maria Basílio e Antonio Ginco, figurinos de Paulo de Moraes e adereços de Eduardo Mena. O trabalho contou também com a colaboração dos pesquisadores Sol Verri e Diego Pereira.
Estreia dia 10 de março de 2017, sexta-feira, às 21h
Temporada: Até 2 de abril
Horário: Sextas e sábados, às 21h. Domingos, às 19h
TEATRO DE ARENA EUGÊNIO KUSNET
Endereço: Rua Dr. Teodoro Baima, 94 – República
Duração: 60 minutos
Recomendação: 12 anos
Ingressos: R$40,00 (Inteira), R$20,00 (meia)
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