Cineastas e títulos que marcaram a história cinematográfica da Itália estão em evidência na Mostra Clássicos Italianos, no Cine Humberto Mauro, quando serão exibidos 41 filmes produzidos nas décadas de 1940, 50 e 60, dirigidos por nomes como Federico Fellini, Michelangelo Antonioni e Roberto Rossellini. A Mostra pretende apresentar ao público um panorama dos aspectos socioculturais e estéticos que marcaram a produção cinematográfica no país no período pós-guerra e influenciaram toda a produção mundial. A Mostra acontece em parceria com o Consulado Italiano em Belo Horizonte e o Instituto Italiano de Cultura em São Paulo.
O período selecionado reflete um momento fértil da filmografia italiana, que abrange obras chave do Neorrealismo e também superproduções do Estúdio Cinecittà. Em comum, as obras abordam, em variados gêneros, a realidade italiana e temas da vida comum do povo como a guerra e a religiosidade tão presentes na cultura e vida do país. Estão previstos filmes como Medéia (ITA-FRA-ALE, 1969), de Pier Paolo Pasolini, Viagem à Itália (ITA-FRA, 1954), de Roberto Rossellini, e Ladrões de Bicicleta (ITA, 1948), de Vittorio de Sica. Assistir a complexidade
A partir da experiência estética única que é assistir a um filme em uma sala de cinema, a Mostra revela traços estilísticos de cada um dos grandes cineastas italianos. O tom contestador de Pasolini ou a natureza onírica de Fellini, por exemplo. Mais uma vez, o Cine Humberto Mauro resgata um importante momento da história do cinema mundial, viabilizando o acesso e incentivando a reflexão acerca de uma rica e extensa filmografia.
Neorrealismo italiano – A Segunda Guerra Mundial influenciou a produção italiana de diversas formas. Durante esse período, o governo italiano, assim como o alemão, ofereceu subsídios aos cineastas, para que eles registrassem de perto os acontecimentos. Essa ocupação proporcionou o contato dos cineastas com a realidade da guerra, posteriormente transportada para as obras da ficção. O movimento predominante era o neorrealismo italiano, um conjunto de elementos estéticos que podiam ser identificados nos filmes da época, como a atuação de não-atores e o uso de planos longos nas filmagens.
Fazer do filme um documento da realidade foi a maior influência do neorrealismo para as produções cinematográficas pós-guerra. “Os diretores lançaram um olhar crítico sobre as novas configurações sociais e a experiência deles na Guerra foi agregada à estética dos filmes”, explica Bruno Hilário, coordenador de Cinema e curador da Mostra. “O neorrealismo italiano foi um movimento muito importante, que veio a influenciar várias correntes posteriores, como, por exemplo, a Nouvelle Vague”, completa.
Conhecendo o cinema mundial – A Fundação Clóvis Salgado, por meio do Cine Humberto Mauro, já promoveu mostras dedicadas a produções de diversos países e continentes, como França, Japão, Espanha, África e Polônia. “Pensamos na Clássicos Italianos como forma de dar continuidade a um projeto que iniciamos em 2015, que consiste em fazer um recorte cinematográfico de determinado país e, consequentemente, aproximar o público das diferentes culturas e sociedades”, finaliza Bruno Hilário.
Evento: Mostra Clássicos Italianos
Período: 17 a 23 de fevereiro
Local: Cine Humberto Mauro- Palácio das Artes
Endereço: Av. Afonso Pena, 1537, Centro
Informações para o público: (31) 3236-7400
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