Dupla francesa Ibeyi e cantora americana Julia Holter fazem show na Audio

Nessa quinta, na Audio, acontece uma noite especial dedicada às jovens cantoras internacionais emergentes, com apresentação inédita da dupla francesa Ibeyi e da americana Julia Holter. Os shows acontecem na quinta-feira, 13 de outubro às 22h.

O Ibeyi – que, para aproveitar a passagem pelo país, se apresenta também dia 15 de outubro no Circo Voador, no Rio de Janeiro -, vem despontando com seu primeiro álbum homônimo, de 2015, como um dos sons mais distintos da atualidade, por misturar referências da cultura iorubá com jazz.

Julia Holter, por sua vez, é artista revelação nos EUA e Europa, e teve o álbum “Have You In My Wilderness”, eleito o melhor de 2015 pelas prestigiadas revistas MOJO, Uncur, Q e The Wire.

As gêmeas da dupla Ibeyi, Lisa-Kaindé (Piano) e Naomi Díaz (percussão e MPC), de 20 anos, francesas baseadas em Cuba, misturam jazz, R&B, eletrônica, experimental e cultura iorubá – segundo maior grupo étnico-linguístico da África Ocidental, localizado mais especificamente na Nigéria -, e cantam em língua inglesa e em iorubá.

A referência africana veio do pai, o famoso percussionista do projeto Buena Vista Social Club, Miguel “Angá” Díaz, descendente nigeriano, praticante da cultura e religião afro-cubana Santeria, falecido em 2006, com 45 anos. Esta mistura de estilos e referências é chamada pela dupla como “negro spirituals”, e é através desse encontro de culturas  que o Ibeyi possibilita o contato com as próprias raízes e a sua ancestralidade.

Em disco homônimo, lançado em setembro de 2015, as gêmeas fazem uma exaltação aos orixás, cultuados na Santeria, e também a memória do pai. A sonoridade passeia entre um pop, jazz e soul, com fortes marcações do ritmo caribenho e africano, inseridos a modernidade eletrônica e a música indie francesa.

Já a americana, Julia Holter, é baseada em Los Angeles, mas nasceu em Wisconsin, EUA, em 1989. A cantora mostra toda a variedade sonora, da vanguarda ao pop e do eletrônico ao indie, num show de mesma característica do álbum: sonoramente íntimo, marcado pela entrega de voz poética em canções profundas e enigmáticas, que falam de amor, natureza, relações pessoas e vida, harmonizadas com instrumentos acústicos.

Apesar dos álbuns anteriores (“Tragedy, de 2011; “Ekstasis, de 2012; e “Loud City Sound”, de 2013) terem fortes referências literárias, que incluem peças gregas, citações de Virgínia Woof, Frank O’Hara, entre outros, “Have You In My Wilderness” é uma viagem para dentro dela mesma. “Eu comecei a escrever um monte de músicas do meu coração com menos ênfase em ideias teatrais e sem uma narrativa geral. Todas as canções saíram de mim enquanto tocava piano muito intuitivamente, sem qualquer conceito de planejamento. Muitas das letras são de fluxo de consciência e surreal, e o resultado me surpreendeu. Outras vezes eram mais óbvias por causa do que eu estava sentindo no momento”, declara.

Com apresentações de referências culturais diversas, a noite promete ser memorável. Os ingressos custam R$ 120 e R$ 60 (meia-entrada).