Após o sucesso dos singles “Rhythm of the Day” e “It’s Already Cold”, o músico Serge Erege lança seu primeiro EP, “Blossom Blooming Veils”, também pelo selo Ganzá, da Skol Music. O trabalho, que conta com três faixas, reforça sua sonoridade synth-pop influenciada por vários elementos dos anos 80, e abre caminho para a chegada de seu primeiro álbum de estúdio, a ser lançado ainda em 2016. Produzido inteiramente pelo artista, o EP reúne músicas novas, como a faixa-título, composta em 2016, e “It’s Already Cold” e “LegalLies”, composições de 2014 e 2015.
A primeira faixa, “Blossom Blooming Veils”, apresenta influências de synth-pop e ethereal wave, e fala de uma cura emocional pelos sentidos. “A música é uma declaração de amor à natureza. É sobre abstrair dos seus problemas e dramas pessoais e ir para o mato, uma cachoeira, ou mesmo colocar um vídeo no YouTube com som de floresta pra dormir. Eu, por sorte, cresci com muito mato por perto, tive uma infância bem ribeirinha, vi o mar só aos doze anos e lembro bem da sensação de zerar tudo que isso me deu”, explica Serge.
O EP continua com um tom mais darkwave em “LegalLies”, um protesto sobre a necessidade de nos submetermos ao poder para sobreviver. “A faixa fala sobre as leis que, em sua essência, são feitas sempre para proteger os mais favorecidos da revolta daqueles que pouco têm. Nossa vida é baseada nessas mentiras legalizadas pela TV, pelo jornal, pela internet. Pobres, negros, mulheres, gays, trans não existem nesse espaço. Eu canto o quanto pesado é saber que é cada vez mais difícil acreditar na verdade de algo”, diz o artista, que fala também sobre o poder enganoso da propaganda. “A propaganda em si é sobre enganar. A música é uma distopia, ainda que seja utópica, já que no fim eu grito que a indústria não é capaz de fabricar meu espírito – apesar que, para minha infelicidade, sei que ela o modifica. “LegalLies” é sobre combater a máquina e não aceitar ser uma engrenagem”, completa.
“It’s Already Cold”, a última faixa do trabalho, já ganhou um videoclipe dirigido pelo próprio artista, retomando estéticas de outros épocas, como o VHS. “Nessa faixa imaginei como seria uma música bem forte num desses bailes obscuros dos anos oitenta. Também pensei numa guitarrinha de teclado bem pós-punk. A voz vai seguindo o fluxo da narrativa – no começo está bem sutil, na sedução, e depois vai ficando mais nervosa conforme as carências vão se revelando”.