Com 60 projetos audiovisuais inscritos, o 7º pitching DOC Futura selecionou, pela primeira vez, dois documentários para coprodução e exibição no Canal Futura: “Ouvidores de Vozes”, da L4 Filmes, de Ribeirão Preto (SP), e “#agoraéquesãoelas”, da COOPAS , do Rio de Janeiro. Um foi escolhido pela banca de jurados do Canal e o outro, em uma ação inédita, que contou com a votação do público, realizada no Twitter.
“No Futura, o pitching é fundamental para trazer novos olhares e abordagens sobre temas que estão sempre em pauta no Canal. Desde o enfrentamento à desigualdade, questões ambientais, gênero, segurança, moradia e saúde, o DOC Futura é o lugar para tratar com sensibilidade de temas normalmente invisibilizados”, afirma Debora Garcia, gerente de Conteúdo e Mídias Digitais do Futura.
“Além disso, a cada pitching o Futura conhece novos realizadores de norte a sul. Cada vez mais notamos que as produtoras independentes, que realizam documentários no campo dos direitos humanos, têm também uma articulação forte com diferentes setores da sociedade, ativando fortemente esses conteúdos por meio das redes sociais e propostas de mobilização presencial. É o caso, por exemplo, do documentário “#agoraéquesãoelas” que já nasce fruto de uma ampla votação popular pelo Twitter, sem contar o fato que o próprio objeto do documentário é o ativismo feminista nas redes sociais. Nessa arena de produção, o resultado é sempre positivo para todos os lados: visibilidade de causas, engajamento popular, conteúdo de qualidade para a grade do Futura e novos realizadores tendo a chance de produzir seus projetos. Esse também é o caso da L4 Filmes, que trouxe a temática da saúde mental de forma arrojada e inovadora com o projeto “Ouvidores de Vozes”, completa.
Para a produtora executiva e gerente de projetos da COOPAS, Paula Lagoeiro, o movimento feminista vem se fortalecendo na web, principalmente no último ano, e a questão merece ser aprofundada.
“Muitas mulheres que nunca levantaram bandeiras ou estiveram inseridas em começaram a se engajar e elaborar pautas femininas. As redes sociais se tornaram umas das principais ferramentas para a ampliação desse conteúdo e mudaram a dinâmica da comunicação do movimento, ampliando o diálogo, causando identificação direta e possibilitando o engajamento imediato. Estamos mudando e precisamos documentar esse momento. Por isso, acreditamos que a grade do Canal Futura é uma excelente janela de exibição para um projeto com temática tão relevante e atual quanto #agoraéquesãoelas”, conta.
Já os vencedores da L4 Filmes, vão mostrar que ouvir vozes vai além da saúde mental.
“Nossa cidade, Ribeirão Preto, é uma das poucas no país que desenvolve em seu Centro de Atenção Psicossocial uma abordagem diferenciada com pacientes que ouvem vozes, o que em si já merece atenção. Acreditamos que a importância do filme resida na maneira instigante que encontramos para falar com o grande público sobre este tema, abordando essa experiência tão complexa que mais adiante do que alguns chamam de doença mental”, explica Milena Maganin, produtora executiva do projeto “Ouvidores de Vozes”.
Os projetos de documentário receberão R$ 100.000,00 (cem mil reais) para sair do papel e serão exibidos no Canal Futura em 2017. Vencedor do último DOC Futura, o filme “Não saia hoje” mostrou luta de um grupo de mães que tiveram seus filhos assassinados no episódio que ficou conhecido como Crimes de Maio, ocorridos em São Paulo há 10 anos. Este e outros filmes vencedores do pitching estão disponíveis no Youtube do Futura.