Crítica do filme Independence Day: O Ressurgimento

Depois de conseguir números expressivos, e até certo ponto “assustadores”, era certo uma continuação de Independence Day (1996), filme que tem com base de sua história uma invasão alienígena à Terra. Mas contrariando expectativas, demorou precisamente vinte anos para que a Fox desce o sinal verde para o projeto seguir adiante. Repleto de cenas de ação/destruição em escala ainda maior que seu anterior, Independence Day: O Ressurgimento ganha ar de ficção cientifica ao explorar o universo e tecnologias alienígenas para o bem da humanidade.

O longa traz como destaque o retorno de alguns personagens vistos no primeiro filme (mas sente a falta do carisma de Will Smith) e insere novos – como os vividos pelos atores Liam Hemsworth, Jessie T. Usher e Maika Monroe.Independence Day-22Junho2016-3

Existe um provérbio Chinês que diz “Os sábios aprendem com os erros dos outros, os tolos com os próprios erros e os idiotas não aprendem nunca.”, fica fácil dizer (ao analisar a trama do primeiro ponto de virada do filme) em qual definição a humanidade se enquadraria. Após o massacre visto no longa estrelado por Will Smith, à primeira vista podemos afirmar que o mundo não quer ser rotulado de “tolo” novamente, dessa forma buscaram ao longo de vinte anos aprender com seus erros e agora se utilizam dos avanços tecnológicos deixados pelos alienígenas (como naves e equipamentos) para segurança mundial. Nesse período de reestruturação a humanidade buscou se superar de toda devastação e terror causado pela primeira invasão, mas não esperam que todos seus esforços seriam novamente confrontados por um força alienígena.

Inicialmente a trama se torna bastante promissora e (até certo ponto) convincente, pois trabalha com três arcos, sendo que nos minutos iniciais da projeção somos apresentados a uma estação espacial na lua aonde se encontra o jovem, ex-piloto de caça Jake Morrison (Liam Hemsworth), que cometeu um erro no passado, fazendo com que acabasse trabalhando na Lua. Na Terra, acompanhamos a aventura na África do carismático David Levinson (Jeff Goldblum), diretor da agência de defesa espacial humana.

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Apesar da “falsa” sensação de segurança e calmaria, o agora ex-presidente americano Thomas J. Whitmore (novamente interpretado por Bill Pullman) demonstra preocupação com o futuro da humanidade. Whitmore, que passa por problemas (médicos/psiquiátricos) devido a sua idade avançada e claro os eventos do primeiro filme, tenta alertar (em vão) sua filha Patricia (vivida pela atriz  Maika Monroe) sobre os perigosos que a humanidade ainda vive. A jovem se torna ponta chave no roteiro, ela trabalha como agente especial da presidente Lanford (Sela Ward), que devido a sua personalidade forte e agressiva acaba não dando ouvidos ao ex-presidente.

Para completar a lista de apresentação e sustentação do filme temos Dylan Hiller (Jessie T. Usher), piloto que cresceu às sombra dos feitos de seu pai Steven Hiller (Will Smith). Devido a negativa de Smith para reprisar seu papel, a produção buscou uma solução plausível para o roteiro (mas não muito original) – nesta continuação, o capitão Steven se tornou um herói de guerra que acabará morto em uma das missões teste que fundiria a tecnologia humana à alienígena. Apenas com esse exemplo podemos imaginar que criatividade e originalidade passam longe dessa continuação, talvez a ideia do roteiro escrito (por nada mesmo do que cinco pessoas!?) tenha sido essa mesma, manter a base do primeiro filme explorando elementos adicionais. Mas o filme fracassa nessa tentativa por diversos motivos, primeiro por não explorar devidamente seus personagens em questão, e segundo pelo simples fato de não conseguir explicar as diversas pontas soltas que já haviam ficado no primeiro filme. Afinal qual o real motivo da invasão alienígena? Em dado momento do filme esse questionamento é respondido, mas ele soa de forma tão infantil que beira ao ridículo. Essas 5 mentes “brilhantes” e pensantes que foram designados a escrever o roteiro conseguiram juntos criar uma continuação com cara de Reboot, aonde se parece em muito com Star Wars, nesse quesito, ficando nítido que por ter tido um hiato gigantesco não conseguiria usar os mesmos atores em seus devidos personagens heróis para uma nova franquia, dessa forma, se utiliza de criar filhos para os personagens e esse passam o bastão para esses continuar com a jornada.

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Habituado com filmes catástrofes, Roland Emmerich apresenta nesse longa todo seu arsenal de exageros e equívocos. Com uma direção bastante irregular, com falhas evidentes em sua montagem (o que deixa o filme com erros de continuidade), Emmerich demonstra dificuldade em trabalhar as cenas que necessita de mais atenção e calma para sua execução. Mesmo contando uma equipe de efeitos visuais competente, uma fotografia com uma palheta de cores adequada para atmosfera do filme (excluindo a cena final feita em chroma horrível), a produção esbarra em um roteiro sem criatividade alguma que repete as mesmas formulas erradas do longa anterior.

Curiosidade e medo se tornam sinônimos quando buscamos descrever assuntos relacionados a extraterrestres, talvez essa seja a explicação lógica para o sucesso (nas bilheterias) do primeiro filme e muito provavelmente aconteça neste sequência. A sensação que ficamos ao final da projeção é que se trata basicamente de mais um filme que promete muito (basta ver as campanhas de divulgação) mas que na realidade entrega quase nada, apresentando mais do mesmo com uma tecnologia atual e novos personagens e pouca história para tantos roteiristas.

Independence Day Resurgence-09Fevereiro2016Independence Day: O Ressurgimento (Independence Day: Resurgence)
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Nicolas Wright, James A. Woods, Dean Devlin, Roland Emmerich e James Vanderbilt.
Gênero: Ação | Aventura | Sci-fi
Distribuidora: 20th Century Fox
Elenco: Liam Hemsworth, Jeff Goldblum, Bill Pullman e mais.
Estreia no Brasil em: 23 de Junho de 2016
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Avaliação (1/10)

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