Drama musical do autor alemão Peter Weiss, o espetáculo MARAT – SADE (A Perseguição e Assassinato de Jean-Paul Marat), está em cartaz, no TEATRO COMMUNE, de terça a quinta, às 21h, até o dia 22 de junho, passa a ser apresentado também às terças-feiras. A peça apresenta a encenação da perseguição e assassinato do revolucionário Jean Paul Marat, realizada pelos internos do hospício de Charenton, em 1808. Montagem do Teatro da Pequena Morte tem direção de Reginaldo Nascimento e reúne 23 atores no elenco.
Escrito em 1963, MARAT – SADE é metalinguístico, apresenta a encenação da perseguição e assassinato do revolucionário Jean Paul Marat, realizada pelos internos do hospício de Charenton, em 1808, no apogeu do Império Napoleônico. Dirigida pelo ferino Marques de Sade, a peça apresenta embates fictícios entre o ex marquês e o revolucionário acerca da política, dos conflitos sociais e da própria condição humana.
A obra retrata um episódio da revolução francesa em um dos ambientes mais segregadores e violentos. Fala das conquistas das liberdades individuais, mas o que se vê escancaradamente são camisas de força e agressões físicas desmedidas. Sob o pretexto de contar um fato histórico, termina por trazer à tona questionamentos não só da realidade de 1808, mas de qualquer tempo, revelando a fragilidade de uma História cíclica que, repete as suas mazelas e opressões.
“Marat – Sade é um grito pela liberdade de pensamento para que cada ser consiga reconhecer seu direito de pensar, questionar, exercer a cidadania e fazer suas escolhas. As opressões, os oprimidos e os opressores, o confronto político, social e ético estão ali em cada traço das ideias de Peter Weiss a la Brecht”, afirma o diretor Reginaldo Nascimento.
A montagem transita com os expedientes do Pós-dramático e retoma o Épico de Bertold Brecht, permeando o espetáculo com músicas executadas pelos atores-personagens, incorporando elementos dramáticos característicos do Teatro da Crueldade, de Antonin Artaud. “É uma representação sangrenta e implacável da luta de classes e do sofrimento humano, que pergunta se a verdadeira revolução vem para mudar a sociedade ou mudar a si mesma”, conclui o diretor.
A direção musical é de Ângela Calderazzo, que também assina a trilha sonora junto com Mariva Lima e Reinaldo Rodriguez. “São dois pilares: Um histórico, que reexpõe temas musicais que fizeram parte do contexto revolucionário francês do século XVIII – com as melodias do filósofo compositor Jean-Jacques Rousseau – e outro que recria esses temas e os insere num movimento musical contemporâneo, voltado ao rock urbano e concreto”, afirma Ângela.
O cenário, de Reginaldo Nascimento, confeccionado por Fábio Jerônimo e Deris Allves, retrata a sala de banhos do hospício, utilizando-se de objetos que ornamentam o ambiente e ao mesmo tempo aprisionam os pacientes. Os figurinos, de Vanusa Costa, são desenvolvidos com base nas vestimentas utilizadas na época, acrescidas de elementos relacionados à estética do desgastado e sombrio.
A iluminação, de Vanderlei Conte, cria um ambiente atemporal, que mistura signos e cores. Espetáculo tem Produção Musical de Mariva Lima e Produção Executiva de Vanusa Costa, Patrícia Rocha e Francisco Cruz.
Estreou: dia 4 de maio de 2016, quarta-feira, às 21h
TEATRO COMMUNE
Endereço: Rua da Consolação, 1.218 – Consolação
Duração: 1h40 minutos
Recomendação: 16 anos
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (+60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). Terças, Quartas e Quintas, às 21h. Até 22 de junho.
tel: 3476-0792
Capacidade 100 lugares
Bilheteria funciona uma hora antes do início do espetáculo. Bar. Acesso para deficientes. Ar condicionado. Aceita cartões.
*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.