Contemplado pela 3ª Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro da Secretaria Municipal de Cultura, o espetáculo HYSTERICA PASSIO, da dramaturga espanhola Angélica Liddell, reestreia dia 28 de maio, sábado, às 21h30, na SP ESCOLA DE TEATRO. A montagem do Teatro Kaus Cia Experimental, tem direção de Reginaldo Nascimento e tradução de Aimar Labaki. Projeto conta ainda com ciclo de debates e a publicação de uma revista. Elenco reúne os atores Alessandro Hernandez e Amália Pereira.
Serão realizadas 18 sessões gratuitas da peça na SP Escola de Teatro, que também sediará de um ciclo debates sobre o espetáculo e a dramaturga Angélica Liddell com os convidados: Aimar Labaki, Beth Néspoli, Gabriela Mellão, Hugo Villavicenzio e Marici Salomão. A revista tem o texto da peça traduzido, artigos escritos pelos debatedores convidados, além de desenhos do cenário, figurinos e fotos da peça. São 3.500 exemplares, distribuídos gratuitamente para o público no dia das apresentações.
“O Prêmio Zé Renato nos permite difundir o nosso trabalho com as apresentações do espetáculo em diversas regiões, além de contemplar o registro como memória por meio da publicação. É uma alegria imensa ser contemplado pelo edital que leva o nome do mestre Zé Renato“, afirma o diretor e idealizador do projeto Reginaldo Nascimento. Espetáculo circulou por cinco teatros distritais entre os meses de março e abril, dentro da programação do projeto contemplado pelo Prêmio Zé Renato.
Em HYSTERICA PASSIO, Hipólito filho da esquálida enfermeira Thora e do pálido dentista Senderovich, assume diversas figuras alegóricas em cena: a de um mestre de cerimônias, a de seu pai já morto e a dele mesmo na infância. Apresenta, a sua vida e a de seus pais, retomando os momentos de sua história para questionar, julgar e condenar a dor que sente, as feridas ainda não cicatrizadas. Sobrevivente aos abusos que sofreu durante a infância, chega aos 12 anos com um proposito claro, vingar-se.
“Liddell, é uma contundente dramaturga, que aprofunda as questões acerca do ser humano e suas dores mais íntimas. É uma autora que faz sangrar as palavras e me possibilita uma investigação poética, estética e cênica, onde o foco é o ser humano e sua aventura de viver”, declara Reginaldo. “Este é o segundo texto da Angélica que encenamos, o primeiro foi O Casal Palavrakis, em 2012. Ambos fazem parte da obra Tríptico da Aflição”, completa o diretor.
Montagem transita com a forma do teatro contemporâneo e os expedientes cênicos do pós dramático, misturando ao jogo dos atores alegoria, artes plásticas, sombras e sons, fazendo do espetáculo um mergulho nas sensações do ser humano, nos abismos da alma. “A encenação abusa da teatralidade e explicita a angústia destes seres numa interpretação que transita com a alegoria, e brinca com os expedientes do circo de feras e de horrores para tentar dar cor a uma vida de dor”, finaliza Nascimento.
O espaço cênico de HYSTERICA PASSIO é construído a partir da trajetória de cada personagem, a jaula/cela de Thora, que aprisionada, se debate e revive sua história, expondo suas dores e alegrias, num jogo de repetição e representação de sua vida. O jardim/túmulo de Senderovich, que é vivenciado pelo próprio Hipólito, que se apropria de outros elementos (bonecos, manequins e figurinos) para elucidar a teatralidade e explicitar o seu martírio.
O cenário, de Reginaldo Nascimento, que também assina a trilha sonora e a iluminação, trabalha com o branco em todo o ambiente. Os figurinos, de Telumi Helen, também brancos, apresentam camadas que revelam a tessitura das personagens. A iluminação, acentua a assepsia da encenação e amplia o estado sombrio dos personagens. A sonoplastia evidencia a dramaticidade do espetáculo e ajuda a criar um clima de fantasia e horror. Peça estreou em outubro de 2015, no Espaço Parlapatões. No dia 1 de abril se apresentou no SESC Jundiaí.
Hysterica Passio: Já no século XVII é possível encontrar a expressão médica Hysterica Passio, mera tradução de uma muita mais antiga em gregohysteriká pathé, ‘paixão histérica’ ou mais exatamente ‘paixão do útero’. As pacientes diagnosticadas com histeria feminina deviam receber um tratamento conhecido como “massagem pélvica”, que não era mais que a estimulação manual dos genitais da mulher pelo doutor até chegar ao paroxismo histérico, o que hoje se denomina orgasmo. Tão aceitado foi este tratamento que a partir de 1880 os casos se multiplicaram, tanto que em 10 anos se converteu em uma epidemia.
Reestreia dia 28 de maio de 2016, sábado, às 21h30
Horário: Sábados, às 21h30. Domingos e segundas-feiras, às 20h
Temporada: Até 4 de julho.
SP Escola de Teatro – Sala R1
Endereço: Praça Roosevelt, 210 – República
Duração: 80 minutos
Recomendação: 14 anos
Ingressos: Entrada Franca
Telefone: 3775-8600
Capacidade 60 lugares
Bilheteria funciona uma hora antes do início do espetáculo
Acesso para deficientes
Ar condicionado
Convenio com o Estacionamento Reis Park, que fica na Rua da Consolação, 279, R$ 9,00 o período das 18h às 23h. Retirada do selo na recepção da SP Escola de Teatro.
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